Expectativa é de início das obras do novo hospital no começo do ano que vem. Foto: ilustração

Por Marcos Antonio Santos

A Importância de uma Nova Estrutura Hospitalar na Região de Toledo

A região de Toledo conta atualmente com cerca de 800 leitos hospitalares, dos quais aproximadamente 440 são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Essa infraestrutura atende a uma população regional aproximada de 418 mil habitantes.

A previsão é que esse problema seja resolvido com a construção do novo Hospital Bom Jesus, com a projeção de ser entregue totalmente pronto em cerca de cinco anos.

A superintendente da Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (HOESP/Hospital Bom Jesus), Zulnei Bordin, afirmou que o projeto arquitetônico está finalizado, já houve uma avaliação prévia da Vigilância Sanitária, que fez algumas alterações, e o projeto retornou para nova análise e possibilidade de aprovação. “Acreditamos que, em breve, até janeiro, já estaremos com esse projeto totalmente aprovado e daremos sequência ao protocolo junto aos órgãos governamentais. Esse projeto precisa passar pela aprovação da Sesa (Secretaria Estadual da Saúde). Na verdade, a aprovação do projeto arquitetônico ocorre na Vigilância Sanitária; posteriormente, quando formos buscar recursos, ele será encaminhado para o governo do Estado e outras instituições que buscamos para financiamento da obra”, afirma.

A princípio, a primeira execução da obra do novo hospital está orçada em aproximadamente R$ 110 milhões. “Existe essa possibilidade, e as conversas estão em bom andamento, mas esperamos que, em breve, tudo isso se renove e se efetive. A partir do momento que o projeto estiver aprovado, passaremos para os projetos complementares. Entra o estrutural e um orçamento definitivo da obra, mas o levantamento do orçamento preliminar é em torno de R$ 110 milhões. Não temos esses recursos disponíveis, mas, claro, vamos buscar ajuda do governo do Estado, da Itaipu, e também precisaremos muito da ajuda de toda a sociedade, pois a estrutura não será completamente pública. Uma boa parte, em torno de 80%, será destinada ao atendimento do sistema público. O restante atenderá ao sistema privado, e para isso dependeremos da ajuda da sociedade de Toledo e região”, enfatiza Zulnei. Ela espera que as obras comecem nos primeiros meses de 2025, após a aprovação de todos os trâmites legais.

A princípio, a primeira execução da obra do novo hospital está orçada em aproximadamente R$ 110 milhões. Foto: ilustração

A superintendente comenta que, a princípio, o hospital terá poucos gastos com novos equipamentos para a nova instituição de saúde. “O hospital já possui grande parte dos equipamentos necessários. Claro que será necessário ampliar o número de equipamentos e mobiliários, pois teremos mais leitos de UTI. Toledo merece mais uma estrutura hospitalar que ofereça, além do aumento do número de leitos, uma infraestrutura muito mais confortável para todos que necessitam da Entidade Hospitalar. Além disso, a previsão do Ministério da Saúde é aumentar a oferta de leitos na região de Toledo, já que a atual quantidade é menor do que estipula a portaria do Ministério”.

LEITOS – Ao compararmos com o cenário de 2005, quando a população regional era de cerca de 324 mil habitantes, o CNES registrava um total de 1.419 leitos hospitalares, sendo 1.056 destinados ao SUS. Ou seja, em quase duas décadas, a população aumentou 29%, enquanto o número de leitos hospitalares sofreu uma redução drástica de 53,23%. Essa discrepância evidencia a necessidade urgente de adequar a infraestrutura hospitalar às demandas crescentes da população.

A HOESP/Hospital Bom Jesus é a única unidade de alta complexidade da 20ª Regional de Saúde, com cerca de 210 leitos disponíveis, dos quais em torno de 140 são destinados ao SUS e 24 leitos de UTI. Classificado como hospital de grande porte, é responsável pela assistência em urgências e emergências e mantém uma média de 1,2 mil internações e 4 mil atendimentos de pronto-socorro por mês. Desses atendimentos, 73% são realizados pelo SUS, o que demonstra a relevância da unidade para a saúde pública.

Zulnei espera que as obras comecem nos primeiros meses de 2025, após a aprovação de todos os trâmites legais. Foto: Gazeta de Toledo

De acordo com Zulnei, a nova estrutura terá cerca de 270 leitos hospitalares na primeira fase (sendo 36 leitos de UTI), com 12 leitos para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e 24 para adultos. A segunda fase pode ampliar o total de leitos para 500. “O projeto todo tem previsão de cinco anos. A segunda fase será mais rápida, pois se concentrará basicamente na ampliação de leitos. A estrutura de Centro Cirúrgico, Imagem e Pronto Atendimento já estará pronta. A primeira fase deverá levar de três a quatro anos, enquanto a segunda fase, para a ampliação de leitos, deverá durar pouco mais de um ano. Mas faremos de tudo para que a obra fique pronta antes. Se conseguirmos em dois anos, será excelente. Será um grande ganho para toda a população da região. Se não conseguirmos, que seja em três”.

Apesar dos excelentes indicadores de assistência e gestão, a estrutura física do hospital, construída há mais de 53 anos, não atende às resoluções prediais mais recentes e sofre com alta lotação, tanto no pronto atendimento quanto nos leitos. Além disso, o hospital é a única instituição qualificada da região para atender pacientes graves, sendo porta aberta para serviços como Samu e Siate.

PROJETO – O novo hospital terá 19 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 50 mil metros quadrados. “Essa área fica localizada nos fundos da PUC, na Avenida União, nas proximidades do Hospital Regional. O terreno já está disponível e totalmente escriturado por meio de doação”, informa Zulnei Bordin.

Investir na construção do novo Hospital Bom Jesus para a região de Toledo é garantir a continuidade e o fortalecimento de um dos pilares mais importantes do SUS: o acesso universal à saúde, independentemente da classe social. Este é um projeto que demanda a união de esforços para que a saúde pública acompanhe o desenvolvimento regional e assegure assistência de qualidade para todos.

Foto: ilustração