Dom João Carlos Seneme, Bispo da Diocese de Toledo. Foto: Divulgação

Depois da multiplicação dos pães, que havia entusiasmado a multidão da Galileia, Jesus apresenta o discurso que ele considera o mais importante: “Eu sou o pão descido do céu”. A fala de Jesus provoca murmúrio entre os judeus porque eles conhecem a origem humana de Jesus e não conseguem vê-lo como o Filho de Deus. A murmuração é uma atitude típica da falta de fé: querem impor a Deus o próprio modo de pensar, aprisionando-o nos esquemas humanos. Deus é muito maior do que pensamos ou falamos sobre ele. Deus se manifesta sempre de maneira nova.

Este episódio da murmuração recorda o acontecimento do êxodo, as dificuldades do povo na travessia do deserto. Quantas vezes este mesmo povo não murmurou contra Deus: pela falta de comida, porque foram tirados de um lugar onde comiam abundantemente, porque a terra prometida estava demorando para chegar etc., etc.  Tudo isto revelava falta de fé, desconfiança de Deus. Mesmo assim Deus não os abandonou: trouxe água, alimentos, um líder como guia. Deus revelou-se paciente e fiel.

Crer é fundamental para acolher Jesus como o enviado do Pai, o pão vivo que desceu do céu. É preciso adesão, confiança e abertura à ação da misericórdia divina. O caminho da felicidade, que se encontra em Deus, passa por Jesus e “ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (Jo 6,44). Por isso a fé é um dom, um presente, que Deus nos concede gratuitamente. Quem acredita participa da vida eterna. Aderir a Jesus, o pão da vida, já nos faz experimentar aqui e agora o que nos está reservado no céu.

A novidade de Deus é o pão da vida. Jesus veio doar a própria carne para que o mundo tenha vida. Na cruz Jesus fez o maior gesto de amor pela humanidade. Jesus fez de sua vida um dom para todos na cruz. Sua ressurreição nos trouxe a vida eterna. Na Eucaristia renovamos com Jesus nossa fé e Ele nos alimenta com seu corpo e sangue para que sejamos sinais de sua presença e do seu amor. Este gesto nos ensina que devemos ser pão para os outros.

Neste domingo (11/08) celebramos o Dia dos Pais e enfatizamos o valor da vocação ao Matrimônio e o valor da família na missão de revelar a face de Jesus e o projeto de Deus. O Matrimônio é o chamado de Deus onde ocorre a união legal e espiritual do homem e da mulher a fim de constituírem uma só carne. É uma doação total de si ao outro como oferta de amor e completude. É o chamado a constituir família, santuário da vida, Igreja doméstica e berço de tantas outras vocações. Parabéns, queridos pais e mães. Continuem acreditando na família e no seu valor fundamental dentro de nossa sociedade.

Iniciamos a Semana Nacional da Família 2024. O tema escolhido para esta edição é “Família e Amizade”, em referência ao tema da Campanha da Fraternidade, Amizade Social, e o lema “Amizade, uma forma de vida com sabor do Evangelho”. É na família que se constrói os melhores amigos e onde se aprende os valores básicos da vivência social. A família é um espaço privilegiado de encontro pessoal com Jesus Cristo.

Dom João Carlos Seneme, css

Bispo de Toledo