Da mesma maneira que enfatizei nessa coluna tópicos dos ex-prefeitos que passaram pela prefeitura de Toledo nesses 37 anos em que acompanho a politica, hoje vou dar sequência e relembrar os ‘VICE-PREFEITOS” e suas importâncias dentro de uma gestão pública.

Albino Corazza e Dalva Nogueira

Corazza venceu a eleição cheio de energia e vontade de mudar. Ele levou a comunidade ao poder, mas precisou do amparo e do trabalho incansável da Dona Dalva Weinert Nogueira. Com um olhar voltado para a educação e para a comunidade, ela foi o amparo que todo grande líder precisa. Uma mulher que espelhava todas as outras e que estava muito além de seu tempo. Geriu as relações humanas, comunitárias e cuidou com esmero de cada detalhe de um governo. Entrou e saiu pela porta da frente do Poder Executivo, deixando claro que poderia ter administrado o município de forma temperada e coerente. Ela soube ser o que precisava ter sido.

Araújo e Rosa Campos

Luiz Alberto Araújo, o sucessor de Albino Corazza Neto, chegou com fama de forasteiro, desconhecido, mas recebeu da população a confiança de conduzir a gestão da cidade. Rosa Campos era o oposto de tudo isso. Conhecida na comunidade, popular, circulava por todas as classes sociais. Era polivalente. Extremamente bem relacionada com os mais importantes políticos daquele tempo, Rosa era da “cozinha” do próprio governador da época. Influente e extremamente dedicada, ela deixou na história um legado sereno, marcado por extrema energia de trabalho e resolução de problemas.

Albino Corazza e Ascânio Butzge

Eleito novamente, Corazza enfrentou uma tempestade financeira e de apoio político. Um novo grupo político se formava com força e apontava para um mandato tenebroso. Corazza estava em maus lençóis, isolado. No entanto, ele teve ao seu lado o tempo todo um Ascânio José Butzge. Um líder centrado, responsável, com um poder incrível de apaziguar, negociar soluções. Corazza sem Ascânio teria naufragado diante de tantos emaranhados. A lealdade custou caro, mas jamais faltou na trajetória de Ascânio, que figura até hoje como um homem honrado e correto.

Derli e Léo Inácio Anschau

Derli Antonio Donin, chegou em um tempo de recuperação da economia local. Muito trabalho e Toledo deu um salto elevado. Diante de tantas coisas para serem feitas, Léo Inácio figurou como um afinado gestor de pessoas. Coube a ele um relacionamento fortalecido com a Câmara de Vereadores, servidores e em especial com a Educação. Léo estava lá, independentemente da situação. Aliás, permanece até hoje afinado com os princípios políticos que sempre defendeu.

Schiavinato e Lucio de Marchi

José Carlos Schiavinato inaugurou um tempo mais sólido, concreto. Seu perfil técnico e pulso firme não foram compreendidos por todos, porém teve ao seu lado um dos políticos mais populares da história de Toledo. Lucio de Marchi trouxe o sentimento. Conhecido nos bairros e nas comunidades mais remotas, nunca escondeu que não tinha o perfil de gestor turrão, enquanto a sala do seu gabinete sempre seguiu lotada de pessoas que viam nele a representatividade e a possibilidade de solução de seus problemas. Nas duas gestões que fizeram, Lúcio soube ser coadjuvante para que José Carlos Schiavinato pudesse estrelar como um dos líderes mais arrojados da região. Ele sabia que 50% deste legado era seu e que sua história seria escrita no tempo correto.

Beto Lunitti e Adelar José Holsbach – Pelanca

Beto Lunitti foi o personagem central da alternância de poder, mas precisava de uma figura que tivesse um nome sem manchas e que pudesse circular em ambientes de representatividades. Pelanca chegou para compor e fez isso intensamente. Ele trouxe demandas de diversos setores para o governo, apaziguou situações e foi um dos maiores articuladores da gestão. Um vice-prefeito discreto e focado no fortalecimento das ações e relações do governo. Sincero e leal, levou a missão até o fim.

Lucio de Marchi e Tita Furlan

Lucio de Marchi chegou junto com Tita Furlan em uma construção que trazia uma oportunidade real de fundir o conhecimento técnico com a popularidade e o trato político. Funcionou por algum tempo, mas assim que o trabalho mais pesado começou, o desencontro foi visível. Tita tinha outro ritmo e fez um recuo maculando toda essa exepcional trajetória dos ex-vices acima citados. As eleições chegaram e o acordo político foi desrespeitado, abrindo um abismo entre o vice-prefeito e a gestão. Toledo pagou ficando sem representante na Assembleia Legislativa e também sem vice-prefeito. Tita novamente retirou-se e desta vez para não voltar. Escolheu desertar. Lucio governou sozinho e enfrentou o período mais difícil dos últimos anos, sem esteio. Tita foi sem mostrar o motivo pelo qual veio. Entrou pela porta da frente e, diferente de todos os demais vice-prefeitos (as), saiu por outro lado