Deputado federal Dilceu Sperafico. Foto: Assessoria

Os argumentos políticos sobre eventual crise econômica e social enfrentada pelo País nos últimos anos estão perdendo espaço e credibilidade, como argumentos ideológicos para o descrédito do governo anterior. Prova disso é que Fundo Monetário Internacional (FMI), estima que a economia brasileira cresceu mais do que a da China em 2022. A China, vale lembrar, é a 2ª maior economia do mundo.

A estimativa oficial do FMI, divulgada em de janeiro último, é que a economia chinesa, um dos países líderes do mercado internacional, apresentou expansão de 3% no ano passado, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,1% no período. Os dados do FMI, vale ressaltar, são ainda preliminares, pois números oficiais ainda serão confirmados oficialmente, mas mesmo assim são alentadores para os brasileiros.

Conforme especialistas, se as projeções de técnicos do FMI forem confirmadas, esta será a 1ª vez que o Brasil cresceu mais do que a China em exercício anual, nos últimos 42 anos. A economia chinesa teve em 2022 um período muito difícil, marcado pela desaceleração da atividade econômica, decorrente de rígidas regras de contenção da Covid-19, que limitaram a produção industrial, as vendas domésticas e o comércio internacional.

Um dos exemplos dessas limitações da atividade econômica foram os lockdowns, isolamentos ou distanciamentos sociais e suspensão de atividades comerciais e de prestação de serviços, adotados no 1º semestre do ano passado, em importantes polos econômicos do Leste da China, como as regiões de Shenzhen e Xangai. A China, é preciso lembrar, não foi o único país do mundo a adotar essas restrições sociais. 

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O Brasil, felizmente, mesmo enfrentando a pandemia e seus efeitos negativos, conseguiu manter melhor desempenho da atividade econômica no mesmo período, preservando empregos e atividades econômicas em benefício de parcela considerável da população, especialmente a de baixa renda, que contou também auxilia financeiro governamental.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que nos nove primeiros meses do ano o PIB brasileiro apresentou e expansão de 3,2%, na comparação com igual período de 2021. O setor de prestação de serviços liderou o desempenho, com incremento de 4,4%, na mesma época. Esse cenário foi completamente diferente de 1980, a última vez que o Brasil tinha crescido mais do que a China, então 7ª maior economia do mundo. As taxas de crescimento naquele ano foram de 9,2% no Brasil e 7,8% na China.

Na época, a China adotava reformas que a tornariam a 2ª potência econômica do planeta, enquanto o Brasil estava na 16.ª posição, após encerrar ciclo de crescimento e enfrentar durante quase 15 anos muitas turbulências econômicas. Entre os desafios da época, com consequências negativas para a população, estiveram a moratória da dívida externa, hiperinflação e sucessivos planos econômicos no esforço para estabilizar os preços, o que só foi concretizado em 1994, com o Plano Real.

A China voltou a crescer com o enfrentamento dos efeitos da pandemia, mas especialistas afirmam que há sinais de alerta sobre eventual retorno dos males da enfermidade, com desaceleração do setor imobiliário, que é relevante para a China. O FMI aponta que o setor representa “grande fonte de vulnerabilidade” e pode resultar em inadimplência generalizada e instabilidade para o mercado financeiro chinês.

*Dilceu Sperafico é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br