Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Dilceu Sperafico*

O Brasil prossegue se destacando na adoção de medidas e obtenção de bons resultados na preservação dos recursos naturais. Prova disso é a liderança entre os países do G20, as 20 principais nações do planeta, na utilização de fontes renováveis para produção de eletricidade. Para isso, 89% da energia elétrica do País em 2023 foram gerados por usinas hidrelétricas. Já 60% foram de energia solar, 21% energia eólica e 8% de bioenergia, de acordo com dados de instituições internacionais. O bom posicionamento do País, segundo especialistas, se deveu à grande rede hidrelétrica e à rápida expansão da energia solar e eólica em todo o território nacional. O 2º colocado foi o Canadá, com 66% de sua eletricidade geradas por fontes renováveis, principalmente hidrelétrica. Já a Alemanha teve a maior proporção de energia eólica e solar em sua matriz energética.

No Brasil, conforme o levantamento, a participação da energia hidrelétrica tem variado ao longo da última década, devido as alterações nas condições climáticas, representando 60% da eletricidade do Brasil em 2023, em comparação com uma média de 63% desde 2013. Enquanto isso, a participação da energia eólica e solar tem crescido rapidamente nos últimos anos, atingindo 21% em 2023, com aumento substancial de quatro pontos percentuais em relação aos 17% em 2022, quando havia crescido apenas 5,8% na comparação com 2016. O Oeste do Paraná, para nosso orgulho e satisfação, vem contribuindo muito para esses avanços desde 1984, com a inauguração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná, entre Brasil e Paraguai, com reservatório de 1.350 km² de área inundada, a 7º maior do Brasil, mas com melhor índice de aproveitamento da água para produzir energia entre outras grandes unidades brasileiras.

A Usina de Itaipu tem 20 unidades geradoras, cada uma com capacidade de 700 megawatts (MW). Juntas, as 20 unidades somam 14 mil MW. A barragem principal da usina tem 196 metros de altura, o equivalente a um prédio de 65 andares. Com o fechamento das eclusas da barragem de Itaipu, uma área de 1,5 mil km2 de florestas e terras agriculturáveis da região Oeste do Paraná foi inundada, incluindo áreas de maior produção de alimentos saudáveis e sustentáveis do País. Itaipu é a maior usina hidrelétrica do mundo em produção de energia limpa e renovável, produzindo mais de 2,9 milhões de GWh desde o início da sua operação, o que seria suficiente para abastecer o mundo durante 43 dias. O nome Itaipu vem de pequena ilha que existia perto do local de construção da usina. Em tupi, o termo significa “pedra na qual a água faz barulho”.

As obras de construção da usina de Itaipu começaram em 1975 e envolveram cerca de 40 mil trabalhadores, que construíram mais de nove mil habitações e um hospital nas margens do rio para os abrigar. Para

deslocar o curso do rio, foram escavadas mais de 50 milhões de toneladas de terra e rocha, o que corresponde a 8,5 vezes o volume de escavação do Eurotúnel. A quantidade de concreto usada na construção seria suficiente para erguer 210 estádios do tamanho do Maracanã, e a quantidade total de ferro e aço utilizada poderia ser usada para construir 380 Torres Eiffel. A construção da usina também exigiu a implantação de estradas, ruas, escolas e hospitais nas duas margens, no Brasil e Paraguai, compensando parte das perdas de terras férteis e do agronegócio da região Oeste do Paraná.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado E-mail: dilceu.joao@uol.com.br