No sábado, 6 de abril, seis meses antes do pleito, encerrou-se o prazo para aqueles que desejavam disputar algum cargo eletivo nas eleições de outubro próximo encontrassem um partido para concorrer a uma vaga no dia 6 de outubro. Aqueles que conseguiram uma vaga em algum partido político (dos 20 disponíveis em Toledo) permanecerão lá, pelo menos até o fim das convenções.
Observou-se em Toledo que, mesmo com regras mais rígidas, as mudanças de siglas foram intensas nos últimos dias. O principal objetivo dos interessados parecia ser escolher o partido que oferecesse as melhores condições, mesmo que isso significasse ser o primeiro na corrida, evitando um poste com luz, pois na pífia visão de alguns, essa luz supostamente atrapalharia.
Poucos demonstravam preocupação com a tal “ideologia partidária”, focando-se apenas em concorrer e serem eleitos, sem se envolverem com o grupo. Alguns candidatos, após reflexão, decidiram permanecer no mesmo partido, enquanto outros, mais decididos, optaram por partidos que tinham candidatos fortes, pois suas chances seriam mais claras, brilhando junto. Também houve aqueles que mudaram de partido às vésperas do prazo final e, no último minuto, retornaram ao antigo partido, arrependidos.
Um pé no partido, outro na incoerência
Com raras exceções, testemunhamos um verdadeiro “tsunami” de mudanças camaleônicas. Comunistas que se tornaram “direitistas”, bolsonaristas que viraram esquerdistas, “comunistas” que se transformaram em petistas. Um pé no partido, outro na incoerência. Houve líderes que adotaram posturas autoritárias, exigindo que seus subordinados se filiassem a determinados partidos e colocassem seus nomes à disposição, sob ameaça de demissão.
Foi um período de transformações surpreendentes
Vi pessoas que, do nada, começaram a plantar árvores, algo que nunca tinham feito antes. Aqueles que antes ignoravam o conceito de “inclusão” agora discursam até em linguagem de sinais. Pessoas que estavam em posições sólidas pularam para uma árvore que não dá frutos. Por outro lado, os mais experientes se deram bem e, enquanto a janela ainda estava entreaberta, conseguiram atrair nomes que farão a diferença nos resultados finais.
A grande surpresa da janela partidária foi apenas a mudança de discurso. Será interessante ver o contorcionismo verbal nestes tempos de polarização, divisão, do “nós contra eles”. Que essas mudançasinesperadas, pelo menos, sirvam para amenizar os extremismos. (Ver crônica abaixo)
Arma branca na mochila?
Recebi de alguns pais que têm seus filhos matriculados na Escola Municipal Alberto Santos Dumont, a informação de que um aluno estaria causando transtornos e portando uma arma branca (faca) dentro do Colégio. Além dessa grave denúncia, ele também teria arremessado carteiras sobre os professores. Na manhã dessa segunda-feira, alguns pais foram à escola para pedir providências.
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Uma das mensagens recebidas, replico na sua íntegra, sem correções:
Bom dia pessoal!!! Quero aproveitar o alcance do grupo, tendo em vista que temos vereadores como membros e relatar uma situação grave que ocorreu está semana que passou e está em andamento na Escola Municipal Alberto Santos Dumont.
Tenho 2 filhos que estudam nessa escola, e para nosso terrível surpresa, fomos surpreendidos ontem através de um grupo no WhatsApp, com fontes de funcionários da escola de que está semana que passou, um aluno da quinta série foi pego com uma faca ENORME na mochila, o mesmo estaria por mais de um dia e em vários momentos ameaçando alunos e professores, inclusive arremeçando mesas contra a professora em sala de aula.
Segundo a funcionária da escola, a mãe do aluno foi chamada para ir até o estabelecimento e simplesmente defendeu seu filho.
Pelo que foi nos informado, a direção da escola está tentando abafar o caso, porém os pais estão com medo de enviar seus filhos segunda feira na escola, inclusive eu.
Enviei mensagem direto ao WhatsApp do vice prefeito e não tive resposta, enviei também no Instagram da secretária da Educação e também não tive resposta!
Será que esta escola, (ESCOLA MODELO) segundo a administração Municipal terá que ser palco de uma tragédia para medidas serem tomadas???
É apenas um desabafo de um pai, e um pedido de socorro as nossas autoridades, e acredito em nome de vários pais que estão inseguros de enviar seus filhos para escola!!
Ressaltando que um aluno de quinta série Já não é tão criança assim, e oferece sérios riscos aos demais alunos e professores!!
Matéria completa e nota oficial da SMED, AQUI.
O caos político de Toledo: trocas de siglas agitam o cenário eleitoral, a seis meses das eleições
Na efervescência das últimas horas da janela partidária, Toledo se viu imersa em um frenesi político que refletia não só as ambições individuais, mas também a volatilidade das alianças e a flexibilidade das convicções. Enquanto o prazo se aproximava inexoravelmente, os candidatos corriam freneticamente para encontrar um abrigo partidário que lhes garantisse não apenas visibilidade, mas também uma chance real de vitória nas eleições vindouras.
No entanto, o que poderia ter sido um momento de reflexão sobre a afinidade ideológica e a identificação programática com os partidos políticos transformou-se em uma dança caótica de interesses pessoais e cálculos eleitorais. A ideologia cedeu lugar à conveniência, e a fidelidade partidária foi substituída pela busca desenfreada pelo poder.
Em meio ao fervor das negociações políticas, observadores atentos testemunharam uma metamorfose impressionante nos discursos e posturas dos candidatos. O que antes era tido como inconcebível tornou-se repentinamente aceitável, desde que isso significasse uma chance maior de êxito nas urnas. Princípios foram temporariamente suspensos em prol da sobrevivência política, e antigos adversários tornaram-se aliados improváveis da noite para o dia.
A troca de siglas partidárias não foi apenas uma questão de logística eleitoral, mas também um reflexo das incertezas e instabilidades que permeiam o cenário político atual. Enquanto alguns líderes demonstravam uma lealdade inflexível aos seus partidos de origem, outros flertavam com a oportunidade de trilhar novos caminhos em busca de um horizonte mais promissor.
No entanto, em meio ao caos e à confusão, também houve espaço para momentos de lucidez e integridade. Aqueles que resistiram à tentação do oportunismo político e permaneceram fiéis aos seus valores e convicções destacaram-se como exemplos de integridade em um mar de ambiguidades.
À medida que a poeira da janela partidária assenta, resta-nos refletir sobre o que essas reviravoltas políticas nos ensinam sobre a natureza humana e sobre o delicado equilíbrio entre pragmatismo e princípios. Em um momento de polarização e divisão, que possamos encontrar inspiração naqueles que optam pela coerência e pela honestidade, mesmo quando as marés da conveniência política ameaçam arrastá-los para longe de seus valores mais profundos. Que essas mudanças repentinas sirvam como um lembrete da importância de permanecer fiel a si mesmo, mesmo quando o mundo ao nosso redor pareça estar em constante mutação.
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