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No Dia do Corcel, Valdir Plino relembra sua história com emoção: ‘Estou falando de alma’

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Por Marcos Antonio Santos

“Quando o ‘Valdir’ me encontrou, lá em 2015, ele não sabia o que estava prestes a acontecer

Comemorado nesta quarta-feira, 30 de abril, o Dia do Corcel celebra um dos carros mais emblemáticos da história da indústria automotiva brasileira. Produzido pela Ford Brasil entre 1968 e 1986, o Corcel marcou uma era importante para os veículos nacionais, especialmente durante a década de 1970.​

Lançado inicialmente como um modelo compacto, inspirado no Ford Cortina, que já era um sucesso em outros mercados, o Corcel teve o nome escolhido entre 400 opções. A palavra “Corcel” foi inspirada no sucesso do Mustang e remete à imagem de um cavalo de corrida, transmitindo agilidade e potência — qualidades que a Ford desejava associar ao veículo. ​

O Corcel destacava-se por suas linhas elegantes e aerodinâmicas para a época, com versões de dois e quatro portas. Oferecia uma combinação de conforto e desempenho, sendo disponibilizado em várias versões ao longo dos anos, incluindo sedã, cupê e perua, com opções de motorização que variavam de 1.3 a 1.6.​

Para homenagear o Corcel neste dia especial, Valdir Plino compartilha sua história de paixão pelo modelo, que já dura 10 anos.

Foto: arquivo pessoal

Oi, eu sou o Corcel.

Ou melhor, o Corcel 75, azul “Dallas”, para ser mais exato. Pode me chamar de “companheiro” do Valdir, porque é assim que me sinto. E você vai logo entender melhor por que eu digo isso.

Quando o Valdir me encontrou, lá em 2015, ele não sabia o que estava prestes a acontecer. Eu, um carro cheio de história, já era visto por muitos como um carro velho… Mas o Valdir foi quem conseguiu enxergar o que eu guardava por baixo do capô. E nem estou falando do motor. Estou falando de alma… Sim, porque cada carro antigo carrega dentro de si um espírito cheio de memórias de todas as famílias que ele transportou ao longo dos anos.

Lá estava eu… com quilômetros acumulados nas estradas, e ele, com aquele olhar de quem sabia que tinha algo especial em suas mãos. A Rodovel, lá em Marechal Cândido Rondon, me entregou pela primeira vez ao meu primeiro proprietário em 1975. Desde então, já tive vários donos — mas foi o Valdir quem me fez sentir como se eu fosse parte da família.

Não esqueço da primeira vez que ele, todo orgulhoso, levou a dona Marilda, sua amada esposa, para um “rolê” comigo. Desde então, já foram tantos passeios, viagens, compromissos… Os dois confiaram em mim para descobrir tantos caminhos novos.

Como é a minha relação com o Valdir? Ah… Ele me conhece de um jeito que poucos podem entender. Cada centímetro da minha lataria, cada som que faço, cada vibração quando acelero ou freio… ele sente tudo isso. Ele me cuida, me entende e, juntos, já percorremos muitas estradas. Passamos por dezenas de cidades, conhecemos lugares incríveis e até nos aventuramos por outros países da América Latina. Ah, e não posso deixar de mencionar a galera que também compartilha esse amor por carros antigos — os amigos que fizemos nas estradas. Juntos, nós dois fizemos muitos amigos.

Não me esqueço das horas que passamos com o netinho dele no volante, brincando de dirigir, mostrando cada som diferente da buzina. Das vezes em que ele ficava tenso quando algum filho ousava me pegar para dirigir — e ele morria de medo de alguém não saber me tratar com a delicadeza e prudência que ele tem comigo. E das carícias e afetos que ele compartilhava com sua esposa, como sua copilota.

Eu e ele já rodamos milhares de quilômetros, e em cada viagem, em cada história, eu sinto que somos mais do que um carro e um dono. Somos um. Não sou só metal e motor — sou também as memórias e os momentos que compartilhamos. Cada detalhe do meu interior, cada peça que já foi trocada, é um reflexo do cuidado que o Valdir tem por mim. E, acredite, ele tem muito amor por mim. Só assim para aguentar o tranco das estradas e os meus pequenos vazamentos ou probleminhas da idade, não é? Afinal, já são 50 anos nas costas — ou melhor, no bagageiro.

Sou mais que um simples Corcel. Sou o Valdir, e o Valdir sou eu. E, enquanto eu rodo por aí, a gente vai continuar criando novas histórias, explorando o mundo e, quem sabe, até encontrando novos amigos e novas paisagens. Sempre com meu carburador cheio de orgulho por ser propriedade deste grande parceiro.

Ele acha que teve sorte em encontrar uma relíquia para comprar. Mas a sorte foi toda minha — eu é que encontrei o melhor dono que um Corcel poderia ter.

Foto: arquivo pessoal

A História do Valdir “Corcel” Plino
Valdir, o dono de um Corcel 75, convida todos para o 4º Encontro Internacional de Veículos Antigos, que acontecerá nos dias 14 e 15 de junho no Parque Ecológico Diva Paim Barth.

O Dia do Corcel é uma homenagem a ele e a todos os apaixonados por esse clássico que fez história na indústria automobilística brasileira, marcando as décadas de 70 e 80.

O Corcel é mais que um carro, é um companheiro de muitas histórias e memórias que ainda hoje despertam nostalgia nos amantes de carros antigos.

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