Na minha coluna de quinta-feira, levantei a hipótese da não volta dos voos diários da Azul Linhas Aéreas a Toledo, devido ao Aeroporto de Cascavel oferecer maiores vantagens às companhias aéreas que lá queiram operar. Tive a felicidade de receber um retorno de um dos leitores da Gazeta, que deu uma aula, descreveu e até sugeriu soluções para o modal de transporte aéreo em Toledo. Leiam na íntegra!

Quero Voar para Toledo

Parte das soluções de Toledo para o seu modal aéreo é acompanhar seu vizinho e concorrente regional na infraestrutura aeroportuária básica. Repito na básica!

Cascavel tem hoje uma pista de 1.771 x 45m de comprimento com extremo vento lateral. Toledo tem 1.670 x 30m, apenas 101 metros a menos com vento sempre alinhado à direção do pouso e muito melhores condições climáticas.

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A diferença maior reside na resistência do piso e largura da pista. O vento alinhado de Toledo facilita o pouso na largura de 30 metros. A resistência do piso em Cascavel possibilita as operações de aeronaves de 150 a 190 lugares. Em Toledo, aeronaves de 135-145 passageiros.

Uma das vocações de Toledo é ser um ótimo aeroporto de alternativa quando as condições meteorológicas fecharem Cascavel. O que acontece com frequência.

O primeiro projeto para Toledo é ter uma pista básica de 1.800 x 30m e resistência superior. PCN, Pavement Classification Number, entre PCN 45 e PCN 48, hoje é PCN 33.

O advento dos jatos regionais de 135-145 lugares de alta performance gradativamente mudará a forma de ligações entre cidades médias que possuem infraestrutura e grandes metrópoles. Este ano, EMBRAER e AIRBUS anunciaram seus novos projetos. Agora, um turboélice regional até 100 passageiros, sendo a versão básica para 80 passageiros. Repito Cem Passageiros!!! Muitas cidades do Estado ainda estão com projetos de aeroportos para a aviação sub-regional de 09 lugares, mas as cidades Brasileiras já ultrapassaram há muito tempo esse mercado sub para no mínimo o regional. O governo estadual/municipal é que ainda não entendeu. Majoritariamente continuamos sem a Infraestrutura do século 21 para a aviação. Lembro aos leitores que em 1960 a Varig voava vários destinos no Estado com aeronave de 28 lugares. Em 1980, a Riosul com aeronaves de 16 e 30 lugares. Ao renovar a frota com jatos de 50 e 120 lugares, ficou impedida de manter as linhas regulares por falta de infraestrutura aeroportuária em muitas cidades.

Execução do Orçamento do Fundo Nacional de Aviação Civil, FNAC.

Observa-se na execução orçamentária do FNAC para o período de 2013-2018 uma baixa efetividade da execução do orçamento. As receitas têm superado as despeças em níveis expressivos. Receitas de R$ 27 bilhões no período e despesas de R$ 8,1 bilhões.

Nota técnica produzida pelo Senado Federal já em 2017 apontava que a unidade orçamentária que mais contribuiu com o cumprimento da meta de superávit primário foi o FNAC (R$ 8,8 bi), representando 22% do esforço de todas as unidades orçamentárias. Representa desse modo, a não aplicação dos recursos no próprio setor aéreo devido a conflito de interesses.

A participação média dos gastos do FNAC no orçamento do Ministério dos Transportes – e posteriormente no Ministério da Infraestrutura – não ultrapassou 12% no período 2016-2019, o que sinaliza para a necessidade de revisão dos métodos de alocação dos recursos ao setor, no caso, especificamente para Toledo.

A logística municipal para o transporte aéreo deve focar nas novas entrantes, benefícios e infraestrutura local. A sub-regional de 09 lugares Aerosul, a regional Nella com turboélice ATR-72 de 70 lugares e a ITA com Airbus. Foto: aeroporto de Congonhas 1940.

Saudações e bons voos,

Claudio Lemes Louzada.

Gerente de transportes aéreos da operadora turística internacional Fulltravel Tours. Lisboa – Jerusalém – São Paulo. www.fulltraveltours.com