O criminoso tem 61 anos e não pôde ser liberado, já que cometeu um crime inafiançável; ele permanece preso aguardando a decisão de um juiz
Por Fernando Braga
Um registro repulsivo da prática de racismo aconteceu em Toledo no início da noite desta quarta-feira (20) em um posto de combustível, justamente na data em que é celebrado no Brasil o “Dia da Consciência Negra”.
De acordo com registro feito pela Polícia Militar, por volta de 18h30, uma viatura se deslocou ao posto para atender a ocorrência depois que um frentista solicitou a presença policial. No local, a equipe do 19º BPM ouviu o relato de que o motorista de um caminhão estava consumindo bebida e deixou uma lata de cerveja sobre uma bomba de combustível.
O frentista, assim que terminou de abastecer o caminhão, retirou a lata de cima da bomba e a entregou ao motorista, solicitando a ele que ao terminar o consumo da bebida, fizesse o descarte adequado, jogando o recipiente no lugar correto. Foi neste momento que o motorista passou a ofender o frentista, chamando-lhe de “negrinho”, de maneira vexatória. Disse ainda que não era para o trabalhador do posto ficar olhando para ele com “cara de cadela”, pois do contrário, iria lhe “pegar”.
Diante do relato, os policiais militares prenderam o caminhoneiro, que, junto com a vítima, foi conduzido à 20ª SDP para as providências cabíveis. Sabendo que, tanto o crime de racismo como o de injúria racial são inafiançáveis, a Gazeta de Toledo fez contato com a Polícia Civil para saber qual o destino do criminoso.
Identificado como V. D. S., o homem tem 61 anos e foi enquadrado no crime de injúria racial, que desde janeiro do ano passado foi equiparado ao crime de racismo, elevando sua pena, que antes era de 3 meses a 1 ano de detenção, para uma pena que pode variar entre 2 e 5 anos de prisão.
Por se tratar de crime inafiançável, a Autoridade Policial não pode arbitrar fiança, ou seja, cabe a um juiz decidir se o criminoso pode ou não responder ao processo em liberdade e estipular o valor da fiança, caso ele venha a ser liberado. Até o meio-dia desta quinta-feira (21), o criminoso não havia passado por audiência de custódia e encontrava-se preso, recolhido nas dependências da Cadeia Pública de Toledo.
