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Morre José de Paiva Netto, líder da Legião da Boa Vontade e símbolo de dedicação à educação, fé e solidariedade

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A informação foi divulgada pela Legião da Boa Vontade (LBV), da qual o jornalista e escritor era presidente. Foto: Reprodução

Da Redação

O Brasil perdeu nesta terça-feira (7) uma de suas figuras mais marcantes no campo da comunicação, da espiritualidade e da educação social. José de Paiva Netto, jornalista, radialista, escritor e presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), faleceu aos 84 anos, no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, no Rio de Janeiro, vítima de falência múltipla dos órgãos.

Nascido em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro, Paiva Netto iniciou ainda adolescente sua trajetória na LBV, ao lado do fundador da instituição, Alziro Zarur. Desde então, dedicou 69 anos de sua vida à causa da Boa Vontade, tornando-se uma das lideranças mais respeitadas do país por seu trabalho em prol da solidariedade e da inclusão social.

À frente da Legião da Boa Vontade desde 1979, o líder humanitário transformou a instituição em um dos maiores movimentos de assistência social e educacional do Brasil, com ações voltadas à promoção humana, à educação integral e ao amparo de pessoas em situação de vulnerabilidade. Sob sua direção, a LBV expandiu-se nacional e internacionalmente, consolidando parcerias e reconhecimento junto à Organização das Nações Unidas (ONU).

Inspirado por uma visão ecumênica e por valores de fraternidade, Paiva Netto foi o idealizador de propostas educacionais inovadoras, como a Pedagogia do Afeto e a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que integram o desenvolvimento intelectual à formação ética e espiritual. Essa metodologia foi aplicada nas escolas da LBV e inspirou projetos pedagógicos em outras partes do país.

Foto: Reprodução

Em 1989, Paiva Netto inaugurou o Templo da Boa Vontade, em Brasília, um dos monumentos mais visitados do país e símbolo do ecumenismo universal. O espaço tornou-se um marco de paz e espiritualidade, recebendo visitantes de diferentes religiões e culturas.

Autor de dezenas de livros, Paiva Netto teve suas obras traduzidas para mais de 25 idiomas, inclusive em braile, com tiragem superior a 10 milhões de exemplares. Entre os títulos mais conhecidos estão Reflexões da Alma, Cidadania do Espírito e Jesus e a Cidadania do Espírito, nas quais abordou temas como fé, ética, solidariedade e espiritualidade sob uma ótica universalista.

Além da atuação literária e religiosa, foi um nome de destaque na comunicação brasileira. Jornalista e radialista de grande influência, colaborou com veículos como Folha de S.Paulo, Jornal de Brasília, A Tarde e revista Manchete. Também foi membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da União Brasileira de Compositores (UBC).

Sua trajetória rendeu diversas condecorações, entre elas a Medalha do Centenário da Academia Brasileira de Letras, a Ordem do Rio Branco, a Ordem do Mérito Aeronáutico (grau de Comendador) e a Medalha do Pacificador, concedida pelo Exército Brasileiro.

Paiva Netto também se destacou por sua atuação cultural. Compositor e produtor musical, foi aluno do maestro Homero Dornelas, colaborador de Villa-Lobos. Sua composição “Marcha dos Soldadinhos de Deus” foi apresentada pela primeira vez em 1960, em homenagem à inauguração de Brasília.

O legado de Paiva Netto ultrapassa fronteiras religiosas e ideológicas. Seu trabalho uniu fé e ação social, inspirando gerações de educadores, voluntários e líderes comunitários a acreditarem na transformação pela educação e pelo amor ao próximo.

O velório será realizado nesta quarta-feira (8), na sede da Legião da Boa Vontade, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, em cerimônia aberta ao público. José de Paiva Netto deixa a esposa, Lucimara Augusta, os filhos Pedro, José Eduardo, Iraci, Tatiana, Alziro e Emmanuel Adolfo, além de netos e bisneto. Ele também teve Franklin, filho já falecido. Seu exemplo de vida e dedicação continuará ecoando nas obras e nos ideais que ajudou a construir ao longo de mais de sete décadas de serviço ao bem comum.

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