ENCAMINHADO AO PROGRAMA DO RODRIGO FARO – 31/01/2018

Eu me chamo Isaías dos Santos, tenho 55 anos de idade e nasci em Irai no Estado do Paraná em 28 de março de 1962. Já nasci com deficiência física e minha mãe percebeu de imediato que eu era diferente dos meus irmãos. Minha família por muito tempo procurou a medicina e outras formas de recursos para resolver a situação, quando os meus pais viram que a esperança na medicina tinha chegado ao fim, eles resolveram entregar nas mãos de Deus e aí tudo começou a mudar, pois eu comecei a andar aos oito anos de idade, ou seja, até ali eu me arrastava e mal conseguia dar dois ou três passos e já caia e, minha mãe me ajudava pegando em minhas mãos para que eu me firmasse e desse alguns passos e, foi depois dos oito anos de idade que comecei a andar, pois caia muito tombo e vivia com os joelhos esfolados. Batalhei muito em minha vida e pretendo batalhar ainda mais. Com muita garra, dedicação e apoio de minha família e alguns amigos, fui estudar. Terminei o segundo grau e fiz faculdade de Teologia, vindo a me forma com 54 anos de idade. Com a graduação agora tenho objetivo de fazer um mestrado em Teologia e dar aula. Ao longo do tempo muitas pessoas me viam como um coitado, que andava cambaleando devido às dificuldades físicas que tenho e muitas pessoas se distanciavam de mim por achar que eu estava alcoolizado ou algo do gênero. Mesmo assim, sempre acreditei em Deus e nas pessoas, nunca desvalorizando o ser humano pelas suas limitações. Entendo e compreendo que eu tenho as minhas limitações físicas, no entanto, nunca me fiz de coitadinho e também jamais usei da “muleta” da deficiência, ao contrário, sempre batalhei e persisti nos meus objetivos. Atualmente moro com a minha mãe de 89 anos de idade e minha sobrinha de 40 anos, elas me ajudam naquilo que eu preciso e sou muito grato por isso. Sou aposentado e recebo 1 salário mínimo de auxílio. Aqui venho relatar a minha superação no seguinte aspecto: Aquele menino que começou a andar após os 8 anos de idade e quando cresceu com as suas limitações foi excluído de uma certa forma da sociedade, venceu na vida, ou seja, aos 15 anos de idade fui vender doces, laranjas, vassouras, tudo isso na rua e, realizava as vendas em uma pequena gaiota, ou seja, uma pequena carroça com duas rodas de madeira que eu puxava. Fiquei conhecido na cidade como o Mané (apelido), o menino que vendia as coisas na rua. Fui ganhando a vida e ajudando a minha família. Ainda, quanto tinha 13 anos de idade minha mãe me colocou na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), no entanto, em pouco tempo eu percebi que ali não era o meu lugar e resolvi sair e estudar por conta própria até que em certo momento fui estudar em escola normal. Hoje, continuo vendendo doces na rua, mas agora com um triciclo. Falando em triciclo eu tenho um triciclo elétrico e também um não elétrico, pois utilizo este último para o dia a dia e assim com as pedaladas diárias vou realizando os meus exercícios. Já com o triciclo elétrico utilizo em situações mais especiais como é o caso de ir à igreja, pois sou temente a Deus. Por fim, sou uma pessoa que tenho os meus problemas e além das limitações físicas me considero normal como qualquer outra pessoa, explico melhor: tem dia que estou bem e tem dia que não estou tão bem assim, mas, quando isso ocorre faço a minha parada e reflito em minhas orações em conversa com Deus e, na sequencia, ELE me dá o sustento do dia a dia que é a força de vontade de vencer na vida. Deixo aqui a minha mensagem de superação: Na vida nada é fácil, mas com Deus tudo posso naquele que me fortalece. Gostaria muito de ser selecionado para contar um pouco mais de minha vida e das minhas superações às pessoas do Brasil inteiro. Grande abraço e tudo de bom caro Rodrigo Faro.