Dinheiro apreendido com um dos alvos da operação. Foto: DPF/Foz do Iguaçu

Além de Toledo, outras cidades foram alvos da operação; entre outros delitos, os policiais desviavam mercadorias apreendidas para depois vendê-las em plataformas de comércio eletrônico

Da Redação

A Polícia Federal (PF), através da equipe da Delegacia de Foz do Iguaçu, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (10), em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma operação para desarticular um esquema que envolvia agentes públicos na prática de crimes na região Oeste do Paraná.

A ação, denominada Operação Spoliare contou a participação da Corregedoria da PRF, que apura envolvimento de seus agentes no desvio de mercadorias apreendidas para darem destinação diversa da determinada em lei com intuito de obterem vantagens financeiras ilícitas. Os agentes também são investigados por facilitarem ações de particulares envolvidos com contrabando e descaminho.

A investigação teve início com a Corregedoria PRF e evoluiu para a instauração de um procedimento na Polícia Federal e contou com o apoio do Ministério Público. Nesta fase ostensiva das investigações, desencadeada hoje, mais de 150 policiais federais e 56 policiais da Corregedoria da PRF, cumpriram 55 mandados de busca e apreensão, 07 mandados de prisão cautelar, 11 mandados de afastamento da função pública e 2 mandados de sequestro de bens.

As ações ocorreram principalmente em cidades localizadas no Oeste paranaense, abrangendo Foz do Iguaçu, Toledo, Cascavel, Céu Azul, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Medianeira. Outras duas cidades do Paraná, Telêmaco Borba e Curitiba, também foram alvos, além de São Paulo (SP). As ordens judiciais foram expedidas pela 3ª Vara Federal de Foz do Iguaçu.

Dos sete mandados de prisão cautelares expedidos, quatro foram em desfavor de policiais rodoviários federais – um deles já aposentado, e três para particulares. Outros sete policiais rodoviários federais investigados foram afastados de suas funções e responderão a processo administrativo disciplinar, dentro da própria PRF, que pode resultar na pena de demissão, respeitado o devido processo legal.

Mercadorias encontradas na residência de um dos alvos em São Paulo. Foto: DPF/Foz do Iguaçu

Durante as investigações, também foi possível coletar elementos probatórios de que os envolvidos realizavam vendas dos produtos em plataformas de comércio eletrônicos, ou, contavam com auxílio de particulares para dar destinação ao material, normalmente enviado para o Estado de São Paulo.

Os servidores públicos envolvidos responderão por delitos funcionais previstos como crimes contra Administração Pública, e, se condenados, estarão sujeitos a penas máximas que somadas ultrapassam 30 anos de prisão. Já os particulares, que em diversas situações agiram em conluio com aqueles, também responderão criminalmente por suas condutas.

O nome da operação policial, designada Spoliare, é uma palavra de origem latina que significa “esbulhar da posse; privar de alguma coisa ilegitimamente, tirando-a por fraude ou violência; esbulhar da posse de alguma coisa; roubar.” O nome, portanto, faz alusão às condutas ilícitas praticadas pelos suspeitos.

PRISÕES

Até o início da tarde, um policial rodoviário federal havia sido preso em flagrante pelo crime de descaminho e outro por porte de granadas e munições de fuzil. Além deles, seis mandados de prisão haviam sido cumpridos. Uma pessoa estava foragida.

APREENSÕES

Ao todo, foram apreendidos R$ 434.000,00 em dinheiro, 84 celulares, 03 veículos, 02 laptops, 01 HD, 15 MacBooks, 02 iPads e 01 mala com amostras de medicamentos.

MANDADOS

Foram cumpridos 11 mandados de afastamento da função pública e 54 mandados de buscas, que foram cumpridos nas cidades de Foz do Iguaçu, Toledo, Cascavel, Céu Azul, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira e Curitiba, no Paraná, e em São Paulo (SP).

Veículo apreendido durante a operação. Foto: DPF/Foz do Iguaçu