Em uma guerra, cada soldado ocupa uma função no forte de batalha. Em relação a guerra contra a Febre Amarela, transmitida pela picada de mosquitos contaminados, temos alguns vigilantes peculiares. Os macacos. Eles ocupam o papel de sentinelas e, no caso de algum “ataque” são os primeiros soldados abatidos e que despertam a atenção do “comando”, neste caso, as autoridades sanitárias. 

A médica veterinária da Vigilância Epidemiológica de Toledo, Jaqueline Ferreira, explica que os macacos são mais frágeis que os humanos, caso sejam contaminados por mosquitos transmissores da Febre Amarela, por conta disso eles morrem com mais facilidade. 

“Por isso quando identificamos a doença na população silvestre nos arredores do município já sabemos que ela está na região. Existe a previsão de aparecer macacos mortos por aqui, isso pode caracterizar os primeiros que dão o sinal da doença, pois eles funcionam como sentinelas”, explica. 

O alerta não é em vão. No Paraná há indícios que os mosquitos contaminados chegaram ao litoral em 2019, quando começou a morrer macacos no primeiro semestre. “Na época não tinha campanha de vacinação naquela região, pois não tinha esse indicativo de doença. Por conta disso começou a aparecer casos em humanos”, acrescenta a veterinária. 

No primeiro semestre deste ano apareceu nos municípios das regionais de Cascavel e Pato Branco, onde surgiram os primeiros casos em primatas nas proximidades.

A previsão do Ministério da Saúde é que no início do ano de 2021 comecem a aparecer macacos mortos em nossa regional. “Na verdade já apareceram, porém as coletas de exames não apontaram nenhum caso positivo para Febre Amarela”, tranquilizou Jaqueline.

Apelo

“Nós precisamos que a população, principalmente o pessoal que faz trilha no interior, caso observem esses animais mortos, seja lá qual a raça (Macaco Prego, Bugiu, Sagui,…), que nos comuniquem. Tem um aplicativo (SISSGEL) que fica fácil de localizar. O importante é dar o maior número de detalhes para que seja fácil a localização”. 

O telefone para a comunicação é da Vigilância Epidemiológica (45) 3252-7851. “É preciso ter cuidado, pois se o animal estiver meio moribundo ele pode morder e atacar os humanos que talvez queiram se aproximar para brincar ou tirar uma foto. Então, é melhor evitar esse tipo de ação neste momento, pois apesar da febre amarela só passar por meio do mosquito, tem outras doenças que podem comprometer, como é caso da raiva”, alerta. 

Não maltratar

Outro alerta é para que as pessoas não saiam por aí caçando macacos. Eles exercem uma função importante nessa guerra contra a Febre Amarela. Somente quando são afetados pela doença é que podemos agir, coletando amostras para identificar a presença ou não da doença. Eles são nossos sentinelas. 

Vacinação

Hoje não temos casos de Febre Amarela no Município de Toledo. “Fizemos uma cobertura vacinal antes do início da pandemia da Covid-19, mas é importante esse trabalho para que possamos fazer um bloqueio vacinal e uma busca ativa para reforçar os cuidados na região”, informou a médica veterinária, Jaqueline Ferreira.

Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação