Estudos realizados pela Universidade de Glasgow e pelo Great Ormond Street Hospital, em Londres, revelaram que houve um aumento nos casos de hepatite aguda em crianças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022 foram registrados pelo menos 1.010 casos em 35 países. Infelizmente, esse surto resultou em 46 crianças necessitando de transplante de fígado, e 22 delas não sobreviveram.
A Dra. Lilian Cabral, especialista em Gastroenterologia/Hepatologia, destaca os principais sintomas aos quais os pais precisam estar atentos: “diminuição do apetite, sensação de fraqueza, fadiga e desconforto abdominal. A presença de icterícia, que é a coloração amarelada da pele e dos olhos, chama mais atenção para possíveis doenças hepáticas, as quais também podem ser acompanhadas por coceira generalizada, urina de cor escura e fezes de coloração esbranquiçada”, explica a profissional convidada pela Prati-Donaduzzi.
No Brasil, as hepatites virais mais prevalentes são causadas pelos vírus A, B e C. Além desses, temos o vírus da hepatite D, que é menos frequente, principalmente na região Norte do país. “A Hepatite é um termo genérico que se refere a qualquer inflamação no fígado. Existem inúmeras causas, como o uso excessivo de medicamentos, chás e suplementos. As hepatites B e C são causadas por vírus e podem se tornar crônicas, levando à cirrose e ao câncer de fígado se não tratadas adequadamente”, esclarece a médica.
Formas de transmissão
De acordo com dados do Ministério da Saúde, essas infecções têm um impacto significativo, resultando em 1,4 milhão de mortes por ano em todo o mundo, seja devido à infecção aguda, câncer de fígado ou cirrose associada às hepatites. As hepatites B e C podem ser transmitidas de várias maneiras, incluindo o contato com sangue contaminado. “É recomendável sempre esterilizar lâminas de barbear, alicates, agulhas e qualquer material que possa ter resíduos de sangue. No caso da hepatite B, existe uma vacina que é administrada em três doses”, orienta a Dra. Lilian. Além disso, a hepatite B é transmitida principalmente por relações sexuais, portanto, o uso de preservativos é recomendado.
Tratamento
Hoje em dia, a hepatite C tem grandes chances de cura. O tratamento é realizado com comprimidos, com duração de 12 a 24 semanas, a depender do caso. A hepatite B não tem cura, e nem todo caso precisa ser tratado com remédio. Quando o vírus estiver em atividade e o médico considerar que tem indicação, o antiviral é iniciado, e raramente pode ser suspenso. Já as hepatites A e E, também causadas por vírus, não se tornam crônicas, e não têm tratamento medicamentoso específico.