O -57kg é, tradicionalmente, uma das categorias mais fortes do judô brasileiro em Campeonatos Mundiais. E essa escrita continuou em Budapeste, com um nome que o mundo ainda não estava acostumado a escutar: Shirlen Nascimento.
A paranaense de 25 anos, natural de Toledo, começou a trilhar no cenário internacional no fim de 2024, no Grand Slam de Abu Dhabi, onde foi medalhista de bronze. A competição foi o início da estrada até o Mundial 2025. O bronze a classificou para a Seletiva Nacional; a Seletiva lhe garantiu vaga para o Campeonato Pan-Americano, onde foi campeã; o desempenho no Pan-Americano abriu portas para o Grand Slam de Astana, onde foi bronze; e a medalha na capital cazaque, por fim, a fez ser convocada para Budapeste.
No Mundial, o sorteio colocou a brasileira para enfrentar a coreana Mimi Huh, atual vice-campeã olímpica e campeã mundial, logo na primeira rodada. Mas, Shirlen entrou ligada e conseguiu anular o jogo da adversária, não dando chances e conseguindo jogá-la em waza-ari, o que a deu a vitória na luta. Em seguida, nas oitavas, a atleta que foi revelada em um projeto social no CAIC, em Toledo, e hoje defende o SESI São Paulo, onde treina atualmente, teve pela frente Yu-Chieh Yang, de Taiwan, e passou com um waza-ari nos segundos finais.
Nas quartas, veio o único revés do dia, contra a japonesa Momo Tamaoki, que mais tarde ficaria com a medalha de prata. Shirlen sofreu com a forte luta de solo da adversária, e acabou imobilizada por vinte segundos até o ippon, precisando ir à repescagem. Na luta, enfrentou a sérvia Marica Perisic, sexta do mundo e um dos nomes fortes da categoria. A sete segundos do fim, ela encaixou uma bela técnica de ashi que fez com que Perisic caísse de costas no chão. Ippon e vaga na disputa de bronze.
A luta final para a brasileira foi a primeira do bloco final de disputas, contra Maysa Pardayeva, do Turcomenistão. No golden score, Shirlen primeiro projetou a adversária em yuko, que foi retirado pela arbitragem. Mas, no hajime seguinte, marcou uma nova pontuação, dessa vez um waza-ari, para finalizar o combate e garantir a medalha de bronze.
Esse foi o primeiro Campeonato Mundial de Shirlen, e a primeira medalha.
“Eu peguei uma chave dura, logo no começo. Só que todo mundo me deu as dicas do que fazer, então pareceu até que foi um pouco fácil. Mas eu acho que eu sempre venho me esforçando muito, e uma hora o resultado vem. Eu acho que eu estou num momento muito bom, eu venho melhorando a cada dia. Estou tendo muita ajuda também, o pessoal vem me ajudando bastante”, disse Shirlen.
As disputas do Campeonato Mundial de Judô continua nesta segunda-feira (16), e o Brasil terá quatro representantes: Nauana Silva (-63kg) e Rafaela Silva (-63kg), no feminino, e Gabriel Falcão (-81kg) e Luan Almeida (-81kg), no masculino.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CBJ – Confederação Brasileira de Judô