Por Fernando Braga
Na noite de ontem, terça-feira (12), a Polícia Civil deu cumprimento ao mandado de prisão temporária expedido contra Thamires Rodrigues, a jovem de 21 anos que confessou ter matado com uma facada seu companheiro Luan Henrique dos Santos, de 24 anos. O crime aconteceu em 27 de agosto e a jovem se apresentou à delegacia dois dias depois, quando foi ouvida e liberada.
Ela contou em seu depoimento que convivia com a vítima e que o relacionamento era conturbado, com registros de violência provocada por ambos. Ele a agrediu algumas vezes, mas também ela chegou a agredi-lo em certas ocasiões. O desentendimento que desencadeou a reação da jovem a ponto de desferir uma facada no namorado, teria sido, segundo ela, em meio a uma discussão que envolvia o consumo de drogas. Ela não queria deixá-lo sair em busca de entorpecente e por isso brigaram. Toda a cena foi presenciada pelo filho do casal, que tem dois anos.
Depois de ouvida, Thamires foi liberada, uma vez que não houve prisão em flagrante e nem a prisão temporária havia sido decretada. No decorrer das investigações, a Vara Criminal de Toledo expediu o mandado de prisão temporária e por isso a jovem, que se encontrava na casa de parentes no momento da prisão, foi recolhida a Cadeia Púbica de Toledo.
Ela deverá aguardar a decisão da Justiça e será julgada pelo crime de homicídio. Porém, até a data do julgamento, Thamires não permanecerá em Toledo, já que a ala feminina da cadeia local, que por anos abrigou as mulheres que estiveram presas provisoriamente, foi desativada. Com a reestruturação pela qual a prisão passou durante a reclassificação do perfil dos presos, que transformou a unidade de Toledo em cadeia exclusiva para presos gays, travestis e transexuais, não há mais espaço adequado para a permanência de mulheres no local.
Desde a mudança, quando uma mulher é presa em Toledo, fica em uma cela isolada das galerias existentes, onde não tem contato, nem mesmo visual, com a população carcerária. A permanência no local é de no máximo 48 horas, que é o tempo determinado para que um juiz realize e audiência de custódia. Após ouvir a presa, o juiz decide se concederá a ela o direito de responder em liberdade ou se a manterá encarcerada. Se a decisão for pela permanência da prisão, a mulher é transferida para uma das quatro cidades da região Oeste que contêm unidades prisionais exclusivamente femininas.
No caso de Thamires, ela não passará por audiência de custódia, pois um juiz já decretou sua prisão, sendo assim, ela será transferida em breve. Até o final da tarde desta quarta-feira (13), ela ainda permanecia em Toledo, mas o DEPPEN (Departamento de Polícia Penal) já havia reservado uma vaga para ela em outra unidade. Por motivos de segurança não podemos revelar qual cadeia será seu destino, mas ela deve deixar Toledo nas próximas horas.
O delegado-adjunto da 20ª Subdivisão Policial, Dr. Rodrigo Baptista Santos, fala, no vídeo a seguir, sobre a prisão da jovem.