A vítima também teve um olho perfurado e está internada em estado grave no HUOP, em Cascavel

Por Fernando Braga

Em uma ação digna de reconhecimento, a Polícia Militar interveio em uma ocorrência de sequestro em Toledo e baleou o criminoso, que morreu horas depois no hospital. No entanto, antes da chegada da equipe policial, a refém foi esfaqueada diversas vezes e agora está hospitalizada em estado grave.

Depois de alvejado, Cláudio Henrique da Silva Grande, de 29 anos, foi encaminhado para o Hospital Bom Jesus, chegando a ser entubado. Ele não resistiu e veio a óbito. O criminoso levou um tiro que atravessou o braço e entrou no tronco. O disparo foi efetuado por um policial militar, no intuito de cessar a violência desmedida por ele cometida contra uma jovem de 19 anos, feita refém em sua própria casa.

O caso aconteceu quando M. C. F., retornava do cinema e chegava a sua casa. Pouco depois das 00:30 desta quinta-feira (12), a jovem foi abordada pelo criminoso, que é morador de rua e estava próximo da residência da vítima. Com uma faca, ele rendeu a moça, que gritou pedindo ajuda. Os vizinhos acionaram a PM e quando os militares chegaram encontraram a jovem mantida refém em sua casa, localizada na Rua General Estilac Leal, próximo ao Clube Toledão, que é onde ela trabalha.

Tivemos acesso às informações do sistema informatizado de segurança, que nos permite ter uma dimensão da insanidade do criminoso. Não se sabe se ele estava em surto psicótico ou sob efeito de drogas, para cometer tamanha barbárie contra a refém, assim como também não se sabe o que teria motivado o sequestro.

Quando os policiais militares chegaram, encontram várias pessoas da vizinhança, que saíram de suas casas ao ouvir os gritos da refém. Em meio a essas pessoas que estavam na rua, havia um policial rodoviário federal, que passou às equipes da PM informações mais específicas sobre o que estava acontecendo.

Da rua, se ouvia os gritos da jovem pedindo socorro. O local tinha baixa luminosidade e o acesso à casa era através de um estreito portão, pelo qual só dava para passar uma pessoa por vez.

Os quatro policiais militares, que foram os primeiros a chegar ao local, de imediato fizeram a formação do GATE (Grupo de Ação Tática Especial). Em posicionamento tático, eles passaram pelo portão para acessar a casa e o primeiro da fileira conseguiu visualizar o sequestrador sentado ao chão, segurando a refém em seu colo. Ela estava ensanguentada e seguia gritando.

Esse policial começou a conversar com o sequestrador, pedindo para que ele largasse a faca. Além de não obedecer, o criminoso passou a dizer que iria matar a moça. “A hora dela chegou”, “vou te matar”, falava ele. Em seguida, o agressor deu uma facada na jovem, e o policial, de imediato, efetuou o disparo. O sequestrador tombou e a equipe policial passou para a varanda da casa.

A refém foi afastada do sequestrador, que foi contido. O SIATE (Bombeiros) foi acionado para socorrer a moça, que foi encaminhada ao Hospital Bom Jesus. Ela tinha perfurações em um dos olhos, em um dos ouvidos e no tórax. Além disso, ela havia sido escalpelada (o escalpelamento é o ato de cortar ou rasgar uma parte do couro cabeludo, é a retirada da “tampa” da cabeça).

A jovem foi transferida ao HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), em Cascavel, onde se encontra em estado grave.

O sequestrador, que é natural de Alagoas, foi socorrido pelo SAMU e encaminhado ao Bom Jesus, onde passou por cirurgia e veio a falecer pouco antes das 11 horas.

Assista a seguir, os esclarecimentos do 2º Tenente Erivelton, Oficial de Comunicação do 19º BPM, durante atendimento a imprensa. O vídeo abaixo foi gravado antes do óbito do sequestrador.