Invasões
Em todos os meses de dezembro, Toledo era “invadido” por uma grande leva de “indígenas”. Estamos falando dos povos originários que deram nome ao nosso país, de suas crianças e adultos que ocupavam os semáforos e espaços públicos com o já familiar pedido: “MOEDÁ?” Uma melodia improvisada que, na prática, nos lembrava diariamente do lado social mais carente.

Invasões – Parte II
Há alguns anos, Toledo contava com poucos “andarilhos” ou “mendigos” — hoje batizados pelo politicamente correto como PSR (Pessoas em Situação de Rua). No entanto, o cenário se agravou e deu lugar ao que poderíamos chamar de PDC: “Pessoas Dependentes de Crack”. Estes cidadãos, escravizados pela pedra, vivem um ciclo sem fim de ações desesperadas para sustentar o vício, indiferentes às noções de certo e errado.

E a criatividade não falta: no último domingo, dia 1º de dezembro, um leitor da Gazeta de Toledo nos trouxe uma obra de “arte” de um desses PDC que chamou sua atenção. O artista, apelidado “Craquento” (porque não falta humor cruel nesta terra), resolveu, depois de esvaziar uma garrafa de cachaça, criar algo que talvez seja uma provocação aos nossos tempos.

Pegou um punhado de areia suja, flores e folhas roubadas de um jardim, um pedaço de isopor, um pouco de água igualmente suja e, voilà, nasceu a “natureza-presa” em uma garrafa! Preço? R$ 10,00 — valor exato de uma pedrinha de crack.

P.S.: Este jornalista presenciou a venda em plena luz do dia na rodoviária de Toledo. Um ato que não só escancara a degradação social, mas também desafia nossa paciência e a das autoridades. Respondi ao leitor com uma ironia amarga: “Bem, pelo menos ele não te assaltou.”

Invasões – Parte III
Encerrando a sessão “invasões”, passemos agora às criaturas de quatro patas: as capivaras silvestres! Nas últimas semanas, houve três ocorrências envolvendo esses fofos representantes da fauna nacional. Uma delas mobilizou uma verdadeira força-tarefa: Secretaria do Meio Ambiente, Guarda Municipal, Bombeiros, Polícia Militar, Instituto Água e Terra (IAT) e, acreditem, até a Polícia Rodoviária Federal! Isso mesmo: um destacamento digno de filme para resgatar… uma capivara.

Enquanto a “crise das capivaras” arranca risos de uns, a crescente insegurança de Toledo faz outros franzirem o cenho. Como escrevi na semana passada, já não se trata apenas de uma questão social. Isso tudo está se tornando caso de polícia — e talvez de zoológico.

Invasões – Parte IV

Hoje, não vamos falar daquelas “capivaras” que é impressa com nomes de alguns políticos de Toledo. Motivo: Faltam 20 dias para o NATAL!.

Laranja na EMDUR

Um servidor lotado na secretaria de Meio Ambiente, mais precisamente com cargo no aterro sanitário, atuando cotidianamente na EMDUR como motorista do caminhão “tapa-buracos” e líder de equipe, inclusive ganhando adicional como supervisor de equipe.  mas está lotado no aterro sanitário, assim quem paga o salário dele é a secretária do meio ambiente. Será que foi feito a tramitação “legal” de cedência?

Sem receber?
Meus “urubus” estão em polvorosa! Eles têm sobrevoado as repartições públicas de Toledo e, pasmem, descobriram que em algumas delas haverá visitas nada amigáveis de fornecedores do interior, prontos para cobrar o que é devido. Produtos entregues, mas sem pagamento à vista — literalmente. Será que corremos o risco de ver uma “romaria dos cobradores”? Detalhe: dizem que o din-din já foi parar no fundo do baú… Será que sobrou só o pó?

Sem receber? – Parte I
O burburinho nos bastidores é que nem os cabos eleitorais escaparam do calote. Muitos ainda aguardam o pagamento integral das promessas feitas na última campanha. Segundo minhas aves (as mesmas que adoram um escândalo), a culpa seria dos famosos acordos em duas parcelas: uma antes da eleição e outra para depois, caso o resultado fosse positivo. E, bom, o resultado foi… negativo. Agora, esses cabos estão formando filas maiores que as do SUS em algumas portas para tentar receber. A dificuldade? Digamos que o “cofre” está trancado e a chave parece ter sido jogada fora. Em tempo: Meu “urubu-nó”, jurou-me que, os primeiros SUPLENTES da chapa derrotada são quem estão pagando a ação do pedido de cassação da chapa vencedora.

Moral da história:
Perdeu, Mané. Nunca conte com o ovo no … da galinha antes de ela botar! E, pelo visto, a galinha dessa história não só não botou, como ainda fugiu do galinheiro…

Toledo, terra de invasões e ausências

Dezembro chega, e com ele, a melodia melancólica do “MOEDÁ?”. A cada ano, os semáforos de Toledo se transformam em palcos para uma lembrança coletiva: os povos originários (índios), suas crianças e adultos, nos lembram do lado social mais carente. Com mãos estendidas e olhos que carregam histórias seculares, invadem o que resta de nossa indiferença, clamando por algo que vai muito além de moedas.

Enquanto isso, nas calçadas, vielas e próprios público da cidade, os PSR — Pessoas em Situação de Rua, ou, na verdade, PDC: Pessoas Dependentes de Crack — traçam uma outra trilha. Escravizados por uma pedra cruel, esses cidadãos vivem num ritmo próprio, dançando entre a marginalidade e o abandono. Um “artista” que apelidaram de “Craquento” nos presenteou recentemente com sua versão de uma obra de arte urbana: areia suja, flores roubadas e uma garrafa vazia que carrega, quem sabe, um pedaço de sua própria alma. Preço da arte? Dez reais. Valor exato da próxima dose de anestesia para uma vida que ele mesmo já desistiu de entender.

E, enquanto a cidade desmorona sob seus dilemas sociais, as capivaras, os únicos invasores que arrancam sorrisos em meio ao caos, protagonizam resgates dignos de Hollywood. A operação, envolvendo uma força-tarefa que inclui desde a Guarda Municipal até a Polícia Rodoviária Federal, nos dá uma ideia clara de prioridades: salvar a capivara é urgente; salvar os cidadãos, talvez, um dia. É um espetáculo tragicômico, onde a vida silvestre ganha holofotes enquanto a urbana se desfaz nas sombras.

E aí está Toledo, nossa terra de invasões e ausências. Invasões de carências, vícios, e descasos, mas ausências gritantes de gestão, de empatia e de soluções reais. Dezembro deveria ser o mês da esperança, do recomeço, mas aqui, parece o mês da ironia. Pois enquanto resgatamos capivaras e colecionamos “capivaras” (as outras, de papel com nomes de políticos), nossas ruas se tornam arenas de sobrevivência.

E no horizonte? O Natal, é claro. Que venha o Natal, então, com suas luzes e promessas. Porque, se há algo que Toledo aprendeu a fazer bem, é sobreviver ao seu próprio roteiro de invasões — e esperar que, um dia, alguma autoridade decidam virar a página.