Foto: Fernando Braga

Por Fernando Braga

É assustador e incompreensível. A tragédia que abalou o Paraná nesta sexta-feira (15) e ganhou destaque em todo o País tem contornos macabros e apresenta como responsável um policial militar do 19º Batalhão, que dizia-se depressivo, como descobrimos depois que áudios por ele gravados vieram à público.

Além dos áudios, que apresentamos abaixo, também temos a narrativa dos fatos, feito pelo Comandante-Geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Hudson, durante entrevista coletiva concedida à imprensa na cidade de Londrina, onde o comandante se encontrava no momento das investigações.

Ao que tudo indica, tudo foi planejado pelo policial Fabiano Junior Garcia, que, depressivo ou não, estaria desiludido quanto ao futuro de seu relacionamento, uma vez que a esposa queria se separar dele.

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Com sangue frio, o soldado Garcia, como era conhecido na corporação, fez suas primeiras vítimas em Toledo e depois seguiu para Céu Azul, cidade que fica a cerca de 60 quilômetros de distância, onde prosseguiu com as mortes. Depois ele retornou a Toledo, onde continuou a matança. Ao todo, antes de se matar, ele tirou a vida de oito pessoas, incluindo seus filhos de doze, oito e quatro anos, que morreram com tiros na cabeça.

Fabiano Garcia estava na Polícia Militar há 12 anos. Foto: Reprodução/PMPR

Assim que tomamos conhecimento, nossa equipe de reportagem se dirigiu rapidamente à residência de Garcia, local onde foram assassinadas a esposa do policial e as crianças. Em frente a essa residência, depois de cometer todas as mortes, incluindo a de seu irmão e de sua mãe, em outro endereço, e a de dois jovens que ele escolheu aleatoriamente na rua para matar, o militar entrou em seu carro e tirou a própria vida.

Como fomos os primeiros a chegar, pouco depois da 01 hora da madrugada, tivemos acesso a casa antes que fossem instalados os cordões de isolamento. Com isso, fizemos os únicos registros em fotos que se tem do local durante os atendimentos prestados pelo SAMU, pelo IML e pelas polícias Civil e Militar. Apesar de termos várias fotos, que aparecem no final da matéria, não conseguimos naquele momento as informações completas, que só foram repassadas à imprensa no decorrer do dia. Dessa forma, as primeiras notícias divulgadas continham informações extraoficiais, muitas delas desencontradas.

Agora, com o esclarecimento dos fatos e a identificação dos mortos, conseguimos juntar as peças para tentar entender essa tragédia, que é difícil de acreditar que tenha acontecido.

Na relação de mortos estão:

Kaio Felipe Siqueira da Silva, de 17 anos, pessoa desconhecida do policial;

Luiz Carlos Becker, de 19 anos, pessoa desconhecida do policial;

Kassiele Moreira, de 28 anos, esposa do policial;

Irene Garcia, de 79 anos, mãe do policial;

Claudiomiro Garcia, de 50 anos, irmão do policial;

Amanda Garcia, de 12 anos, filha do policial, fruto de outro relacionamento;

Kamili, de 08 anos, filha do policial;

Miguel, de 04 anos, filho do policial.

Para entender a dinâmica dos acontecimentos e a sequência de mortes, vamos assistir as explicações do Comandante-Geral da PMPR, coronel Hudson:

Os áudios que o coronel Hudson se refere em sua fala estão abaixo. No primeiro, ouvimos o soldado Garcia tentando justificar suas atrocidades, algo não tem explicação e muito menos justificativa.

No segundo áudio, Garcia pede a outro policial, seu colega de trabalho, para conseguir alguém para cobrir seu posto. Naquele momento, a chacina já estava em curso.

Veja a seguir, algumas imagens registradas nessa madrugada, que não havíamos publicado até o momento.

Veja também: Policial que matou oito pessoas em Céu Azul e Toledo, cometendo suicídio em seguida, não será velado