Por Marcos Antonio Santos
A região de Toledo, assim como outras áreas do Brasil, tem enfrentado um aumento no risco de incêndios florestais, principalmente durante os meses de seca. Esses incêndios, muitas vezes causados por atividades humanas, como queimadas irregulares e a expansão agrícola, ameaçam ecossistemas locais e prejudicam a saúde pública devido à poluição do ar.
O comandante do 2º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Toledo, capitão Guilherme Rodrigues de Lima, alerta sobre o elevado crescimento de incêndios ambientais na região em 2024.
“Se compararmos esse período mais crítico deste ano com o mesmo período do ano passado, tivemos um aumento de 250% no número de ocorrências de incêndios ambientais. Realmente, o ambiente está propício a isso. Pedimos que as pessoas denunciem os incêndios criminosos. Estamos trabalhando junto com as autoridades para implementar medidas de coerção mais eficazes, para que possamos realmente atuar em parceria com o município e trazer a responsabilização a quem de direito nesses casos. A grande maioria, para não dizer a totalidade dos casos, é causada por fatores humanos, e precisamos agir para ter uma resposta efetiva em relação ao número de ocorrências”, afirma o comandante.
Nesta semana, os bombeiros de Toledo atenderam a cinco chamadas de incêndios quase simultâneas. O capitão Rodrigues menciona ainda que todos os anos o Corpo de Bombeiros percebe um aumento no número de incêndios ambientais nos meses de julho, agosto e setembro. “Este período do ano, devido ao clima, geadas, fortes ventos e tempo seco, torna o ambiente propício ao desenvolvimento de incêndios. Pequenas ações, como a limpeza de terreno com fogo, churrasqueiras mal apagadas ou bitucas de cigarro jogadas na estrada, acabam, nesse clima seco, resultando em grandes incêndios. Nesta semana, tivemos cinco ocorrências quase ao mesmo tempo, o que esgotou a capacidade de atendimento do Corpo de Bombeiros. Foi um período bem crítico, e tivemos que gerenciar como realizar os atendimentos. Este ano, em particular, estamos enfrentando um crescimento exponencial fora do comum em relação aos anos anteriores”, ressalta.
Céu cinzento
Nos últimos dias, o céu de Toledo está cinza e carregado de fumaça, tornando cada vez mais difícil respirar ar puro. O capitão Rodrigues comenta que essa fumaça está vindo da região de Umuarama, nas proximidades do Parque Ilha Grande. “Na semana passada e nas anteriores, havia uma frente forte na região de Maringá e Umuarama, tanto que estavam pensando em acionar a força-tarefa estadual do Corpo de Bombeiros para atuar nessa região. Nesta semana, há um grande foco no Parque Ilha Grande, e a maior parte da fumaça vem de lá. Já na semana passada, parte da fumaça vinha de Umuarama. Temos também a questão do Aterro Sanitário de Toledo, e algumas pessoas acham que a fumaça vem de lá, mas não é o caso. A grande parte vem da Ilha Grande, que não é tão longe, além do acumulado das semanas anteriores na região de Umuarama”, relata o capitão Rodrigues.
Devastação e conscientização
Em Toledo, áreas de preservação ambiental, como matas nativas e reservas, são especialmente vulneráveis durante os períodos de estiagem. O impacto dos incêndios florestais pode ser devastador para a fauna e flora, resultando na perda de biodiversidade e degradação do solo. Além disso, o combate a esses incêndios requer recursos significativos de equipes de bombeiros e brigadas especializadas, que precisam agir rapidamente para evitar que as chamas se espalhem e atinjam áreas urbanas ou propriedades rurais.
A conscientização da população sobre práticas sustentáveis e a denúncia de queimadas ilegais são fundamentais para a prevenção desses desastres. Além disso, políticas públicas que incentivem a preservação do meio ambiente e o uso consciente da terra desempenham um papel crucial no controle e na redução dos incêndios florestais na região.