Os diretores do Instituto Ideas de Florianópolis, responsáveis pela gestão do Hospital Regional de Toledo (HRT), participaram da reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde realizada no último dia 30 de julho, onde apresentaram uma prestação de contas. No entanto, surgiram muitas dúvidas e identificaram-se falhas nos números apresentados.
Entre as inconsistências, destacam-se a ausência de algumas verbas anunciadas anteriormente e erros nos dados apresentados, como o número de leitos: foi informado um total de 79, mas o documento contava apenas 77.
Mais de 320 contratados
Outro ponto de preocupação é o número de contratações, que já ultrapassou 320 funcionários. Além disso, diversas empresas prestam serviços de forma suspeita, levanta a necessidade de uma auditoria independente para investigar os gastos. A expressão “coelho cuidando da horta” foi utilizada por um membro da saúde para ilustrar a falta de fiscalização adequada.
Receitas versus despesas com médicos
Uma situação que chamou a atenção foi a discrepância entre receitas e despesas. O total de receitas alcançou R$ 2.547.217,77, enquanto os gastos apenas com serviços médicos e multiprofissionais superaram R$ 3,5 milhões.
E as verbas parlamentares?
Permanece a dúvida sobre as emendas parlamentares anunciadas e se foram incluídas na prestação de contas. Segundo o presidente do Conselho Municipal de Toledo, apenas os valores dos dois deputados federais de Toledo foram liquidadas. A respeito dos R$ 5 milhões anunciados pelo vice-prefeito de Toledo, ao lado do deputado federal Giacobo, não houve informação sobre a inclusão desses valores na prestação de contas ou se foi apenas um “fake”.
Vejam nesse documento resumido os números do HRT e da IDEAS
Saindo das Tocas
Mesmo com o encerramento das convenções no dia 5 de agosto, muitos dos pré-candidatos a vereador permaneceram bem escondidos quando confrontados sobre suas opiniões sobre as candidaturas majoritárias. Estavam se valorizando, esperando garantias financeiras, ou não acreditavam nos nomes apresentados e preferiam se abster? Acredito que sejam os dois casos. No entanto, tenho certeza de que, no futuro, essa postura de “não sair da toca” lhes custará um sonoro NÃO.
Coronelismo em pleno século 21?
Gostaria de uma explicação mais lógica sobre por que um deputado estadual, que estava cogitado para ser o 1º secretário na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e tinha sob seu comando o município de Assis Chateaubriand, decidiu largar tudo para concorrer ao cargo de prefeito.
Coronelismo em pleno século 21? I
Seria esse um exemplo de coronelismo no século 21? Essa decisão parece desastrosa e remete à época do coronelismo, caracterizado por um líder local que detém poder econômico e político por meio de ameaças e troca de favores.
Coronelismo em pleno século 21? II
Para aprofundar a comparação com o coronelismo, o deputado ainda decidiu colocar sua própria esposa como vice, evidenciando uma sede de poder desmedida. A tentativa de concentrar tanto poder em um só grupo pode acabar sendo contraproducente, pois quem busca dominar tudo acaba caindo em suas próprias armadilhas.
Entre números incertos e promessas evaporadas
O Hospital Regional de Toledo parece estar enfrentando um verdadeiro turbilhão. Envolto em números que não batem e controvérsias sobre verbas que evaporam antes mesmo de serem contabilizadas, o hospital, gerido pelo Instituto Ideas de Florianópolis, é uma trama de mistérios financeiros que exigem não apenas a atenção, mas uma ação decisiva e transparente dos órgãos responsáveis.
No cerne da questão está uma discrepância flagrante entre receitas e despesas, um abismo financeiro que sugere mais do que simples erros administrativos. Como é possível que as despesas com equipe médica e multiprofissional ultrapassem as receitas em quase um milhão de reais? Essa é uma matemática que nem os mais criativos contadores poderiam justificar sem corar.
Adiciona-se a isso a saga das emendas parlamentares, aquelas promessas feitas em palanques que deveriam encontrar seu caminho para os cofres do hospital mas que, ao que tudo indica, se perderam no meio do caminho. A falta de clareza quanto à aplicação desses recursos é um enigma que nem Sherlock Holmes gostaria de decifrar.
E enquanto os números dançam em relatórios confusos, mais de 320 funcionários foram contratados. Essa expansão da equipe, embora possa parecer um sinal de crescimento, sob as circunstâncias atuais soa mais como uma orquestra aumentando o volume enquanto o Titanic afunda. Não menos perturbadora é a observação de que “coelho cuidando da horta” descreve perfeitamente a falta de fiscalização que parece permear a gestão do hospital.
No final, enquanto Toledo observa a dança das convenções políticas e pré-candidatos “se valorizando” nas sombras, o Hospital Regional de Toledo enfrenta uma crise de confiança e financeira que não pode ser ignorada. Essa situação não é apenas uma questão de números; é uma questão de responsabilidade pública, integridade e, acima de tudo, da saúde e bem-estar da comunidade.
Assim, enquanto alguns políticos locais permanecem “escondidos”, o futuro do hospital, e talvez de sua gestão, deveria ser qualquer coisa menos invisível. É hora de trazer luz a essa escuridão, de exigir respostas claras e ações concretas. Afinal, quando se trata de saúde, o que está em jogo é a vida das pessoas – um preço alto demais para qualquer sociedade pagar em meio a jogos políticos e gestões duvidosas.
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