Por Marcos Antonio Santos
O rim tem um total de 2.011 pacientes na fila de espera no Paraná
A Hoesp/Hospital Bom Jesus, do município de Toledo, há muitos anos é um exemplo nesta nobre missão de salvar vidas, por meio da doação de órgãos. E mais uma doação que salva vidas foi realizada na última segunda-feira,12.
O Bom Jesus acompanhou a captação de dois rins. A doação foi possível por meio do “sim” da família da paciente, de 75 anos de idade, que teve a confirmação da morte encefálica. “É através desse aceite que podemos oportunizar a alegria de muitos que estão na fila aguardando por um órgão”, diz o coordenador da CIHDOTT da Hoesp, Itamar Weikanko.
Os rins captados foram destinados a Curitiba por meio da Central de Transplantes, e toda doação foi acompanhada pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. “Doar órgãos é um gesto de amor, salva vidas. E isso só é possível com o “sim” da família e do trabalho de toda equipe do hospital”, avalia Itamar.
Neste ano de 2024, o Bom Jesus já realizou três captações de órgãos. Itamar confirma que essa senhora foi diagnosticada com um derrame (AVC isquêmico). “Ela tinha as condições de ofertar os rins. A família muito solicita teve esse ato de benevolência, ato de amor ao próximo, ato nobre de conceder a doação dos órgãos para outras famílias que estão na fila, aguardando. E assim foi feito na segunda-feira a remoção dos órgãos”.
De acordo do Itamar, no Paraná mais de 3.600 pessoas aguardam na fila por um órgão. “Quem recebe esse órgão tem vida plena e condições quase normais de restabelecer o seu dia a dia”.

PROTOCOLO – Em média o protocolo de doação no Bom Jesus para cada dez pacientes é de 9,5 das famílias aceitam a doação. Itamar confirma que no hospital, nos últimos onze anos, de cada 10 protocolos concluídos, que se abre a possibilidade de fazer a pergunta a família se quer doar os órgãos, 9,5 concordam. “Se os familiares entenderem o processo e tem a confiança no atendimento do hospital, é confirmada a doação, se a família concordar”.
Itamar Weiwanko explica que o protocolo é uma diretriz brasileira que o hospital precisa respeitar. “Temos a obrigatoriedade de diagnosticar a doença que o paciente tem, seja um câncer, HIV, tuberculose, enfarte. E também de diagnosticar o paciente com morte cerebral. Estou há mais de 17 anos nesse serviço e tenho três pós-graduação, e a meu ver, é algo de mais complexo que existe dentro da instituição e para se fazer um diagnóstico, requer muito conhecimento. Não é qualquer pessoa que pode doar órgão, somente quem tem o diagnóstico concluído de morte encefálica, que é quando o cérebro morre, mas o coração, por exemplo, ainda bate e os outros órgãos continuam funcionando por um tempo”.
FILA DE ESPERA – Ao todo, hoje, são 3.600 pessoas no Paraná aguardando por uma doação de órgão, e vem aumentando. O transplante renal é o que tem a maior fila,
O rim tem um total de 2.011 pacientes na fila de espera (1.147 homens e 864 mulheres); córneas, 1.280 (646 homens e 634 mulheres); fígado, 241 (139 homens e 102 mulheres); rim pâncreas, 21 (14 homens e 7 mulheres); pulmão, 16 (6 homens e 10 mulheres); pâncreas, 2 (1 homem e 1 mulher); coração, 29 pacientes (16 homens e 13 mulheres). “O coração tem um tempo de 4 horas para ser transplantado e começar a bater no peito de uma outra pessoa, em qualquer lugar do Brasil; o fígado são 12 horas de espera; os rins são 18 horas; as córneas podem ficar em conservação por até 15 dias; os ossos podem ser congelados por até cinco anos”, relata Itamar Weiwanko.