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Histórias da vida: Rapaz de Toledo com autismo participa de projeto comunitário

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Por Marcos Antonio Santos

Gabriel quando pequeno fez tratamento com equoterapia, agora será auxiliar de terapeuta

Destino, providência divina, felicidade. O momento que Tania Bilato e o filho Gabriel Bitalo, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), estão vivendo somente pode ser uma bênção da vida.

Gabriel quando tinha três anos de idade fez tratamento com equoterapia, também conhecida como terapia assistida por cavalos, é um método terapêutico que busca o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com necessidades especiais.

O projeto é realizado em Toledo há 19 anos pela terapeuta Michelys Queiroz. “Iniciamos com passos de formiga, com pouco apoio na época. Mas com o tempo, com os frutos do nosso trabalho, com os ótimos resultados, conseguimos mostrar que é uma terapia que realmente vale a pena e está aí para somar e agregar com todas as outras. Hoje atendemos mais de 130 crianças na semana, crianças com diversos tipos de patologias, patologias motoras, cognitivas, psicológicas. Estamos na reabilitação neuropsicomotora”.

PROJETO COMUNITÁRIO – Passado todo esse tempo, Gabriel, agora, com 19 anos e cursando o 2º ano de direito da PUCPR (com bolsa integral) recentemente recebeu a informação que participará a partir do dia 10 de julho, do projeto comunitário realizado por todos os alunos da PUC de modo geral. E passará um período auxiliando Michelys, no Centro de Eventos Ismael Sperafico.

Desde 2009, o serviço é oferecido de forma regular no Centro de Eventos. Foto: arquivo pessoal

Segundo ele, o seu sentimento da realização desse projeto, não é diferente aos demais alunos da instituição. “Porém, ao contrário dessa mesma sensação, é uma honra e satisfação enorme em saber que, dentre todos que foram atendidos por esse método de tratamento, fui o único até então, a retornar para ajudar os atuais pacientes, sendo que outrora eu já fora um deles. É um sentimento único, para dizer o mínimo, condiz com o meu objetivo ao cursar o Ensino Superior, que é auxiliar quem precisa, dar voz para aqueles que não tem, e dar ouvidos a aqueles que não são ouvidos”, afirma Gabriel, que além de cursar direito, trabalha em um supermercado da cidade e dirige o seu próprio carro.  

MÃE – Tania disse que está muito feliz pelo filho. E recorda que ele fez por muitos anos o tratamento com equoterapia. “Pode dizer que nada é por acaso, como diz, não tem nada por acaso. Isso é providência, ele vai voltar lá e vai estar ajudando a fazer esse trabalho com crianças que têm necessidades especiais. Quando ele disse sobre o estágio foi uma emoção muito grande”, relata.  

Conforme Tania, o tratamento foi impactante, porque no início eles não tinham condições de pagar, na época não era ofertado pelo Sistema Único de Saúde, e ela lembra que a Michelys fazia voluntariamente esse trabalho, até que eles conseguiram implantar o tratamento pelo SUS. “O Gabriel foi um dos primeiros que teve essa bênção de fazer a equoterapia, que ajuda muito a criança que tem Transtorno do Espectro Autista. Ele não falava e ajudou na fala, na postura, no comportamento dele. Esse tratamento fez muita diferença, o Gabriel praticou muitos anos e devido a isso teve uma grande melhora, com certeza, tanto que agora vai retornar e fazer um trabalho no Centro de Eventos”.

FELICIDADE – Michelys Queiroz disse que recebeu a notícia com uma alegria imensa. “No primeiro instante fiquei surpresa, como diz o outro, fiquei de boca aberta. E pensar que o menino, que há mais de 12 anos, veio até mim como paciente, precisando de ajuda, precisando de reabilitação, agora irá colaborador no meu projeto. Então é uma surpresa muito grande”.

“Ver o Gabriel, adulto, com todo esse potencial, cursando uma faculdade, é muito bom, porque isso faz com que a gente acredite que realmente vale a pena: dedicação da família, que busca as terapias. Sempre falo que a somatória de todas, o conjunto da fisioterapia, da fono, da parte da psicologia, terapia ocupacional, os médicos, então todo esse trabalho em conjunto dá um diferencial. A Tania sempre foi uma guerreira que buscou o melhor para o Gabriel, e o resultado está aí”, menciona Michellys.

Desde 2009, o serviço é oferecido de forma regular no Centro de Eventos Ismael Sperafico, e em 2022, o local conta com área para a equoterapia, baias para os cavalos e área administrativa e pedagógica.

Benefícios da equoterapia para pacientes autistas são inúmeros. Foto: arquivo pessoal

BENEFÍCIOS – Michelys disse que os ganhos da equoterapia para pacientes autistas são inúmeros. “Mas o que a gente destaca mais são os benefícios motores, na psicomotricidade e também cognitivos e psicológicos. Porque quando a gente utiliza um animal como uma ferramenta de reabilitação, e estudos comprovam que esse animal proporciona um movimento tridimensional no nosso praticante, que são movimentos para cima, para baixo, para um lado, para o outro, para frente, para trás, esses movimentos são os mesmos da marcha humana. Então o estímulo motor é muito grande. Porque recrutamos um número muito grande em musculatura.  Isso faz com que essa parte motora seja estimulada com grande intensidade. Além disso, trabalha equilíbrio por estar em cima de um animal que fica 100% em movimento. A gente sempre costuma falar que cavalo é sinônimo de movimento, porque ele nunca fica parado”.

Para ela, a sociedade tem que ter o Gabriel como exemplo. “As pessoas não podem se acomodar e aceitar um diagnóstico e achar que aquilo é o fim ou que aquilo é algo pesado de se carregar na vida. Não. Todos nós temos diferenças e todos nós temos limitações. Então precisamos aprimorar, se lapidar em cima das nossas dificuldades e encarar a vida. É assim que eu vejo o Gabriel fazendo hoje”, destaca Michelys Queiroz.

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