Por Marcos Antonio Santos
O Grupo de Apoio “Mãos Estendidas”, de Toledo, tem por objetivo auxiliar pessoas/famílias que estão convivendo com casos de depressão. O pastor, teólogo e administrador com 10 anos de função pastoral, e um dos organizadores e mediador do projeto, Oswaldo Brejanim Junior acredita que falar sobre o assunto é o ponto de partida para a cura. E eles estarão todas as quintas-feiras, das 19h às 20h, no Centro da Juventude, do Jardim Europa, ouvindo, compartilhando experiências e dando uma palavra de incentivo.
“Os encontros são de livre demanda, temos uma sala no Centro da Juventude, as pessoas podem chegar e não precisam marcar horário. Fazemos uma roda de conversa; ouvindo as pessoas; trazendo uma palavra de incentivo; orientando a respeito dos serviços públicos de saúde, quem auxilia na parte da depressão; quem eles podem procurar; telefones que podem acionar”, explica Oswaldo.
SUICÍDIOS – Ele disse que os casos de depressão em Toledo são preocupantes, e em muitas vezes terminam em suicídios. O pastor alerta ainda para os números de suicídios em Toledo nos últimos anos. “De 2019, até o primeiro quadrimestre de 2023, o Departamento de Saúde Mental, do município de Toledo, registra 86 suicídios. Em 2019, 20; 2020, 17; 2021, 27; 2022, 16; 2023, até o mês de abril, 06. Todos esses suicídios por depressão, síndrome do pânico, ansiedade, e outras patologias. A preocupação com esses dados é grande”, avalia.
Segundo a diretora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, Leila Machado, esses números são de conhecimento público. “É uma pesquisa pública e estão nos nossos relatórios de gestão. Em setembro teremos uma audiência onde iremos publicizar os números atualizados do último quadrimestre. Sobre a questão das causas, nas fichas do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), não temos como identificar a causa; se a pessoa cometeu suicídio, se estava depressiva, ou alcoolizada, ou por dependência química. Essa questão sempre é tratada como multifatorial. Contudo, a pessoa que tem transtorno mental, acaba tendo um risco maior para o suicídio, principalmente, transtorno de humor. Todo o transtorno mental, é uma comorbidade. A pessoa que entra em processo de dificuldade na vida e tem um transtorno mental associado, tem maior risco de suicídio. Não temos como levantar desses suicídios, quantos foram causados por depressão, talvez em todos havia um fator de uma tristeza, mas um possível diagnóstico não podemos apresentar”, afirma Leila Machado.
OUVIR AS PESSOAS – De acordo com o pastor Oswaldo, a maior dificuldade dessas pessoas é ter alguém com quem falar. “Queremos ouvir as pessoas, com a experiência que temos, sabemos que a dificuldade delas é em falar, encontrar um ambiente seguro e tranquilo para poderem ser ouvidas. Um ambiente que eles possam se sentirem à vontade e que não estão sozinhos. Perceberem que não está acontecendo somente com eles, que não estão ansiosos sozinhos. Tem pessoas que estão vivendo a mesma situação, e fazer com que isso seja trabalhado para que possa haver uma melhora na condição dessas pessoas. Não iremos tratar da saúde, faremos uma roda de conversa para ajudar essas pessoas a encontrarem um caminho, seja espiritual, orientações de profissionais de saúde competentes para o assunto”.

Ele alerta que pouco se fala desse tema. “Está acontecendo dentro da nossa cidade. Somente até abril foram seis suicídios, e ninguém está falando disso. Estamos nos mobilizando e não defendemos bandeira de igrejas ou partidos políticos. Nos sensibilizamos pelas pessoas que passam por isso. Vamos fazer o que pudermos, tudo gratuito, sem viés institucional. Queremos doar esse tempo para tentar diminuir esse drama em Toledo. Ser solidário com o nosso próximo”.
“Mais informações mandem um direct que estaremos a disposição para esclarecer sobre o projeto e auxiliar no que for possível”, menciona o pastor Oswaldo Brejanim Junior.
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