Ele havia colocado a casa à venda e iria entregar mais R$ 50 mil aos golpistas
Por Fernando Braga
Nesta terça-feira (26), um morador de Toledo procurou a 20ª SDP (Subdivisão Policial) para registrar queixa por ter se tornado vítima do crime de extorsão.
O homem, que tem 61 anos, caiu em uma artimanha criminosa conhecida como “golpe da donzela”, orquestrada por bandidos que se passam por uma mulher, geralmente jovem, que supostamente teria interesse na vítima.
Após iniciar um relacionamento virtual, através das redes sociais e de aplicativos como o WhatsApp, o bandido que se passa por mulher começa a trocar nudes com a vítima, ou seja, envia fotos de uma garota sem roupas. Depois que a vítima também envia suas fotos íntimas, passa a ser chantageada e extorquida. Uma tática comum dos criminosos é alegar que essa jovem seria menor de idade e que o pai ou outro familiar dela teria descoberto a troca de mensagens e fotos entre a vítima e a moça.
Fingindo, posteriormente, ser um familiar, ou mesmo um advogado procurado pela família da garota, o golpista ameaça denunciar a vítima à polícia, por ter se envolvido com uma adolescente. Dessa maneira a vítima passa a ser extorquida para que não seja entregue às Autoridades Policiais.
Em Toledo, várias pessoas já caíram nesse golpe, que em sua maioria é perpetrado por bandidos que estão cumprindo pena em prisões. Em alguns casos, os criminosos encontram-se em outros estados, como aconteceu com o senhor de 61 anos que procurou a Polícia Civil de Toledo hoje.
Ele contou aos policiais que cedeu à extorsão e aos poucos foi realizando transferências de dinheiro para as contas indicadas pelos marginais.
Após diversas transferências, ele chegou a repassar um elevado montante. Somente hoje (26), realizou um depósito de R$ 27 mil para os golpistas (o valor total que ele entregou aos criminosos não foi revelado).
Percebendo que o idoso conseguia levantar grande quantia, os bandidos o pressionaram para enviar mais dinheiro e, assim, o morador de Toledo chegou a colocar sua casa à venda para conseguir mais R$ 50 mil que seriam entregues aos golpistas.
O homem só procurou a delegacia porque, depois de efetuar o depósito de R$ 27 mil, foi convencido por conhecidos seus de que se tratava de um golpe e que deveria denunciar. Pessoas próximas a ele o alertaram, e ele decidiu contar tudo à polícia.
Como a extorsão foi cometida por pessoas que estavam em outro estado, para onde foram feitas as remessas de dinheiro, através de depósitos, a Polícia Civil do local de origem do golpe é quem deverá conduzir as investigações.
