Os preços da carne de frango já acumulam baixa de mais de 10% neste ano. Embora a produção tenha diminuído, ainda existe um excesso de oferta no mercado, o que é justificado pela contínua queda das exportações.
De janeiro a maio, os embarques brasileiros totalizaram 1 milhão de toneladas de carne de frango in natura, 78,7 mil toneladas a menos que no mesmo período de 2005, segundo a Secex. Na Grande São Paulo, o frango congelado desvalorizou 14,6% e o resfriado, 11,7% desde janeiro deste ano.
Por outro lado, as cotações do milho, outro insumo de alimentação da cadeia, registram baixa no período. Diante disso, pesquisas do Cepea apontam que o poder de compra do avicultor frente ao derivado de soja se mantém em queda pelo terceiro mês consecutivo, ao passo que, em relação ao milho, apresenta recuperação.
SOJA – As cotações da soja caíram na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem sobretudo da maior oferta no mercado spot nacional, resultado do encerramento das atividades de campo da safra 2023/24 no Brasil e na Argentina. Diante disso, conforme pesquisas do Cepea, parte dos sojicultores mostrou interesse em negociar maiores lotes da temporada atual, até mesmo para liberar espaço nos armazéns para a entrada da segunda safra de milho.
Além disso, a demanda externa pela soja brasileira diminuiu na última semana, influenciando também nas quedas dos prêmios de exportação e dos preços domésticos. Por outro lado, segundo pesquisadores do Cepea, a valorização do dólar frente ao Real limitou as baixas no Brasil.
TRIGO – As cotações do trigo seguem firmes no mercado brasileiro, operando acima dos patamares registrados no mesmo período do ano passado. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte vem dos baixos estoques domésticos, especialmente de produto de qualidade superior, e da elevação da paridade de importação. Além disso, a área da nova safra – que tem sido semeada – deve ser menor que a da temporada anterior, fazendo com que a oferta fique dependente do clima e do seu impacto sobre a produtividade. No campo, pesquisas do Cepea mostram que produtores estão focados nos tratos culturais das lavouras já implantadas e/ou na semeadura, especialmente os do Rio Grande do Sul, que iniciaram as atividades relativamente mais tardiamente neste ano.
Fonte: Cepea