O ciclo de fóruns regionais “Paraná livre de febre aftosa sem vacinação” foi encerrado nesta quarta-feira (29), em Curitiba. Organizados pelo Governo do Estado e parceiros, os eventos reuniram aproximadamente 4,6 mil pessoas em seis municípios paranaenses ao longo das últimas semanas para esclarecer as mudanças que ocorrerão após a suspensão da vacina contra febre aftosa no Estado.
Além da Capital, os municípios de Cascavel, Paranavaí, Cornélio Procópio, Guarapuava e Pato Branco receberam os fóruns, com a presença de produtores, representantes de entidades e lideranças do setor agropecuário, sindicatos, cooperativas, técnicos, estudantes e servidores do Sistema Estadual da Agricultura (Seagri).
No evento em Curitiba, o gerente de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, e o diretor-executivo da Frimesa, Elias José Zydek, apresentaram informações técnicas e econômicas que justificam a suspensão da vacina. A expectativa é de fortalecimento das ferramentas de defesa agropecuária e abertura de mercados para o Paraná.
Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o Paraná tem condições técnicas, econômicas e políticas de evoluir, e tem mostrando capacidade de ação e estrutura para suspender a vacinação.
De acordo com ele, os fóruns foram uma oportunidade de mostrar as possibilidades de avanço. “Estamos vacinando o rebanho há mais de 50 anos, e nos últimos anos fizemos investimentos consistentes no sentido de mostrar ao mundo uma ‘cara sadia’, embora não tenhamos mais evidência do vírus da aftosa circulando em nosso meio”, disse Ortigara.
Ele destaca que há grandes oportunidades de incrementar a produção agroindustrial, gerando emprego e renda nos municípios, além de entrada no mercado externo.
CAMPANHA – A última campanha de vacinação contra a doença encerra nesta sexta-feira (31) e abrange bovinos e búfalos de até 24 meses. Após a campanha, o Paraná deixa de vacinar contra febre aftosa. Em setembro, o Ministério da Agricultura deve publicar um ato normativo que mudará o status do Estado para Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. A previsão é que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconhecerá a condição do Paraná em 2021.
Com a suspensão da vacinação o Estado tem se preparado para fortalecer a defesa agropecuária. Para isso, são promovidos treinamentos, análises do trânsito de animais e o fortalecimento de barreiras nas divisas do Estado. Cargas em trânsito de animais vacinados poderão circular pelo Paraná, desde que passem por pontos de ingresso estabelecidos pela Adapar, que conta com 33 postos de fiscalização.
O gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, explicou que a vacina teve papel fundamental no controle da doença, mas que pode ser substituída por outros métodos. “Esses métodos são a utilização de uma vigilância mais direcionada, análise de risco e controle de trânsito. É natural que se retire esse protocolo de vacinação num momento em que não há mais circulação viral e nem o risco de introdução”, disse. A febre aftosa não se manifesta no Paraná desde 2005.
ECONOMIA – O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, afirmou acreditar no potencial do Estado. “Há mais de 30 anos discutimos sanidade no Paraná, com um trabalho árduo que envolveu a participação do produtor rural, da indústria e de toda a sociedade. O Paraná está preparado, o que se comprova pelas auditorias do Ministério da Agricultura”.
Um estudo divulgado em março pelos técnicos Marta Oliveira Freitas (Adapar) e Fábio Peixoto Mezzadri (Deral/Seab) mostra que o novo status pode dobrar as exportações de carne suína no Paraná, chegando a 200 mil toneladas ao ano. O cenário é previsto se o Estado conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por China, Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária, e representam 64% do comércio mundial de carne suína. As cadeias produtivas de carne bovina, aves e leite também serão beneficiadas com o acesso a mercados que remuneram melhor.
PARCERIAS – Para o diretor-presidente da Adapar, Otamir César Martins, a participação efetiva de produtores, técnicos, cooperativas, sindicatos, lideranças municipais e servidores estaduais foi fundamental durante os seis fóruns.
“A partir do momento em que atingirmos o status de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, a sociedade, os produtores e as lideranças terão que assumir outro papel junto com a defesa sanitária, que é o papel de vigilância. Isso significa estarmos constantemente preocupados em proteger o nosso território contra a entrada de enfermidades”, disse Martins.
O secretário municipal de Agricultura e Abastecimento e Piraí do Sul, João Carlos da Silva Filho, avalia que o evento ajudou a esclarecer dúvidas de produtores e empresas privadas locais sobre o fim da vacinação. “Saímos daqui com mais esclarecimentos. É uma luta muito importante para nós paranaenses, produtores rurais, e que vai abrir bastante o mercado”.
Os fóruns foram promovidos pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Adapar, Emater, Sistema Faep/Senar, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sistema Ocepar, além de entidades locais, como prefeituras e as Sociedades Rurais de Cornélio Procópio e Pato Branco, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e Unicentro.
PRESENÇAS – Também participaram do evento o superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Cleverson Freitas; o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti; o presidente da Fetaep, Marcos Brambilla; o deputado estadual Anibelli Neto, que é presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Paraná; e o assessor da Faep Antônio Poloni.
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Fonte: Agência de Notícias do Paraná
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