Por Marcos Antonio Santos
Depois de muitas idas e vindas, desde o começo da construção em 2012, (com uma verba de R$ 12 milhões), reformas, mesmo ainda sem ser inaugurado, brigas judiciais e muitas reuniões, agora se aproxima a abertura do Hospital Regional de Toledo (HRT). Nessa quarta-feira, 21, no Auditório Acary de Oliveira, foi assinado o contrato de gestão, entre o município de Toledo e o Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (IDEAS), que foi o vencedor do certame para a gestão do Hospital Regional. O vínculo firmado tem duração de 10 anos, com possibilidade de renovações por igual período enquanto for conveniente para ambas as partes.
O prefeito Beto Lunitti disse da satisfação por estar vivendo a experiência de viabilizar a abertura, de fato, do HRT. “É um dia ímpar para a saúde pública do Paraná, especialmente da nossa região. Tenho no peito uma mistura de sentimentos que são satisfatórios tanto do ponto de vista da gestão pública quanto das minhas aspirações pessoais de contribuir para tornar melhor a vida da nossa gente. Toledo tomou a frente deste projeto, mas ele só irá adiante com a colaboração de todos os municípios da região, tendo como inspiração as experiências bem-sucedidas do Ciscopar e do Consamu”, diz o prefeito.
A secretária de Saúde de Toledo, Gabriela Kucharski avaliou a respeito do grau de envolvimento e dedicação, seu e de toda a sua equipe, com as obras do HR. “Quando o prefeito e o vice me chamaram para ser secretária da Saúde, eles perguntaram quais seriam minhas prioridades e elenquei o combate à pandemia, a redução das filas de espera por consultas e exames com especialistas, e a abertura do Hospital Regional. Este terceiro item era o mais complexo e, por um momento, tive medo do compromisso que estava assumindo, o qual foi indo embora à medida que fui convidando os membros que comporiam nosso time, selecionados exclusivamente por critérios técnicos”.
PREVISÃO DE ABERTURA: A previsão é que em cerca de 90 dias possam se abrir as portas do Hospital Regional para o atendimento a uma população na região, estimada em 500 mil habitantes. Por ser uma cessão administrativa onerosa, o IDEAS tem que cumprir duas exigências: de ter 85% da capacidade de atendimento dedicada a pacientes do SUS e o investimento mensal de R$ 49,7 mil na estrutura e manutenção do HRT. O diretor-executivo do IDEAS, Sandro Natalino Demétrio afirma que a agenda do Instituto é sempre orientanda ao público. “Temos um prazo de 90 dias, no entanto, temos a experiencia de implantar em até três dias úteis como foi na pandemia da covid. Não será um desafio técnico, mas sim, de conversa com a municipalidade e que possamos nos orientar pela fila de demandas da região. O limite que temos de 85% de atendimento ao SUS; não temos essa prática em nenhuma de nossas unidades, porque trabalhamos 100% com o Sistema Único de Saúde. Então a demanda SUS, da região, e até mesmo do estado, serão prioridades do Instituto”, afirma.
CESSÃO ONEROSA – A cessão onerosa é uma prática comum na administração pública e podem recebê-la pessoas jurídicas que possuam Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) concedido pelo governo federal às organizações sem fins lucrativos que prestam serviços nas áreas de assistência social, educação ou saúde. Sem paralelo com outros municípios brasileiros, o modelo adotado para o Hospital Regional de Toledo é inovador e pode inspirar outras prefeituras, que buscam alternativas viáveis para a gestão de hospitais, a também o seguirem.
Ele afirma que a meta do IDEAS em Toledo será 100% SUS. “Não temos planos para trabalhar com particular, uma vez que a estrutura é pública. Pelo que fizemos de análise recentemente, há muita demanda reprimida, então a ideia é que atendemos essa demanda. Se sobrar capacidade vamos atender o privado, mas a prioridade é a demanda pública”, diz Sandro Demétrio.
Segundo ele, os profissionais que irão trabalhar no HRT ainda não estão contratados. “Precisamos, por uma questão de legislação, de assinar o contrato primeiro, para na sequencia publicar os editais. O Instituto gera recursos públicos e temos um estatuto de compras e contatações, e para publicar isso, precisamos do contrato assinado. Temos uma modelagem dos cargos e em breve na nossa página nas redes sociais e na mídia local vamos publicar as oportunidades. Estimamos entre terceirizados e funcionários próprios, cerca de 600 pessoas. Iremos fazer um crescimento cadenciado conforme a demanda do município com serviços ambulatoriais, exames, cirúrgicos e UTI”.
O HRT já está equipado, e Sandro mencionou que nos próximos dias uma equipe de implantação do IDEAS irá fazer análise das estruturas “verificar se tem alguma pendência, não tendo, os serviços que podem ser ativados começarão a funcionar o mais rápido possível, principalmente, a parte ambulatorial, exames externos e consequentemente as cirurgias”.
MISSÃO EM TOLEDO É AMPLIAR A RÉGUA DA SAÚDE PÚBLICA – Ele disse que o IDEAS, que administra 21 hospitais, já se reuniu com a Secretaria de Estado da Saúde e trabalharam algumas reuniões com o município, e o conceito é trabalhar com uma fila de procedimentos; prioridade de Toledo e da região. “Essa oportunidade em Toledo foi pública, e houve um edital de chamamento e acompanhamos esse processo. O IDEAS administra hospitais, em Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, ao todo são 21 instituições médicas nesses estados. A missão em Toledo é ampliar a régua da saúde pública. O IDEAS tem demonstrado através de suas operações, que podemos entregar qualidade para o serviço público com recursos disponíveis. Em todas as nossas unidades, as metas são superadas e a satisfação é alta”, avalia Sandro Demétrio, que ainda mencionou que cerca de 50% das máquinas de saúde do Rio de Janeiro, estão com o IDEAS.
