Neste mês, é desenvolvida a campanha Fevereiro Laranja, voltada para a conscientização sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. Essa doença é um tipo de câncer das células do sangue, que pode atingir crianças e adultos, sendo classificada como aguda ou crônica, conforme explica a hematologista do Hospital do Câncer Uopeccan de Cascavel, Meide Daniele Urnau. “A leucemia é um tipo de tumor que nasce na célula da imunidade, no glóbulo branco. A leucemia aguda acontece de forma mais rápida, não sabemos do que ela vem, não é nada que a pessoa fez ou deixou de fazer. Às vezes algumas pessoas falam que tinham um exame de sangue normal há 1, 2 meses. Infelizmente ela tem esse comportamento de acontecer em poucos dias ou semanas. Já a leucemia crônica ocorre de forma mais lenta, pode demorar muito tempo para aparecer no organismo”.

Ainda de acordo com a médica, hoje não é falado em cura para a leucemia crônica. Dessa forma, o tratamento é mais leve, com quimioterapias em comprimido, que o paciente deve tomar em casa, por períodos logos ou pelo resto da vida. No caso da leucemia aguda, é preciso fazer quimioterapia no hospital, que acaba apresentando efeitos colaterais mais fortes, como perda do cabelo, fraqueza, falta de apetite; no entanto, a chance de cura é maior.

Além da quimioterapia, o transplante de medula óssea também é uma opção de tratamento analisada pelos médicos logo que o diagnóstico é confirmado. “Ao contrário do que as pessoas pensam, o transplante de medula óssea não é usado como último recurso do tratamento. A gente vai olhar algumas características dessa leucemia, se ela for mais agressiva e difícil de curar com o tratamento exclusivo de quimioterapia, ela vai ter a indicação de transplante. Quanto mais você conseguir tratar a leucemia, eliminar ela do organismo e o transplante vier para evitar que ela possa voltar um dia, melhor”, afirma Urnau.

Na Uopeccan, o transplante de medula óssea realizado é chamado de autólogo, quando as células saudáveis são retiradas e transplantadas no próprio paciente. No entanto, são raros os casos em que é possível fazer isso no tratamento de leucemia. “Fazemos o transplante autólogo para a leucemia promielocítica, que não é tão frequente. Em outros casos, nós avaliamos se o paciente tem os critérios para fazer o transplante e encaminhamos ele para outro serviço. No Paraná, o principal centro é em Curitiba, mas conforme a fila, eles podem ser encaminhados para São Paulo”, finaliza a médica.

Leucemia: principais sintomas

Conforme explica a hematologista, os sintomas de leucemia em crianças e adultos são parecidos, especialmente nas agudas:

Manchas roxas, devido a alterações na coagulação do sangue;

Dores no corpo;

Dor óssea;

Ínguas no pescoço, embaixo do braço;

Perda de peso repentina;

Fraqueza, cansaço, excesso de sono;

Pele e lábios pálidos.

Como se consultar no hospital

Pacientes que chegam ao hospital através de convênios médicos ou de forma particular, podem entrar em contato pelo telefone (45) 2101-7132 (Cascavel) ou (44) 2031-0773 (Umuarama). Pacientes atendidos pelo SUS, são encaminhados para o hospital quando há suspeita do caso.