No pequeno sítio, localizado em Engenheiro Beltrão (Centro-Oeste do Paraná), morava o casal Aparecida e Anselmo Janguas com o filho Vilson, ainda de colo. O ano era 1972 e o trabalho com a agricultura, nada fácil. “Existiam muitos ‘picaretas’, que davam o preço e decidiam quando e se pagariam pela produção”, lembra ‘seo’ Anselmo. Com preços injustos e muitos golpes, o patriarca lembra que a situação financeira da família não estava bem.

Diante dessa situação, aconselharam ‘seo’ Anselmo a se associar em uma cooperativa de Campo Mourão, há 40 quilômetros de onde ele morava. A partir de 1977, a então Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo), hoje Coamo Agroindustrial Cooperativa, passou a ocupar posição estratégica nos projetos da família. “A cooperativa sempre esteve e está ao nosso lado. Crescemos com esta parceria”, assegura.

As primeiras produções foram entregues ainda em Campo Mourão, mas logo em seguida a cooperativa inaugurou unidade em Engenheiro Beltrão, facilitando ainda mais o trabalho. Hoje, com uma unidade de recebimento na porta de casa, no distrito de Ivailândia, e com filhos e netos também associados, ‘seo’ Anselmo colhe os frutos de uma vida dedicada ao trabalho e ao cooperativismo. “Somos uma família que acredita nos benefícios da cooperação, pois temos uma associação dentro da nossa própria casa”, comemora.

Com 95 anos, o cooperado tem uma memória que impressiona. Ele diz que são duas as receitas para longevidade: ter uma inchada na mão, ou seja, trabalhar duro, e a outra é cooperar. “Sempre trabalhei muito e com toda a minha família unida.” Entre filhos, netos, bisnetos e tataranetos, são mais de 30 pessoas. Todos sobrevivem da agricultura.

Os negócios foram crescendo ao longo dos anos, a partir da compra do primeiro sítio, de 2,5 alqueires, onde a família mora até hoje. “Foi o nosso começo na agricultura”, lembra o cooperado. Os primeiros cultivos foram de café, soja e lavouras para subsistência. Os sete filhos – quatro homens e três mulheres, sempre estiveram juntos. Com essa união a família cresceu e se desenvolveu, no melhor estilo “um por todos e todos por um”.

A família que passou por momentos difíceis até chegar onde está, nunca esqueceu o que os fez crescer: a união familiar e o cooperativismo. De empregados nas lavouras de café, hoje são bem sucedidos empresários rurais. Cada um dos filhos tem o seu próprio lote de terra, que somados chegam a 132 alqueires de área própria. A família ainda arrenda outras áreas e, tirando a parte do pai, as despesas e receitas são divididas proporcionalmente entre os irmãos, com base em uma tabela de percentagem, elaborada por eles. “Juntos somos grandes”, salienta o primogênito Vilson Janguas.

Com esse berço de cooperação, Luis Anselmo Janguas, não poderia trilhar um caminho diferente. Ele é filho de Vilson e, também, associado da Coamo. “Cresci vendo meu avô e meu pai trabalhando na agricultura. Sabemos da importância de ter uma cooperativa que nos dá suporte e segurança. Sem a Coamo tudo seria mais difícil e não podemos deixar esse legado se perder.”

Fonte: Coamo