As “Pisquisas” e as Pesquisas
Nunca vi tanta demonização das pesquisas eleitorais como nas eleições de 2018 e agora, em 2024. A cada nova pesquisa divulgada, ouço comentários como “não acredito, isso é comprado”. Essa desconfiança é um reflexo do que aconteceu nas eleições presidenciais de 2018, quando institutos como Ipec, Datafolha, Ipespe e Quaest apontavam uma vitória de Haddad sobre Bolsonaro, com ampla vantagem. Hoje, vejo o mesmo modus operandi nas eleições para prefeito em Toledo.
As “Pisquisas” e as Pesquisas I
Em 2018, o Datafolha chegou a divulgar uma simulação de segundo turno onde Haddad tinha 45% e Bolsonaro 39%. Os números mostravam uma ascensão clara de Haddad, enquanto Bolsonaro parecia perder terreno. Mais do que os números, a projeção das curvas desanimava os eleitores de Bolsonaro, sugerindo um resultado que, obviamente, não se concretizou. Agora, em Toledo, as “pesquisas” já apontam uma vitória de Beto Lunitti. Vamos aos fatos:
As “Pisquisas” e as Pesquisas II
Em Toledo, a apenas 11 dias da “verdadeira” pesquisa — a votação —, cada grupo político possui seus números de “consumo interno” e “consumo público”. Muitos desses dados são tão distorcidos quanto os das eleições presidenciais de 2018, e os supostos “especialistas” em marketing da campanha de Beto Lunitti subestimam a inteligência do eleitor toledano com essas manobras.
As “Pisquisas” e as Pesquisas III
As manipulações nos números dessas pesquisas de institutos duvidosos são tão descaradas que causam repulsa até mesmo em apoiadores dos três principais candidatos. O foco deveria estar nas propostas e realizações de cada um, mas, em vez disso, os números são utilizados de forma manipuladora para favorecer interesses específicos.
As “Pisquisas” e as Pesquisas IV
Um exemplo claro disso é a situação em Toledo: a Rede Massa, que pertence ao governador e é comandada pelo “pau-mandado” Cantini, criou seus próprios institutos de pesquisa, agora controlados por seus filhos. Como era de se esperar, os resultados dessas pesquisas sempre favorecem aqueles que já estão no poder. Para piorar, Cantini parecia “delirar” de satisfação ao anunciar que as eleições em Toledo já estavam praticamente “definidas”.
As “Pisquisas” e as Pesquisas V
Muitos desses institutos surgem de esquemas duvidosos e se consolidam por meio de suas ligações com campanhas eleitorais. Um exemplo recente é a pesquisa publicada pelo jornal O Regional, de Assis Chateaubriand, que divulgou no dia 25 de setembro uma pesquisa com resultados absurdos, totalizando mais de 100%. Segundo essa pesquisa, Marcel apareceu com 64,7%, Vitinho Pestana com 35,3%, e brancos, nulos e indecisos somavam 13,3%, um total que ultrapassa os limites da margem de erro e do aceitável.
A enganosa dança dos números: Quando as “Pisquisas” não refletem a realidade
Sempre fui daqueles que olham para as pesquisas eleitorais com um certo ceticismo, mas confesso que nas eleições de 2018, 2020 e, agora, em 2024, esse ceticismo atingiu um novo patamar. A cada nova pesquisa divulgada, era inevitável ouvir as mesmas frases: “não acredito, isso é comprado” ou “essas pesquisas são manipuladas”. E, de certa forma, não era difícil entender o porquê de tamanha desconfiança. O que alguns institutos de pesquisa (fraudulentos) apontavam, tanto em 2018, 2020 quanto agora, parecia mais um roteiro mal escrito de ficção do que um reflexo da realidade que vivíamos nas ruas.
Em 2018, a narrativa era clara: Haddad estava com ampla vantagem, enquanto Bolsonaro caía nas pesquisas. Chegamos a ver Haddad com 45% e Bolsonaro com 39% numa simulação de segundo turno. O gráfico pintava um cenário quase desesperador para os eleitores de Bolsonaro, sugerindo uma queda inevitável, um desfecho que, como bem sabemos, nunca aconteceu. Ali, as pesquisas já começavam a perder sua credibilidade.
E agora, em 2024, vivemos um déjà vu, só que com outro cenário: Toledo. Aqui, as pesquisas mais uma vez entraram em cena, agora apontando a vitória certa de Beto Lunitti. A Rede Massa, com seu script sempre favorável ao poder estabelecido, não perdia tempo em divulgar suas previsões como se fossem a verdade absoluta. Com uma confiança que beirava a arrogância, anunciaram que as eleições estavam praticamente decididas, que o destino já estava selado. Me refiro ao “GDO” ou, aos membros da “BOLHA”.
Mas, ah, como a realidade é caprichosa!
Quando as urnas falaram, o que vimos foi o exato oposto do que previam as “pisquisas”. Em vez de consagrarem o candidato que liderava os gráficos, o povo fez sua escolha de forma clara e decisiva, colocando fim às expectativas manipuladas. A verdade das ruas, das conversas, dos encontros nos mercados e praças, era outra. Uma verdade que as “pisquisas” nunca conseguiram captar ou, nunca quiseram.
A ironia disso tudo é que os números que antes desanimavam um grupo e inflavam o ego de outro acabaram por revelar sua farsa. Mais uma vez, os institutos “picaretas” de pesquisa perderam a oportunidade de fazer o que deveriam: refletir a vontade popular de forma honesta e precisa. Em vez disso, serviram como peças num jogo político onde o principal objetivo não era informar, mas direcionar, influenciar, manipular.
A história que se repete, como vimos em 2018 e 2020, agora em 2024, é que o eleitor tem uma inteligência que muitas vezes é subestimada. Não adianta tentar moldar a percepção pública com números distorcidos e gráficos bonitos, porque no final, quem decide é o voto, é a voz do povo. E essa voz, como vimos, muitas vezes ecoa o oposto daquilo que as “pesquisas” tentaram prever.
Assim, fica a reflexão: até quando vamos confiar cegamente em números que mais confundem do que esclarecem? Até quando vamos permitir que as “pisquisas” feitas por institutos fraudulentos tentem guiar nossa opinião como se fôssemos marionetes? As eleições de 2024, como as de 2018 e 2020 nos lembram que a realidade é bem mais complexa do que gráficos e percentuais podem mostrar. No fim das contas, a única pesquisa que realmente importa é aquela feita nas urnas.
E, com isso, as “pisquisas” ficam para trás, desacreditadas, enquanto a verdadeira pesquisa — o voto do eleitor — segue sua jornada soberana, mostrando que a democracia não se faz com estatísticas, mas com escolhas. Escolhas livres, reais e, como vimos, muitas vezes inesperadas.
Dedicatórias:
Essa crônica, dedico a um “sociólogo”, ao “burraldo”, ao “da pena”, ao “cheque-frio”, ao “chucrute-santa-rosa” e, os mais recentes nomeados que, apenas serviram de “marionetes”. Também a todos que, de uma maneira ou, outra, por falta de “caráter”, se afastam de amigos e esquecem do dia de ontem, por questões “politicas”.
Eliseu Langner de Lima – Jornalista