Foto: Carlos Rodrigues

Alunos dos 4º e 5º anos da Escola Municipal Carlos Friedrich tiveram uma manhã diferenciada nesta quarta-feira (06). Eles participaram do Festival de Paralimpiadas, promovido pela Secretaria de Esportes e Lazer (Smel) em parceria com a Secretaria de Educação (Smed). O nome da competição faz alusão aos jogos paraolímpicos, pois todas as modalidades disputadas apresentam um grau de dificuldade adicional para os participantes simulando dificuldades de mobilidade para sua execução. 

A diretora do Departamento de Paradesporto da Smel, Sandra Beatriz Schossler, explica que essa é uma estratégia lúdica para proporcionar desde cedo a inclusão e empatia com as pessoas que possuem algum tipo de deficiência. “Em breve Toledo receberá edições de jogos paradesportivos e, desta forma, também preparamos o público para prestigiar e receber essas competições”, argumenta a diretora. 

Os estudantes participaram de jogos de bocha, golbol (futebol realizado com vendas nos olhos), vôlei sentado, chute a gol, nas modalidades de atletismo, corrida guiada), todas com situações adaptadas. A diretora da escola, Jocelaine Mattos, informou que no último ano já foram realizadas algumas atividades similares na escola e o resultado foi surpreendente. “Nossos alunos são muito acolhedores. Às vezes dão atenção até demais para os colegas com alguma deficiência visual ou com autismo, no sentido de cuidar e proteger. São exemplos para muitos adultos, por isso todos receberão medalhas produzidas na impressora 3D da própria escola”, frisou a diretora. 

O secretário de Esportes e Lazer, Eudes Dalagnol, reforçou a importância de proporcionar atividades onde a criança consiga se colocar no lugar do outro, perceber as dificuldades e também entender que todos podem ter acesso ao esporte e ao lazer, cada um do seu jeito, respeitando suas limitações. 

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O estudante do 4ºB, Gabriel Willian Eggers (9), foi um dos participantes das competições do Festival de Paralimpiadas. Ele também é ciclista e vê com naturalidade as dificuldades apresentadas. “Eu gostei de jogar vôlei sentado, é diferente e bem legal. Quando chega um colega com alguma deficiência a gente trata bem e faz o máximo possível para ajudar a pessoa”, assegurou Gabriel. 

O coordenador do Centro Acadêmico de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Cleomar Rogério Kravse, acompanhou desde cedo as atividades e disse que já existe um projeto pioneiro em estudo para levar o paradesporto para a universidade. Ele é um dos 31 acadêmicos atendidos pelo Programa de Educação Especial (PEE), que surgiu há cerca de 25 anos para atender pessoas com baixa ou nenhuma visão e depois foi aprimorado para outras áreas. 

“Nós vemos o paradesporto como uma atividade essencial dentro da comunidade. Quando falamos das pessoas com deficiência sempre surge um estigma muito grande e essa inserção na sociedade é muito necessária. Antigamente o deficiente era muito segregado. Ações afirmativas como esta são muito importantes”, destacou o acadêmico. 

Ele elogiou a iniciativa de levar atividades que estimulam uma visão de mundo diferente para as crianças. “É importante esse esclarecimento para eles, no meu tempo pouco se falava sobre isso, hoje existe um trabalho bem exaustivo nesse sentido. Como aluno e olhando a parte sociológica, essa é a fase em que eles estão formando os seus preceitos, então todo o trabalho é importante. O mais importante é que estão tendo a visão de um mundo multipolar, não existe apenas um caminho, mas vários. Dentro da luta contra a segregação é essencial. A prefeitura está de parabéns, o programa que estão incentivando é maravilhoso”, reforçou o coordenador do Centro Acadêmico de Ciências Econômicas.

Foto: Carlos Rodrigues

Fonte: Decom/Pref. de Toledo