Foto: SEED

Da Redação

Depois que a Secretaria Estadual de Educação (SEED) anunciou o retorno de algumas atividades, muitas dúvidas surgiram entre a população, sobretudo entre os pais, a respeito do retorno às aulas. Afinal, quando as crianças e os adolescentes voltarão para as salas de aula?

As aulas, interrompidas pela pandemia de Covid-19, ainda não estão liberadas, mas as tratativas do assunto se refletem em cautela para os estudantes da rede pública e novidades para os alunos da rede particular de ensino. A Gazeta de Toledo ouviu representantes do Núcleo Regional de Educação (NRE) e da Secretaria Municipal de Educação (SMED) para saber quais atividades serão retomadas e se em Toledo os estudantes voltarão ao aprendizado presencial.

Primeiramente vamos falar do ensino oferecido pelo Estado, que permitiu recentemente a abertura de alguns colégios para a realização de atividades extracurriculares. Depois trataremos dos alunos das escolas particulares e das crianças menores que ficam sob os cuidados das creches e sob a responsabilidade da Educação Infantil promovida pelo Município.

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Escolas da rede estadual                                           

Uma Resolução publicada pela SEED autorizou a retomada de atividades de contra-turno nessa semana. As escolas poderão receber, desde que individualmente, alunos para as atividades do CELEM (Centro Estadual de Língua Estrangeira Moderna) e treinamento esportivo. Atividades oferecidas nas salas de aprendizagem, salas de recursos e salas de habilidades também poderão ser retomadas, o que envolve nivelamento, acompanhamento pedagógico e reforço escolar. Vale salientar que essas atividades deverão ser oferecidas de forma individualizada e serão desenvolvidas com todos os cuidados necessários, como o respeito ao distanciamento e o uso de álcool gel.

Nem todos os colégios do Paraná irão abrir as portas para receber os estudantes. A Resolução 3943, da Secretaria Estadual de Educação, autoriza a retomada dos trabalhos extracurriculares, mas para oferecê-los, cada unidade escolar precisa avaliar se há condições para tanto e se há interesse da comunidade pelas atividades presenciais. Os gestores escolares devem seguir orientações das autoridades de saúde, implantar o protocolo sanitário em suas respectivas unidades e, fundamentalmente, ouvir os pais dos alunos. De nada adianta retomar os trabalhos se os pais não autorizarem a volta de seus filhos às escolas.

Por isso, conversas entre pais, diretores de escolas e coordenadores pedagógicos vêm sendo promovidas há algum tempo. Caso haja consenso, os responsáveis pelos colégios estaduais poderão solicitar à SEED o retorno de suas atividades extracurriculares, desde que sejam aquelas voltadas para reforço, acompanhamento pedagógico, treinamento esportivo e ensino de idiomas. Há tratativas em Toledo e nas demais cidades paranaenses para definir quais unidades receberão novamente os alunos. Contudo, devem ser observadas primeiramente as condições epidemiológicas do município, ou seja, as atividades podem ser autorizadas, ou não, de acordo com o quadro epidemiológico em que se encontra a cidade. Observadas a bandeira epidemiológica e as condições sanitárias dos estabelecimentos, alguns colégios poderão voltar logo mais.

De acordo com Neiva Niero, do Núcleo Regional de Educação (NRE), em Toledo já há um grupo de trabalho que trata do assunto. Em todo o Paraná, o protocolo exige que primeiramente haja uma resolução entre os gestores escolares e os responsáveis pelos alunos. Depois é preciso fazer uma solicitação à SEED, mas em Toledo tal pedido ainda não foi feito por nenhuma unidade educacional em virtude do alto número de casos de Covid-19 registrados no município.

José Carlos Guimarães, diretor do NRE, também atendeu nossa reportagem e prestou alguns esclarecimentos. Ele contou que dos 16 municípios que são abrangidos pelo Núcleo Regional de Educação, alguns possuem escolas interessadas em encaminhar à SEED o protocolo de liberação das atividades extracurriculares, como é o caso de Diamante do Oeste, Maripá, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado e Entre Rios do Oeste. Nas próximas semanas deverão tramitar na esfera estadual as solicitações de alguns colégios desses municípios.

No caso de Toledo, José Carlos disse que é melhor esperar até que os índices de Covid estejam estabilizados, já que o município constantemente apresenta picos da doença. Ele comentou que a cautela é sempre reforçada nas conversas que o NRE mantém com os diretores das escolas, com o COE (Centro de Operações Emergenciais), com a Secretaria Municipal de Saúde e com a 20ª Regional de Saúde. Para o dirigente, “todas as decisões são tomadas tendo em vista a segurança das pessoas, sempre pensando na saúde das crianças e dos professores”.

O diretor do Núcleo ressaltou que as escolas estaduais de Toledo não irão oferecer as atividades de contra-turno e, portanto, não receberão os alunos nesse momento. Ele também esclareceu que a volta às aulas na rede pública não tem previsão para acontecer e somente será efetivada no Paraná após autorização da Secretaria Estadual de Saúde (SESA).

Escolas da rede particular

As escolas particulares estão seguindo as orientações das secretarias de educação de seus respectivos municípios. Em Toledo, as aulas presenciais estão suspensas, mas poderão retornar na rede particular, a partir de um novo decreto da prefeitura que está sendo preparado e em breve será publicado.

A nova normativa irá permitir o retorno das atividades em sala de aula para as escolas que assim o desejarem fazer, desde que seja respeitado o protocolo sanitário e asseguradas as medidas de segurança. Caberá a direção de cada unidade decidir se irá ou não retomar as aulas, mas para isso, a orientação é a mesma da rede pública: os pais dos alunos precisam ser consultados.

A Secretaria Municipal de Educação (SMED) já vem acompanhando as tratativas entre os gestores e os responsáveis pelos alunos. Uma pesquisa feita com os pais dos estudantes apontou que em julho a opinião dos familiares estava dividida: metade dos pais não concordava em mandar os filhos de volta para as escolas.

Se a maioria agora concordar, os estabelecimentos de ensino poderão gradativamente voltar com suas classes. Um projeto piloto deve ser instituído na rede particular e acompanhado pela SMED e pelas autoridades de saúde.

Esse projeto piloto será avaliado e servirá como parâmetro para que a rede municipal futuramente possa planejar a retomada de suas atividades. As escolas particulares deverão protocolar um plano de contingência e submetê-lo à aprovação das autoridades sanitárias. Uma vez aprovado, as aulas voltarão primeiramente para os estudantes do Ensino Médio. Todas as medidas preventivas deverão ser tomadas, como o uso de álcool gel, a aferição de temperatura com a utilização de um termômetro na entrada das escolas, o distanciamento entre as carteiras e o uso de viseira de acrílico pelos professores e demais funcionários.

Se todos os cuidados forem mantidos e não houver aumento da curva de contágio no município e nem casos de transmissão do novo coronavírus entre a comunidade escolar, outras classes poderão mais à frente retornar às aulas. Se a experiência com o Ensino Médio apresentar bons resultados, os estudantes das séries anteriores (Ensino Fundamental) também poderão voltar para a sala de aula.

A secretária municipal de Educação, Edna Heloisa Schaeffer Amaral, informou que uma comissão intersetorial será formada para avaliar o retorno das escolas particulares e que o projeto piloto será implantado levando em consideração a bandeira epidemiológica de Toledo.

Edna também explicou que serão observados e avaliados itens como a dinâmica e a logística empregada na iniciativa. O resultado do retorno gradativo poderá permitir mais adiante a volta dos alunos a partir do 5º ano do Ensino Fundamental.

Quanto às modalidades de ensino ofertadas na rede municipal, que é formada por Centros Municipais de Educação Infantil (Creches e Pré-Escolas), a secretária disse que no momento não há indicativos e nem previsão da retomada de funcionamento desses estabelecimentos. Em uma pesquisa realizada pela SMED em agosto, 70% dos pais responderam que não encaminhariam suas crianças para os CMEIs.