Por Fernando Braga
Uma megaoperação policial foi deflagrada na manhã desta terça-feira (22), com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas que atuava em diversas regiões, com um esquema montado a partir de Marechal Cândido Rondon e Toledo. A ação contou com a participação de cerca de 150 membros das polícias Civil e Militar, além do apoio da Guarda Municipal de Toledo.

As explicações sobre a operação foram cedidas durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje. Participaram da entrevista o delegado-chefe da 20ª SDP, dr. Alexandre Macorin, o delegado-adjunto, dr. Rodrigo Baptista, e o comandante do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), tenente-coronel Divonsir. Eles apresentaram detalhes da investigação e os resultados da ofensiva.

Segundo o delegado Macorin, a quadrilha operava em toda a cadeia do tráfico de drogas — desde a logística de transporte até o comércio no varejo. Trata-se de uma estrutura organizada e bem articulada, com atuação em diferentes cidades e ramificações que controlavam a distribuição em vários pontos do estado.

As investigações que culminaram na Operação Hydra tiveram início em setembro de 2024, após apreensões realizadas pelo BPFron. A partir disso, os setores de inteligência do BPFron e da 20ª SDP passaram a monitorar a organização de forma contínua. Ao longo dos meses, foram analisados 8.340 diálogos de aplicativos de mensagens, 3.258 documentos e 20.708 áudios, que ajudaram a mapear a estrutura da quadrilha.

Os investigadores apuraram que o grupo criminoso movimentou quase R$ 4,5 milhões durante o período monitorado. De acordo com o dr. Rodrigo Baptista, o líder da organização era de Marechal Cândido Rondon, sendo o principal responsável pela entrada das drogas no estado, trazendo os entorpecentes da fronteira com o Paraguai para centros de distribuição no Paraná. A droga era destinada aos pontos de varejo mantidos sob seu controle, as chamadas “biqueiras”.
Durante a operação desta terça-feira, foram apreendidos 600 gramas de cocaína, 1 tonelada de maconha e 500 gramas de crack. Além disso, foram cumpridos 29 mandados de prisão. Desses, 28 estavam diretamente ligados à quadrilha investigada e um se referia a um homem foragido por homicídio, encontrado na casa de um dos alvos da operação. Seis pessoas seguem foragidas.
A ação policial foi realizada simultaneamente em Toledo, Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Laranjeiras do Sul, no Paraná, além de Itajaí, em Santa Catarina — onde o líder da organização foi localizado e preso. A prisão do chefe do grupo representa, segundo as autoridades, um golpe significativo na estrutura do tráfico regional.
A Operação Hydra é considerada uma das maiores ações integradas de combate ao tráfico no estado neste ano. As investigações continuam com o objetivo de localizar os foragidos e aprofundar a análise das conexões financeiras da quadrilha.
