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Em 2024, Toledo é responsável por 39% dos novos casos de HIV/AIDS

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Por Marcos Antonio Santos

De janeiro a junho de 2024, o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA/SAE) do município de Toledo já recebeu 98 novos pacientes, sendo que 48 deles foram novos diagnósticos. Do total de pacientes, os de Toledo representam 39% dos novos casos de HIV/AIDS na região neste ano.

A infecção pelo HIV atinge todas as faixas etárias de maneira significativa. Entretanto, nos últimos anos, há um aumento de casos entre homens na faixa etária de 26 a 49 anos. A coordenadora do CTA/SAE, Jéssica Leonita Sartor, afirmou que o número de casos do semestre deste ano, em comparação com o ano passado, é parecido.

“Para o primeiro semestre de 2024, percebemos a manutenção de aproximadamente o mesmo número de novos diagnósticos em relação a 2023″, disse Jéssica. Ela mencionou que, todos os anos, há pelo menos um pequeno aumento desses novos casos na regional de saúde, principalmente em Toledo, dentro dos 18 municípios de abrangência da vigésima regional de saúde, que também são os municípios da abrangência do Ciscopar. Toledo é o município com maior número de habitantes, então é esperado que também tenha a maior porcentagem desses novos casos, o maior número de novos diagnósticos. E quando analisamos esse aumento anual de novos casos, precisamos também considerar a oferta de serviços. Quando os municípios e os serviços de saúde passam a ofertar de maneira mais incisiva campanhas de teste rápido, fazer o aconselhamento, o acolhimento, sensibilizar para o diagnóstico precoce, temos um maior número de novos diagnósticos, pois acabamos testando mais pessoas, oferecendo mais oportunidades de diagnóstico”.

FAIXA ETÁRIA – De acordo com Jéssica, essa faixa etária de 26 a 49 anos é sexualmente ativa e precisa se prevenir. “Essa é a população que está nas universidades, nas festas, que está circulando e socializando. Precisamos alcançar essa população de maneira eficaz para que conheçam todas as formas de prevenção possíveis, que hoje não se restringem ao uso do preservativo interno e externo. Temos a PEP, a PrEP, e outras ferramentas de prevenção que chamamos de prevenção combinada, várias possibilidades de prevenção para evitar a infecção pelo HIV e outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis)”.

A PrEP é indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV. Algumas situações que podem indicar o uso da PrEP incluem: deixar frequentemente de usar camisinha em suas relações sexuais e fazer uso repetido da PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV).

Foto: arquivo/divulgação

TRATAMENTO – O CTA/SAE está com aproximadamente 10% de descontinuidade no tratamento antirretroviral entre os pacientes cadastrados no serviço. No entanto, recentemente, o serviço social e a psicologia realizaram um trabalho significativo de busca ativa desses pacientes e já conseguiram recuperar praticamente metade dos que estavam em descontinuidade. “Alguns deles mudaram de localidade, de município, de serviço e, portanto, não constam mais para nós como pacientes em descontinuidade do tratamento, mas trabalhamos muito para que não haja esse abandono”, relata Jéssica.

NÃO ACEITAM – “De certa forma, alguns pacientes nos relatam que essa descontinuidade ocorre por conta da não aceitação do diagnóstico. Isso também envolve a questão do acolhimento, de como esse paciente foi recebido. A maioria dos pacientes que descontinuaram o tratamento o fez devido à dificuldade em aceitar o diagnóstico. Precisamos trabalhar intensamente com a atenção primária em saúde e com os serviços de saúde, pois, infelizmente, o HIV ainda é uma doença que carrega estigma e preconceito. Por isso, é muito difícil receber o diagnóstico de HIV, mesmo com todos os avanços da ciência e da medicina. O tratamento antirretroviral teve uma mudança significativa na quantidade de comprimidos que a pessoa precisa tomar todos os dias”, avalia a coordenadora.

AIDS – Conforme Jéssica, o paciente que interrompe o tratamento antirretroviral pode desenvolver resistência à medicação, o que pode exigir o uso de mais medicamentos quando esse paciente retorna ao serviço. O paciente que não está em uso de medicamento pode, em algum momento, adoecer e desenvolver a AIDS. Além disso, o paciente que não está em tratamento antirretroviral pode transmitir o vírus em relações sexuais desprotegidas. Hoje, aquele paciente que faz o tratamento corretamente, que mantém uma carga viral indetectável e sustentável por mais de seis meses, não transmite mais o HIV por via sexual, mesmo sem o uso do preservativo. “Temos um trabalho de conscientização, e o preservativo ainda é a melhor e única forma de prevenção contra todas as infecções sexualmente transmissíveis. Porém, não podemos ignorar a realidade local e nacional, onde até 60% da população não utiliza o preservativo. Precisamos pensar além dessa forma de prevenção e apresentar à população todas as formas disponíveis no SUS para que cada um possa gerir o cuidado da sua saúde, principalmente da sua saúde sexual”, comenta Jéssica Sartor.

O CTA/SAE é o serviço de referência no diagnóstico, tratamento e acompanhamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis dentro da área de abrangência do Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar) no município de Toledo.

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Edição nº2786 – 24/06/2025

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