Por Marcos Antonio Santos
Na manhã dessa quinta-feira, 24, em Toledo, João Pedro Santos chegou à Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana com seu bebê, o pequeno Ravi, de poucos dias de vida, enrolado em uma manta. Ele entregou o bebê a um guarda municipal. Logo em seguida, outros dois guardas se aproximaram. A guarda municipal Elaine Klein, que estava de plantão, pegou a criança e realizou a manobra de desengasgo, técnica chamada de Manobra de Heimlich, que consiste em dar leves batidas nas costas do bebê, permitindo que ele voltasse a respirar normalmente.
MÃE DE GÊMEAS – Essa história, que muitos puderam acompanhar e se emocionar em vídeos publicados nas redes sociais, tem um detalhe que poucos sabem: Elaine Klein, que trabalha há 16 anos na Guarda Municipal e é mãe de gêmeas, vivenciou esse mesmo drama com uma de suas filhas quando ela também tinha apenas 16 dias de vida.
“No trabalho, foi a primeira vez que isso aconteceu, mas, em casa, tenho gêmeas e uma das minhas filhas engasgou quando também tinha 16 dias. Naquele momento, também prestei os primeiros socorros, utilizei a manobra de desengasgo e depois a levei à UPA para acompanhamento profissional. Tive essa experiência dentro da minha própria casa, e é uma situação muito difícil e bastante complicada. A Guarda Municipal está preparada para atender a qualquer situação. Recentemente, tivemos um curso de armamento, no qual também atualizamos várias técnicas de primeiros socorros. Estamos à disposição de todos os munícipes”.
MANOBRA DE HEIMLICH – A tapotagem, ou Manobra de Heimlich, é uma técnica utilizada pela fisioterapia respiratória e também pode ser chamada de manobra de percussão pulmonar. É amplamente empregada por fisioterapeutas em pacientes que apresentam acúmulo de secreção nos pulmões decorrente de alguma doença pulmonar.
Elaine Klein explica que é fundamental que todos conheçam essa técnica. “O importante na realização dessa técnica é manter a calma. Deve-se pegar a criança, colocá-la virada de bruços no braço, segurar o rostinho com o polegar e o indicador, apoiar o braço na perna ou no joelho e dar leves tapinhas nas costas do bebê, cuidando para não machucar. A cabeça deve ficar mais baixa que o restante do corpo, o que ajudará o bebê a desengasgar, como aconteceu hoje pela manhã, quando usei a manobra. O que fez a diferença no caso do Ravi foi a rapidez com que o pai procurou ajuda, chegando à central da Guarda Municipal a tempo de podermos ajudá-lo”.
CALMA – “Numa situação como essa, que ocorreu nesta quinta-feira pela manhã, é fundamental manter a calma, pois a rapidez no atendimento faz toda a diferença. Apesar de o engasgo em bebês ser uma situação frequente, ele também é fácil de resolver. Basta aplicar a técnica correta, e o bebê irá desengasgar, por se tratar de um engasgo com líquido”, esclarece Elaine Klein.