Por Marcos Antonio Santos
A Diocese de Toledo reuniu profissionais da comunicação de toda a região no último sábado, 24, para celebrar antecipadamente o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A data oficial será neste domingo, 1º de junho. O encontro ocorreu na Paróquia Sagrada Família, Jardim Panorama, e contou com a participação de comunicadores dos decanatos de Toledo, Marechal Cândido Rondon, Assis Chateaubriand e Palotina.
A celebração teve início com uma missa presidida por dom João Carlos Seneme, bispo diocesano, dedicada aos profissionais da imprensa. Também participaram da cerimônia o padre André Boffo Mendes, coordenador diocesano da Ação Evangelizadora e assessor da Pastoral da Comunicação (PASCOM), e o padre Sebastião Schwarz.
Um dos pontos altos do evento foi a entrega da tradicional mensagem do Papa Francisco aos profissionais da comunicação. A carta papal, publicada anualmente por ocasião do Dia Mundial das Comunicações, propõe uma reflexão profunda sobre os rumos da comunicação no mundo contemporâneo. Em 2025, o texto tem como tema o versículo da Primeira Carta de Pedro: “Estai sempre prontos a responder a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós.”
Dom Seneme lembra que a carta foi promulgada pelo Papa Francisco em 24 de janeiro deste ano, dia do padroeiro das comunicações, São Francisco de Sales. “E, nesse sábado, estamos juntos para contar o que Francisco comunica, o pedido que ele nos faz: que possamos comunicar realmente com os nossos corações, para que possa ser um jeito de falar que agregue as pessoas, que traga esperança e que possa nos unir sempre nesse movimento pela paz, para que haja paz no mundo inteiro. Nós estamos muito contentes de ter aqui todos os representantes dos meios de comunicação da nossa diocese e poder, juntos, partilhar também esse momento”.
DESAFIO – Para dom Seneme, o grande desafio hoje é apresentar uma comunicação verdadeira.
“A comunicação sempre foi essencial. Ela fala aquilo que está dentro dos nossos corações, então sempre houve esse desafio. Acho que o mundo sempre se desafia com uma comunicação que seja verdadeira, uma comunicação que possa unir as pessoas. Ultimamente, com a grande expansão por causa da internet, onde a comunicação é muito mais veloz, ela traz também as suas consequências quando não é utilizada de modo do bem — principalmente as fake news, que dividem as pessoas —, o problema das narrativas também, em que cada um, às vezes, fala do seu ponto de vista e considera isso como verdade. É o que o Papa fala na carta: o problema da autorreferencialidade, quando eu comunico a verdade a partir do que eu acho que é verdade, sem respeitar a verdade dos outros. Então, o grande desafio é esse: é um desafio tanto do lado do bem, como de não utilizar a comunicação para reconstruir pontes. Que seja uma comunicação realmente verdadeira, que não parta de um culto de vista, às vezes ideológico, político, que não ajude a construir pontes e salvar a humanidade”, afirma.

TRADIÇÃO – Durante sua fala, padre André Boffo destacou o papel histórico da Igreja na valorização da comunicação, especialmente após o Concílio Vaticano II, quando foi instituído oficialmente o Dia Mundial das Comunicações. Ele reforça a tradição do Dia Mundial das Comunicações Sociais.
“A Igreja tem essa tradição já há 60 anos. Isso deixa claro o cuidado e o carinho dos papas e da Igreja com todos aqueles que produzem a informação e fazem também com que a informação alcance as casas das pessoas. As formas de comunicar vão mudando ao longo do tempo, os meios de comunicação também vão mudando, mas algumas coisas não se modificam: a seriedade, a integridade daquele que comunica e, principalmente, a responsabilidade com aquele que se comunica. Para este ano, que é o Jubilar da Igreja Católica como um todo, estamos mais motivados”, ressalta o padre.
ESPERANÇA – “O próprio Papa Francisco, ainda vivo, quando promulgou essa carta, que agora chega a todas as nossas comunidades na celebração da Ascensão do Senhor, neste domingo, dia 1º de junho, já destaca a necessidade de que todos nós comuniquemos a esperança. Cada um de nós que faz notícia, que divulga os fatos, tem essa responsabilidade para com a esperança: aumentar, nas pessoas, o sentido de esperança. Para quem é cristão, para quem é católico, a esperança não é simplesmente um sentimento social. A esperança é meio fundamental para se chegar à salvação. Nós temos as chamadas virtudes teologais, e uma das principais virtudes é a esperança. É aquilo que nos motiva a acreditar que, apesar de tudo o que possa acontecer ao nosso redor — coisas boas ou talvez coisas nem tão boas — temos um futuro que nos aguarda: a vida eterna. Esse é o motivo para nós de esperança, e é por isso também que todas as nossas ações cristãs, católicas — sejam elas ações de proclamação da Palavra, sejam elas ações de caridade —, todas elas levam a viver essa expectativa de um futuro que há de vir. E esse futuro que há de vir, o céu, a salvação, só vem por meio da esperança”, declara padre André Boffo.