Ficar órfão de representatividade incomoda muito a gente. Gente que quando precisa de uma ligação com o desconhecido, com as necessidades, se apega aos conhecedores, não se importando em qual posto ele está atuando ou já atuou.
Na minha trajetória de imprensa, que teve início ainda na década de 70, fiquei órfão várias vezes. Desde que Aroldo Martan me apadrinhou com o cargo de “sonoplasta” na Rádio Guaçu – 1530khz, no prédio dos Kahawara (Paulo e Luzia), antigo mercado Nissei, me tirando da vida de garçom, perdi amigos, colegas e parceiros por mais de uma dúzia de vezes, só na comunicação: Francisco Galdino de Lima (Coronel Honorato), Carlos Magno Chelis (Chelinho), Kleber Bolson (bafufento rasgado), Jaime Zeni, Euzebio Garcia (Bronquinha), Aroldo Martan (negão), Agnaldo Martins (dentro do vidrinho), Antônio Klepa (naqueles tempos), José Galdino de Lima (Nhô Zeca), Osvaldo Luís Ricci (compadre), José Heriberto Krisckzun (Zé Roberto), casal Dolores Maria e Borges Silva, e nosso gerente da emissora, Vinicius Scheafer.
Quando se perde essas “representatividades” que servem de referências a nossa vida, é normal ficarmos com essa sensação de vazio que parece nunca preencher, porque cada um de nós possui “perfil” próprio. Perfil esse que até pode ser copiado, mas nunca igualado. Aprendi com todos os nomes citados acima a respeitar esses dogmas pessoais. Também aprendi que na vida politica e social temos que criar vínculos, sejam eles quais forem, pois para quem fica, “vida que segue”. Içami Tiba escreveu em seu livro ‘Quem ama educa’, na pág. 131: “a grande vantagem de o ser humano nascer sem saber nada é que podemos aprender tudo”.
Apeguei-me ao círculo de representatividade própria para fazer um apelo aos eleitores de nossa casa, de nosso meio, de nosso recanto chamado Toledo, cidade bem diversificada etnicamente, e tentar conscientizar todos sobre a necessidade de fortalecer nossas representatividades em todos os setores. No campo politico, não elegermos deputado estadual por pura birra de piá pançudo. Pior ainda é ver que os eleitores estão dando asas a forasteiros que se acham a última bolacha do pacote. José Carlos Schiavinato, nosso único representante, se foi. Agora, teremos que recorrer a Dilceu João Sperafico. Ele já disse em entrevista a esse colunista, que aposentou-se, porque, em suas palavras, “além das conquistas materiais e necessidades humanas do toledano e do povo paranaense, fiz meu substituto”. Pois é, nobre, creio que terás que rever essa aposentadoria, pois é nossa única “certeza” de reconquista, não só na esfera federal, onde você manda bem, como também poder eleger mais um nome para o estado.
Digo isso sem demagogia e com a certeza de que hoje só dispomos dessa esperança, já que novos nomes ainda terão que ser lançados.