Por Marcos Antonio Santos
Neste dia 02 de setembro, sábado, é comemorado o Dia Nacional da Kombi, uma vez que em 1957 saía da linha de produção da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) a primeira unidade da Van. Ou seja, se ainda estivesse em linha, a “Velha Senhora” estaria completando 66 anos em 2023. Isso no Brasil, claro, pois se considerarmos o modelo alemão, a conta já estaria em 71 anos — ela “nasceu”, de fato, em 1950.
CLIPPER – O vendedor Sérgio Soutes, que mora em Toledo, tem uma Kombi, Clipper, ano 1991. Ele comprou no dia 20 de fevereiro, de 2020. “Seu estado de conservação na época era bom de estrutura para fazer uma reforma. Seu preço estava dentro das minhas condições financeiras. Essa é uma importante dica para quem tem o sonho de comprar uma. Hoje, depois de três anos, terminei a reforma externa, falta fazer a tapeçaria interna e alguns acertos na parte mecânica, mas nada que comprometa. Eu e minha família curtirmos um passeio com segurança. Em relação a utilização da Kombi usamos mais nos fins de semana. Porém, quando há necessidade utilizo no trabalho para fazer entregas, pois temos uma loja de latarias automotivas principalmente do segmento de carros antigos”, conta Sérgio.

BOAS LEMBRANÇAS – Segundo ele, na sua vida toda, sempre teve uma ligação muito forte com a linha VW. “Meu irmão mais velho, hoje, falecido, teve duas corujinhas e uma cabritinha. Era o único veículo da família, portanto, fazíamos todos os passeios e viagens de Kombi na infância. Isso marcou muito e com maravilhosas lembranças. Outro ponto importante nesse contexto é que com 15 anos de idade comecei a trabalhar na Auto Mecânica Toledo, Concessionária VW aqui da cidade, na função de auxiliar de chapeador “carinhosamente” chamado de “sabugo”, apelido que se dava na época aos iniciantes. Nessa empresa permaneci por nove anos. Continuei trabalhando na Herbicar até 2001. Sai da empresa e acabei comprando uma loja de latarias automotivas que atuava principalmente no segmento de carros antigos, com o nome de Serval Latarias, a qual está funcionando em Toledo há mais de 20 anos. Então, estava na hora de realizar o sonho de reviver essas fantásticas e maravilhosas lembranças do passado. Deu certo, e juntamente com minha família estamos muito felizes. Resumindo: A ferrugem está nas veias, já tentei sair dela várias vezes, mas ela, não sai de mim de jeito nenhum”, brinca Sérgio.
MANUTENÇÃO – “A manutenção da Kombi, por ser um carro grande, não é elevada, pelo contrário. É a mais barata se levarmos em consideração que se enquadra na categoria de utilitários e seus concorrentes são as Vans, que são mais avançadas e obviamente com manutenções mais caras”, afirma Soutes.
“VELHA SENHORA” – Desde 1957, primeiras Kombis fabricadas no Brasil, até 2013, quando a fabricação foi encerrada, a “Velha Senhora” passou por muitas transformações. “Com a evolução tecnológica, automaticamente houveram necessidades de mudanças, principalmente nos aspectos relacionados a desempenho, economia, segurança e conforto. A evolução mais significativa foi a substituição do motor que antes era refrigerado a ar, por um refrigerado a água, e a introdução da injeção eletrônica, proporcionando maior confiabilidade. No aspecto visual, a Volkswagen sempre manteve a aparência da Kombi sem muitas modificações por ser um utilitário popular. O seu design sempre foi em formato retangular popularmente chamado de “caixote”. Muitas pessoas não sabem, mas o comprimento da Kombi é o mesmo do Fusca, devido a esse formato, ela parece ser muito maior, e também devido a isso, seu espaço interno é amplamente maior do que o Fusca”, explica Sérgio.
EVOLUÇÃO – Tudo evolui, nada é eterno. As Vans, que substituiu as Kombis, são muito mais modernas. Soutes relata que as Vans proporcionam mais desempenho, agilidade, conforto e economia, mas ele acredita que futuramente as Kombis, assim como os Fuscas poderão ganhar versões modernas. “Sim, isso vai acontecer, porque a Kombi juntamente com o Fusca são os modelos mais fortes no Brasil e fora dele. Das pessoas nascidas até a década de 80, dificilmente tenham uma história relacionada com esses dois modelos. Fazem parte da história, isso é fato”.

AUTOMÓVEL CLUBE – Segundo o integrante da diretoria do Toledo Automóvel Clube, Nelso Bassani, o grupo de carros antigos da cidade, tem 15 participantes proprietários de Kombis. Sérgio também faz parte, ‘com muito orgulho’, do Automóvel Clube. “Dedicado ao Antigomobilismo, fundado em maio de 2019, onde temos 15 felizes proprietários de Kombis. Mas, o Automóvel Clube, não é constituído apenas por Kombis. Somos atualmente em 110 integrantes, com mais de 130 veículos antigos das mais diversas marcas, modelos, cores e estado de conservação. Não há restrição alguma, apenas que sejam apaixonados por antigos e participem ativamente dos encontros semanais e demais eventos nos quais o grupo é seguidamente convidado. A Kombi não é, e jamais será, apenas um automóvel qualquer. Ela é uma lenda e isso permanecerá por muito tempo”, enfatiza Sérgio Soutes, que ainda disse que na região tem muitos grupos específicos somente de Kombeiros.
Sérgio lembra que o 3º Encontro de Veículos Antigos será realizado no dia 23 de junho de 2024, no Lago Diva Paim Barth, Toledo. O evento realizado este ano contou com mais de 800 carros antigos.