Por Marcos Antonio Santos
Euclides Jaenisch conta que, quando tinha 19 anos de idade, em 1986, comprou o seu primeiro Chevette
O dia 24 de abril, esta quinta-feira, é celebrado por muitos entusiastas como o “Dia do Chevette” aqui no Brasil. Apesar de não ser uma data oficial no calendário, ela virou uma comemoração popular entre fãs do clássico Chevrolet Chevette, um dos carros mais icônicos das décadas de 70, 80 e início dos anos 90.
O Chevette tem uma legião de admiradores por ser um carro simples, resistente e com bastante história. Lançado no Brasil em 1973, ele marcou época com seu design compacto e desempenho honesto. O Chevette foi lançado no Brasil em 1973 pela Chevrolet (General Motors do Brasil). Ele foi baseado no projeto “T-Car” da GM, que deu origem a vários modelos compactos pelo mundo — como o Opel Kadett na Europa.
A ideia era clara: oferecer um carro popular, econômico, robusto e com manutenção simples, para competir com os Fuscas e Corcéis da época.
HISTÓRIA – Euclides Jaenisch, que faz parte do Veteran Car Club de Toledo, conta que, quando tinha 19 anos de idade, em 1986, comprou o seu primeiro Chevette. “Comprei o meu primeiro Chevette com dinheiro emprestado e consegui pagar. Depois, eu peguei um modelo 1979 e, na sequência, comprei um 1976, modelado para 1978. Com esse, fiquei durante nove anos. E esse Chevette tem muita história: muitos bailes, muitos namoros, muitas andanças. Teve uma época em que fui a um baile em Três-Bocas, e tinha meu amigo Carlos, que me chamou para ir ao baile. Falei que não tinha dinheiro, então ele pagou o combustível. Foi naquele baile que começou a história do meu casamento. Conheci minha esposa, Sandra. Ela estava com as amigas. Acabou o ano letivo, ela foi embora juntamente com o pai, e ficou longe para namorar. Mas, como o coração falou mais alto, eu peguei o Chevette e fui atrás dela. Namorei com ela por uns dois anos e, depois, nos casamos em 1994”, recorda.
VIDA NOVA – Euclides relata que teve que vender o seu Chevette por R$ 2.400,00. “E, com esse dinheiro, estruturei a minha vida. Comecei com esse dinheiro a fazer ‘rolo’ de comprar e vender. Buscava carro em Curitiba, e o dinheiro começou a aumentar. Comecei a comprar caminhões em São Paulo, trazer para cá e vender. E comecei a ganhar dinheiro com a ‘semente’ do Chevette. E os anos passaram, nasceram os filhos. Falei com a minha esposa que iria comprar um Chevette de novo. E recordei que começamos a namorar quando eu tinha um Chevette. E nossa vida — a minha e a da Sandra — se resume a esse carro. Começou com o Chevette. Procurei e comprei um Chevette bom, restaurei ele, e esse vai ficar na família por muitos anos. Uma belíssima história que se resume ao Chevette”, menciona.
ENCONTRO – Nos dias 14 e 15 de junho, o Parque Ecológico Diva Paim Barth irá se transformar em uma grande máquina do tempo e reunir, de uma só vez, milhares de veículos antigos no 4º Encontro Internacional de Veículos Antigos, promovido pelo Veteran Car Club de Toledo. Euclides revela que estará presente com o seu atual Chevette. “Vamos querer superar o encontro do ano passado, que teve a participação de 1.200 carros. Queremos colocar mais veículos no Parque Ecológico Diva Paim Barth este ano. Vamos curtir, curtir o Chevette. Nessa longa trajetória, tem muitas histórias, mas o resumo maior é essa paixão pelo carro, minha esposa e a minha família”, ressalta Euclides Jaenisch.
CHEVETTE
Primeira Geração (1973–1983)
Lançado com carroceria sedã duas portas, motor 1.4 a gasolina.
Em 1974, saiu o Chevette Luxo.
Em 1978, o visual foi atualizado (frente mais quadrada, faróis retangulares).
Já nos anos 80, vieram outras versões: SL, SL/E, GP, Junior (uma versão 1.0 bem econômica).
Versatilidade de Carrocerias
O Chevette teve várias versões de carroceria:
Sedã 2 e 4 portas
Hatch (Chevette Hatch)
Perua (Marajó)
Picape (Chevy 500)
Ou seja, ele não era só um carrinho urbano — era quase uma linha completa para todos os gostos e necessidades.
Mecânica e Confiabilidade
Começou com motor 1.4, depois 1.6, até ter versões a álcool.
Era tração traseira, o que dava um comportamento divertido e durável — especialmente amado por quem gosta de drift ou manobras.
A manutenção era simples, com peças baratas e abundantes.
Declínio e Fim de Produção
Nos anos 90, com a chegada de modelos mais modernos (Kadett, Corsa, Uno, Gol), o Chevette foi ficando defasado. A produção foi encerrada em 1993, após 20 anos de estrada e mais de 1,6 milhão de unidades produzidas no Brasil.
Legado
Virou carro de entrada para muita gente.
Icônico em memes, modificações (os famosos Chevettões turbo) e nas ruas do interior.
Continua sendo celebrado em encontros de carros antigos e no imaginário brasileiro.