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Dejetos de 41 mil suínos serão transformados em energia na Central de Bioenergia de Toledo

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Por Marcos Antonio Santos

O valor investido na CBT é de pouco mais de R$ 19 milhões 

Há pouco tempo, aproximadamente 25 toneladas por dia de dejetos suínos dos 4,5 mil animais da propriedade de Vladimir Lorenzoni, localizada no distrito de Vila Nova, em Toledo, eram destinados para a pastagem. Agora, com a Central de Bioenergia de Toledo (CBT), desenvolvido e gerido pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), esses dejetos irão produzir energia com volume suficiente para produzir, em fase inicial, 5 mil metros cúbicos de biogás, que irão movimentar dois geradores, cada um com potência instalada de 335 kW. A energia elétrica produzida por meio do biogás será comercializada e equivale a aproximadamente 1.500 residências de médio porte. Essa energia, aproximadamente 330MW/mês, será injetada na rede da Copel, que irá gerar receita para manter a Central em operação.  E nessa quarta-feira, 11, aconteceu o início da operação assistida da Central de Bioenergia, no distrito de Vila Nova.

A propriedade de Lorenzoni é uma das 15 de produtores rurais de Vila Nova que juntas somam 41 mil suínos, em que os dejetos serão transformados em energia na Central de Bioenergia, além da possibilidade de destinação de 6 toneladas de carcaças de suínos mortos não abatidos por dia “O CIBiogás busca os dejetos e se eu quiser que esse material de volta em forma de adubo tratado, eles entregam na minha propriedade. Essa Central é muito boa, porque não me preocupo mais em contaminar o solo, antes era perigoso. Foi a melhor coisa que aconteceu para nós”, afirma.

Cerimônia da operação assistida da Central de Bioenergia de Toledo. Foto: Gazeta de Toledo

SUINICULTORA SUSTENTÁVEL – Segundo o diretor de Desenvolvimento Tecnológico do CIBiogás, Felipe Souza Marques, antes das carcaças entrar no biodigestor passará pelo processo de sanitização e será triturada. “A carcaça será triturada e faremos um processamento sanitário para eliminar os riscos de patógenos antes de ser colocada no biodigestor e produzir biogás.  Essa carcaça será misturada com os 440 metros cúbicos de dejetos que receberemos todos os dias”, explica Felipe.

CBT – A cerimônia de início da operação assistida e acionamento simbólico dos geradores da Central de Bioenergia de Toledo teve a participação da Itaipu Binacional, Parque Tecnológico Itaipu (PTI-Brasil), CIBiogás e prefeitura de Toledo. 

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, que participou da solenidade disse que as alternativas energéticas tem que ser substituídas. “Estamos contribuindo com isso, temos uma superintendência que trata da transição energética, estamos começando essa operação assistida como prova do nosso compromisso. São alternativas de energia, aliás, com uma matéria-prima que se produz muito em Toledo, o gás metano nessa região é muito forte. Podemos ter um gás, que será a matéria-prima em insumos para produção de energia, que diminui a poluição e uma energia que é barata e contribui muito com o desenvolvimento”, diz Verri. O valor investido na Central é de pouco mais de R$ 19 milhões.   

“Nós acabamos com a poluição, com o comprometimento desses dejetos com as nossas águas, juntamente com a fauna e flora, e ao mesmo tempo convertermos o que era muito ruim para a humanidade, em produção de energia, que irá melhorar em muito a qualidade de vida dessa mesma humanidade, isso é ciência”, enaltece Verri.

Segundo o prefeito Beto Lunitti, Toledo é um território favorável para constituição de energia renovável a partir dos dejetos de suínos. “Temos exemplos já estabelecidos pelo Renova Paraná que está dando certo e produzindo biocombustível, temos esse projeto do CIBiogás, que Toledo é socio-fundador dessa instituição, e não poderíamos ficar de fora na participação pelo município da doação dessa área e na composição que se trata dessa grande usina. É um espaço importante para as soluções ambientais e também para a produção de energia. Ainda teremos um projeto com a Ambicoop, do governo da Alemanha. Nos tornamos um território no Paraná com a maior propensão de produção de energia renovável, não somente de desejos suínos, mas a solar e eólica”, diz.   

O projeto tem como objetivo a produção de energia elétrica com uma potência instalada de 0,67 MW. Foto: Gazeta de Toledo

Na cerimônia foi assinada a doação do terreno da prefeitura de 55 mil metros quadrados, onde está construída a CBT. 

PRODUÇÃO – A Central de Bioenergia de Toledo receberá os dejetos suínos de 15 propriedades, mas de acordo com Felipe Marques, tem estrutura para ampliação. “Principalmente os produtores que queiram destinar as carcaças, e eles podem procurar o CIBIogás para serem cadastrados e iremos avaliar a possibilidade de logística de receber os dejetos e as carcaças e avançarmos nesse projeto.  Essa Central começo pensando lá na frente e temos espera nas estruturas para gerar mais energia elétrica e produção de biogás. É o primeiro passo que comemoramos com essa operação assistida, de uma planta que pode ampliar muito os serviços em Toledo”.

Para Felipe Marques, a capacidade de energia gerada na CBT, que começará abastecendo 1.500 residências, poderá aumentar. “A Central está montada para dobrar essa entrega, mas vai depender da articulação do CIBIogás com os produtores, agroindústria e com o município para podermos encontrar um cenário positivo para essa ampliação. A perspectiva é de um projeto com visão de futuro, e Toledo comporta facilmente mais quatro unidades semelhantes a essa”.

MEIO AMBIENTE – Os dejetos suínos têm potencial poluidor maior que os dejetos de origem humana. O superintendente da Assessoria de Energias Renováveis (ERGB), Rogerio Meneghetti, comenta que não sendo bem tratados, os dejetos são jogados nas lavouras de forma inadequado. “Com as chuvas podem ser deslocados para os rios, que também chegam aos reservatórios da Itaipu. A vida útil dos nossos reservatórios é estimada em 196 anos, e trabalhamos anualmente que esse tempo se perpetue. Daqui a dez anos queremos que esta vida útil continue de 196 anos”, afirma.

O projeto promete muitos benefícios para o município de Toledo. E tem potencial para utilizar resíduos agroindustriais futuramente.

Também serão produzidos no local 330 metros cúbicos de biofertilizantes, que serão distribuídos para os próprios suinocultores que participam do projeto e a comunidade em geral.  

Fotos: Gazeta de Toledo

   

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