Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Fonte de dados meteorológicos: Wettervorschau 30 tage
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

De mesa da presidência à mesa da propina.

h

Facebook
WhatsApp
LinkedIn

Quanta bobagem — pra não dizer coisa pior — li nesses bloguesitos, grupelhos de fofocas desde o afastamento dos vereadores Dudu Barbosa e Valdomiro Bozó. Teve de tudo: gente que chupou as fotos da Gazeta sem sequer dar crédito, passando por outros que, em total surto jurídico, já “empossaram” suplentes como se fosse jogo de tabuleiro.

Mostrar a cara? Jamais! Os furões da notícia preferem se esconder atrás de perfis genéricos, frases vagas e postagens recicladas. Jornalismo, meus caros, exige mais do que print de grupo e achismo de WhatsApp.

E aqui vai um recado direto: quem é de Toledo — e quem é Toledense de coração — sabe muito bem quais veículos têm credibilidade, responsabilidade e compromisso com a verdade. Fofoca, por aqui, não é e nunca será pauta.

Entenda o caso – Vereadores afastados

Acusação de corrupção envolvendo o Projeto de Lei 149/2024

O que está sendo investigado?

Os vereadores Dudu Barbosa (MDB) e Valdomiro Bozó (PL) foram afastados judicialmente de seus cargos. São acusados de solicitar R$ 300 mil em propina a um empresário, em troca da aprovação de um projeto de lei de interesse da empresa dele.

Qual era o projeto envolvido?

  • Projeto de Lei nº 149/2024, de autoria do Executivo Municipal
  • Objetivo: regularizar a servidão de passagem para a empresa Toledo Energia Renovável Ltda., visando à implantação de obra de infraestrutura

Como surgiu a denúncia?

  • Gilberto, empresário representante da empresa, denunciou o suposto pedido de propina.
  • Ele gravou a conversa com os vereadores durante reunião realizada na sala da presidência da Câmara.
  • O conteúdo das gravações e os depoimentos foram entregues ao Ministério Público e à Justiça.

Como foi feita a abordagem?

  • Dudu Barbosa teria procurado o empresário dizendo que apresentaria uma emenda que aumentaria os custos da obra.
  • Uma reunião foi marcada com Dudu e Bozó, onde o valor de R$ 300 mil teria sido solicitado para garantir a aprovação do projeto sem alterações.

Detalhes da reunião:

  • O encontro ocorreu na mesa da presidência da Câmara.
  • Os vereadores pediram que os celulares fossem guardados numa gaveta.
  • Dudu teria escrito “300” numa prancheta, sinalizando que o valor seria dividido entre sete vereadores, justificando com: “tem campanha, tem que dividir”.

O que a Justiça considerou?

  • Indícios suficientes de corrupção passiva.
  • Risco de reiteração do crime, pois ambos ainda estão no primeiro ano de mandato.
  • O projeto, agora com nova numeração (PL nº 21/2025), segue em tramitação.

Por que o afastamento foi determinado?

  • Para evitar interferência nas investigações.
  • Para impedir a repetição da conduta criminosa.
  • Com base no art. 319, inciso VI, do Código de Processo Penal.

O que pode acontecer agora?

  • O caso segue em investigação.
  • Os vereadores podem ser cassados pela Câmara.
  • O MP pode apresentar denúncia formal. Em caso de condenação, os parlamentares perdem definitivamente os cargos e podem ser responsabilizados criminalmente.

A mesa da propina

De “mesa da honra” a mesa do escândalo

A Câmara de Toledo virou palco de um roteiro digno de série trash. Em plena mesa da presidência — símbolo do debate democrático — o que se discutiu foi o preço da “caridade política”: R$ 300 mil. Esse foi o termo usado para justificar a propina supostamente pedida pelos vereadores ao empresário. A reunião, embora secreta, teve um desfecho inusitado: estava sendo gravada pelo próprio empresário, que não topou o teatrinho e denunciou o caso ao Ministério Público.

Projeto com preço tabelado

O Projeto de Lei 149/2024, que tratava da regularização de uma servidão de passagem para a Toledo Energia Renovável Ltda., foi o estopim. Em vez de análise técnica e debate público, surgiu uma “tabela de preço”.

Segundo o denunciante, o então presidente da Câmara, Dudu, teria dito que faria uma emenda que elevaria os custos da empresa em até R$ 1,5 milhão. Mas tudo poderia ser “facilitado” com uma “ajuda” de R$ 300 mil — quantia que seria dividida com outros sete vereadores, os tais “do dez”.

Celulares na gaveta, código na prancheta

Durante a negociação, Bozó recolheu os celulares e trancou numa gaveta. Cuidado típico de filme ruim de espionagem. Dudu, por sua vez, escreveu “300” numa prancheta, como quem faz cálculo do dízimo da corrupção.

Tudo isso aconteceu dentro da sala mais simbólica da Câmara, como quem diz: “Aqui quem manda somos nós”. Só esqueceram de um detalhe: estavam sendo gravados.

Sete votos, aprovação unânime

A promessa era simples: com o “incentivo”, o projeto passaria com sete votos — unanimemente. Nada de debate, barulho ou oposição. Seria um cartório de interesses com carimbo invisível e recibo político.

Mas o empresário não se dobrou à chantagem. Foi à Justiça, que acolheu a denúncia e afastou imediatamente os dois vereadores, para impedir a continuidade desse “modelo de negócio”.

Do 149 ao 21: o projeto reencarnado

Curiosamente, o projeto envolvido no escândalo ressurgiu com nova numeração: agora é o PL 21/2025. Continua em tramitação como se nada tivesse acontecido. A cidade assiste. Os demais vereadores também. Mas o sumiço — e o silêncio — dos dois investigados grita. Será que alguém vai pedir a cassação?

Cassação, cadê você?

Apesar da gravação, da repercussão e dos indícios, nenhum processo formal de cassação foi aberto até agora. É verdade que o rito exige petição formal, mas nos bastidores — onde meus urubus voam — há rumores de que vereadores da base governista vão pedir ao menos a suspensão do pagamento dos salários dos afastados.

A sociedade cobra. O Ministério Público pressiona. E o Legislativo?

Enquanto isso, o risco de reiteração persiste, como destacou a Justiça. Afinal, com tanto “profissionalismo” na arte da conversa de gabinete, é evidente que essa não era a primeira vez. E, se depender do silêncio, não seria a última

Veja também

Publicações Legais

Edição nº2788 – 30/07/2025

Cotações em tempo real