O Evangelho deste domingo (01/09) nos propõe uma séria reflexão sobre os valores que fazem parte do Reino de Deus: humildade, gratuidade e o amor desinteressado.

O contexto é um jantar na casa de um fariseu. Ali Jesus presta atenção no comportamento das pessoas e não se intimidada em criticar os convidados que procuram os primeiros lugares e, inclusive, em sugerir a quem o convidou quais pessoas deverá convidar na próxima vez: “Não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Estes não têm como retribuir”.

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As palavras de Jesus vão além de normas de boa educação ou etiqueta social, ele se refere ao banquete final onde nos encontraremos com Deus face a face e ali teremos que prestar contas do que fizemos com nossas vidas, nossas escolhas e nosso comprometimento com o Reino de Deus.

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Jesus conclui a parábola dizendo que todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar sobre exaltado. O que significar humilhar-se? A resposta se encontra em Jesus. Ele se abaixou, desceu: não com palavras, ou com sentimentos, mas com fatos. Tudo começou quando Jesus assumiu nossa condição humana, deixando de lado seu ser divino e humilhando-se e sendo obediente até a morte (Fl 2,6-8). Sempre foi coerente com esta escolha. Na última ceia, abaixa-se para lavar os pés dos discípulos, comporta-se como aquele que serve. Foi até o extremo do amor na cruz. Depois o Pai vem para resgatá-lo e estabelece-lo como rei do universo. É assim que Deus realiza a sua Palavra: aquele que se humilhar será exaltado. Ser humilde significar ter os meus sentimentos de Jesus, comportando-se como Ele se comportou.

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Humildade é disponibilidade para descer de nossos pedestais, ir ao encontro dos irmãos, abaixando-se, sem medo; é vontade de servir por amor, não por algum cálculo ou vantagem. Acima de tudo, é gratuidade, como diz o evangelho a respeito de convidar para o banquete aqueles que não podem retribuir. Ser humilde, segundo o modelo de Jesus, significa perder-se, gastar-se gratuitamente; não viver para si mesmo, mas para os outros, procurando elevar os que vivem arrastando-se.

Os sinais do Reino que hoje Jesus chama a atenção – humildade, gratuidade e amor desinteressado – aparecem como antítese mais radical da sabedoria do mundo: o evangelho nos obriga a olhar o outro lado. O mundo exalta o orgulho, a subida, não a descida, fazer caminho às custas dos outros, não ceder aos outros. Jesus nos desafia a colocar as nossas forças à disposição dos mais fracos e viver o amor até as últimas consequências. O caminho não é fácil, porém é possível. Jesus nos deu o exemplo!

Diz o Salmo 130: “Senhor, meu coração não é orgulhoso, meu olhar se eleva arrogante o meu olhar; não ando à procura de grandezas, nem tenho pretensões ambiciosas. Ao contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; ela está em paz dentro de mim, como a criança bem tranquila, amamentada no regaço acolhedor de sua mãe. Confia no Senhor, agora e para sempre”.

Dom João Carlos Seneme, css

Bispo de Toledo

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