Nessa segunda-feira (15), a Secretaria do Meio Ambiente (SMMA) de Toledo promoveu um curso de manejo de grandes felinos, no auditório Acary Oliveira. A atividade foi conduzida por profissionais do projeto Onças do Iguaçu e reuniu participantes de municípios do Oeste do Paraná, como Cascavel e Palotina. O curso teve como objetivo preparar profissionais e interessados para lidar com ocorrências envolvendo felinos silvestres, especialmente as onças-pintadas, além de orientar sobre como prevenir situações de risco para pessoas e animais.
A coordenadora de Defesa e Proteção Animal da SMMA, Cinthia Moura, explicou que a proposta surgiu diante da demanda crescente. “A secretaria viu a necessidade da capacitação de alguns profissionais devido à alta demanda nos últimos meses de captura de animais silvestres. Como trabalhamos em equipe com bombeiros e universidades, percebemos que era o momento de ampliar esse conhecimento”, comenta. “Agora temos profissionais com uma visão mais ampla em resgates de animais. Nos últimos meses tivemos ocorrências de felinos na região e nossa equipe estava reduzida. Com esse curso, conseguimos contar com mais pessoas preparadas para ajudar”, observa.
Cinthia destacou ainda o perfil do público. “São mais de 150 inscritos, entre alunos, professores e especialistas. É importante criar uma cultura nesse pessoal mais jovem, porque aqui na região vamos precisar desse trabalho bem feito”, destaca.
A coordenadora executiva do projeto Onças do Iguaçu, Yara Barros, ressalta a função da capacitação. “Este é um curso para atendimento de ocorrências com grandes felinos, seja em área rural, em cidade ou em casos de predação. A ideia é passar a experiência da nossa equipe no manejo desses conflitos entre onças e pessoas, mostrando quando intervir e o que fazer em casos de encontro. Não é um curso para ensinar a capturar onça, mas para lidar com o conflito de forma segura”, explica.

Yara reforça ainda a orientação para a população. “Quem mora perto de áreas florestais deve entrar em contato com as autoridades ambientais em caso de avistamento, manter a propriedade sem lixo e sem restos de carcaça para não atrair animais. E, se encontrar uma onça, o que é raro, não deve pensar que ela vai atacar. A onça só quer ser onça: viver na mata, caçar e criar os filhotes. A recomendação é não dar as costas, se afastar devagar, fazer barulho e deixar uma rota de fuga. A tendência dela é ir embora”, detalha.
Onças do Iguaçu – O projeto, que recebeu em abril o prêmio internacional Whitley, considerado um “Oscar Verde”, foi lembrado por Yara como um reconhecimento importante. “É um prêmio que mostra que estamos no caminho certo. E estar hoje em Toledo, mesmo fora da nossa área de atuação direta, tem a ver com a necessidade que o município tem de lidar com resgates de fauna. Aqui existe uma equipe ativa e muitas ocorrências, porque sempre que há áreas de mata próximas das cidades, aumentando os riscos de contato”, alerta.
Ela também descreve os pilares da iniciativa. “O projeto Onças do Iguaçu é de conservação e tem três componentes: a pesquisa, o engajamento, que é fazer as pessoas se encantarem com as onças e ajudarem na luta pela conservação, e a coexistência, que é viver gente e onça no mesmo lugar, de forma boa para todos. Trabalhamos não só dentro do Parque Nacional, mas também nas cidades do entorno”, pondera.
Fonte: Secom/Pref. de Toledo