Prefeito aguarda definição da Defesa Civil

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou hoje (17) que está aguardando apenas uma definição da Secretaria Nacional de Defesa Civil para declarar situação de emergência no município. A medida atenderá a prefeitura em duas situações. Há dez dias o prefeito solicitou a medida para liberar o FGTS às pessoas afetados pelas chuvas de fevereiro e agora por causa do novo coronavírus (Covid-19). A medida permite que a prefeitura possa fazer compras sem licitação e contratar pessoal sem concurso. “Estamos esperando a resposta para hoje”, disse.

Crivella anunciou também que se o número de casos de Covid-19 aumentarem poderá decretar o recolhimento compulsório de pessoas em situação de rua. Elas seriam levadas para unidades de acolhimento da prefeitura.

“Não descarto o recolhimento compulsório se a situação se agravar. Já tem legislação que permite para pessoas dependentes de drogas”, disse.

O prefeito disse que quando a ocupação de leitos disponíveis para receber os pacientes com coronavírus chegar a 70% começará a funcionar no Riocentro um hospital de campanha, para onde serão levados os pacientes que estão em hospitais municipais em tratamento de cirurgias eletivas, e assim desocupar os leitos para atender os infectados.

A estrutura do hospital de campanha é do Exército e, segundo Crivella, já está tudo acertado com a força militar para realização do atendimento no local.

Crivella disse que, por enquanto, algumas medidas adotadas estão em nível de recomendação, como o pedido para a Rio Ônibus colocar mais veículos nos horários de pico e de redução de passageiros nos ônibus ao limite de só transportar pessoas sentadas, e aos restaurantes para diminuírem o número de mesas e privilegiarem o atendimento em aplicativos.

“Ônibus lotado com pessoas em pé será multado. Não podemos ter nesse momento ônibus lotados tendo em vista o risco do contágio”, advertiu.

O prefeito disse que poderá mudar a orientação. “Se a curva [de casos] se acelerar, aí sim, as medidas serão restritivas”, disse. A cidade, segundo Crivella, tem seguido a média de crescimento mundial de surgimento de casos da Covid-19.

“Temos um cuidado todo especial com as pessoas que têm asma, pneumonia, bronquite, que estão fazendo tratamento de câncer, insuficiência renal. Essas pessoas, sobretudo os idosos, deverão ter um cuidado especial durante essa crise. Hoje temos cinco pessoas internadas, duas entubadas que possuíam asma.”

Crivella reiterou o pedido para que a população fique em casa e quem não puder que evite aglomerações. A preocupação é com o contágio explosivo da doença no município. “O problema maior é a escalada do contágio”, alertou.Para evitar aglomerações, serão fechados ao público os parques municipais, entre eles Mendanha, Grumari/Prainha, Chico Mendes e os Bosques do Marapendi, da Barra da Tijuca e da Freguesia.

Estarão fechadas também as 24 Vilas Olímpicas do município. Além disso, serão suspensas as áreas de lazer aos domingos e feriados em locais como o Aterro do Flamengo e a orla da cidade. Agentes da Guarda Municipal farão pedidos para que as pessoas não frequentem as praias. O tráfego de veículos está liberado.

A prefeitura recomendou ainda que teatros e cinemas permaneçam fechados durante a crise.

Embora tenham registrado procura menor os restaurantes populares, não serão fechados, mas haverá avisos de que frequentadores mantenham a higiene. “Continuarão abertos para café da manhã e almoço os três restaurantes populares da nossa cidade”, disse o prefeito.

Já as Casas de Convivência do município, que costumam receber 5 mil idosos, estarão fechadas. “Era uma medida que não tínhamos tomado antes e passará a vigorar a partir de amanhã”.

Os atendimentos presenciais na Secretaria de Transportes, como recurso de multas, estão suspensos. O prefeito sugeriu que os interessados recorram aos serviços on line. “Não estão abertas as repartições para atendimento presencial”.

Edição: Fernando Fraga

Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro