Chamo a atenção dos nobres edis e, especialmente, dos eleitores de Toledo — em particular aqueles que se identificam com a chamada “direita conservadora” — para que marquem em seus compromissos a participação presencial nas reuniões desta terça-feira: às 9h na CCJ e às 10h na CFO.
Lembro aos vereadores que integram essas comissões, majoritariamente de oposição, que a proposta de “reforma administrativa” apresentada pelo prefeito Mario Costenaro, que prevê a recriação das secretarias da Mulher, da Agricultura e Proteína Animal e da Comunicação Social (Secom), corre o risco de ser arquivada. Caso isso ocorra, o impacto negativo para aqueles que votarem contra poderá ser significativo.
Não acredito que as três vereadoras eleitas votarão contra a recriação da Secretaria da Mulher, assim como também não imagino que algum vereador se posicione contra os produtores rurais, que há 11 anos consecutivos mantêm Toledo no topo do ranking do Valor Bruto da Produção (VBP) do Paraná, além de ostentar o título de “Capital da Produção do Paraná”. Da mesma forma, é improvável que se oponham à recriação da Secretaria de Comunicação Social, extinta pela gestão anterior.
A importância da presença dos eleitores
Embora os eleitores não possam votar nessas comissões, eles podem exercer pressão dentro dos limites do regimento interno, demonstrando aos vereadores que as eleições já passaram e que a recriação dessas secretarias reflete a vontade da maioria da população de Toledo. Portanto, essa decisão deve ser respeitada.
Projeto de Construção da Nova Sede do Hoesp
Um dos grandes acontecimentos deste início de ano ocorreu na última sexta-feira, quando a direção do Hospital Bom Jesus apresentou às autoridades a atualização do projeto de construção da nova sede da instituição. O evento, realizado na sede da Associação Médica de Toledo, teve como destaque a explanação inicial da arquiteta Andrea Becker, que apresentou a maquete da futura edificação.
Nova Sede
A nova sede do Hoesp contará com 500 leitos para atender a região, sendo que, na primeira etapa, serão disponibilizados 270 leitos. Atualmente, o Hospital Bom Jesus possui 215 leitos, que abrangem o atendimento da 20ª Regional de Saúde, e mais de 70% dos atendimentos são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em números, o hospital realiza mensalmente mais de 2,5 mil atendimentos no Pronto-Socorro, 650 cirurgias e 250 partos. Na próxima edição, trarei as palavras marcantes para a saúde do Oeste dos Drs. Torao Takada e Claudio Hayashi.
O peso da voz popular
A manhã será quente em Toledo, mas o calor maior virá de outro lugar. Nos corredores da Câmara, o burburinho crescerá, alimentado pela insatisfação de quem, na urna, depositou sua confiança e, agora, espera ser ouvido.
Os vereadores irão tomar seus assentos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Alguns ajeitarão os óculos, outros folhearão papéis como se procurassem, entre as linhas, um argumento capaz de sustentar suas posições. Mas o que realmente preencherá a sala não serão os documentos — será o olhar atento do povo.
Espero que os eleitores não estejam presentes e sentados nas cadeiras das salas de reunião, apenas por estar. Estarão ali com seus olhares inquisitivos, seus gestos firmes, sua presença incômoda para alguns. Não poderão votar, é verdade, mas quem disse que não poderão pesar? A cada discurso contrário à recriação das secretarias, um murmúrio crescerá. A cada justificativa, um franzir de testa coletivo denunciará a impaciência.
“Senhores vereadores, não se esqueçam de quem os colocou aí.” Será o que parecerá dizer cada rosto na plateia, como um coro silencioso que não precisará de megafone para ser ouvido.
Os opositores à proposta ensaiarão seus argumentos: economia, gestão eficiente, prioridades. Mas será que convencerão o agricultor que viu Toledo crescer com sua produção? E a mulher que sonha com uma secretaria voltada às suas pautas? E o comunicador que sabe a importância de um canal oficial de diálogo entre governo e população?
A pressão será discreta, mas densa. E, no jogo político, um silêncio carregado de expectativa valerá mais do que mil palavras. Os vereadores sentirão isso. Saberão que, dali em diante, qualquer voto contrário não será apenas um ato administrativo — será um recado. Um que poderá custar caro nas urnas.
Ao final da primeira reunião, enquanto os parlamentares deixarem a sala, os olhares continuarão ali, acompanhando-os até a porta da segunda, terceira e até a plenária final. Talvez amanhã, nenhum vereador mude de opinião. Mas todos sairão com um peso a mais nos ombros: o da consciência de que o povo observa, cobra e, no momento certo, responderá.