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Diretores de escolas e centros municipais de educação infantil (Cmeis) de Toledo participaram, na manhã dessa terça-feira (29), de uma videoconferência realizada pelas secretarias municipais de Educação (Smed) e Saúde (SMS). O encontro teve como objetivo orientar os gestores sobre a coqueluche, fornecendo informações cruciais sobre como agir em situações de suspeita da doença em seus estabelecimentos – a iniciativa também contou com o convite à direção do Núcleo Regional de Educação (NRE), que o estendeu a diretores de colégios estaduais.

Até o momento, Toledo registra 11 confirmações de coqueluche, sendo cinco deles em crianças em idade escolar. Com uma tendência de crescimento de casos no âmbito local, estadual, nacional e mundial, a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Thais Schmidt Vitali Hermes, destacou a importância de protocolos específicos para evitar a disseminação da doença, que tende a ser mais grave nas crianças pequenas e pessoas com condições clínicas especiais.

A enfermeira explicou que, ao identificar um caso suspeito de coqueluche, os serviços de saúde realizam a coleta de amostra para análise pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen). O tratamento recomendado envolve a administração de antibiótico para o paciente e quimioprofilaxia para as pessoas que moram na mesma residência. “A Vigilância Epidemiológica, após ser notificada, realiza uma investigação para identificar as pessoas que tiveram contato próximo e prolongado com o paciente, para que, nos casos recomendados, também iniciem o uso de medicamentos que reduzem o risco de infecção”, explica Thais.

Diante de um caso suspeito em idade escolar, a Vigilância Epidemiológica faz contato com a direção do estabelecimento de ensino para identificar estudantes da mesma sala de aula que são asmáticos, imunossuprimidos ou que convivem com gestantes ou crianças menores de 1 ano. Esse contato é realizado por WhatsApp para garantir rapidez e eficácia no controle da disseminação da doença. “Quando um caso é identificado em estudantes de até 7 anos, é necessário bloqueio vacinal seletivo. Portanto, solicitamos que a escola forneça uma lista com os nomes dos alunos da turma, de modo a verificar a situação vacinal dos colegas de classe”, detalha. 

As secretárias da Educação e de Saúde pediram aos diretores celeridade e discrição em situações de suspeita de coqueluche de algum estudante. “A Vigilância Epidemiológica escolheu o WhatsApp por ser o meio de comunicação mais ágil entre os disponíveis atualmente. Por se tratar de uma questão tão urgente, é necessário abrir mão de formalismos e agir de forma imediata”, destaca Dirce. “Nem toda tosse é coqueluche, por isso cada caso deve ser analisado com cuidado e, quando o resultado sai, é fundamental divulgar sem expor o nome do aluno infectado”, aconselha Gabriela.

A SMS também reforçou a recomendação de vacinação de profissionais da educação das redes pública e privada que têm contato com crianças de até 4 anos com a vacina tríplice bacteriana acelular tipo adulto (dTpa), que protege contra coqueluche, difteria e tétano. “Basta apresentar um comprovante de vínculo profissional em qualquer unidade de saúde, durante seu horário de funcionamento. Os gerentes das UBS foram orientados a colaborar com os Cmeis para verificar e atualizar a carteirinha de vacinação de crianças até 4 anos, garantindo a cobertura vacinal compatível com essa faixa etária”, observa a diretora do Departamento da Rede de Atenção Primária à Saúde da SMS, Tatiane Veiga Rodrigues. “Todas elas contam com as vacinas previstas no Plano Nacional de Imunização”, acrescenta. 

Ao final da videoconferência, Thais colocou a estrutura da Vigilância Epidemiológica à disposição dos diretores tanto para sanar dúvidas quanto para agir em situações mais complexas. “De segunda a sexta-feira, atendemos das 7h às 18h30 pelos telefones 3196-3087 e 3196-3088. Além disso, temos uma escala de plantão nos fins de semana para o atendimento de demandas mais urgentes”, comenta a enfermeira.

O que é a coqueluche?

Popularmente chamada de “tosse comprida”, trata-se de doença respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela pode causar crises de tosse tão intensas que afetam a respiração, provocando vômitos ou extremo cansaço, especialmente em crianças com menos de seis meses. Em bebês desta faixa etária, as complicações podem ser muito graves, levando a riscos sérios, como pneumonia, surdez, estrabismo, desidratação, convulsões, encefalopatia e até coma.

A transmissão da coqueluche ocorre pelo contato com gotículas liberadas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. A vacinação é a principal forma de prevenção, essencial nos primeiros anos de vida e também em cada gestação, com o objetivo de proteger recém-nascidos e bebês menores de 2 meses, que ainda não podem ser vacinados.

O calendário de vacinação contra a coqueluche prevê três doses da vacina pentavalente para bebês, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos por meio da vacina tríplice bacteriana (DTP). Essa vacina, distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as unidades básicas de saúde (UBS), pode ser aplicada em crianças até os 6 anos, 11 meses e 29 dias. Para gestantes, é recomendada uma dose da vacina tríplice bacteriana acelular (dTpa) a partir da 20ª semana de gravidez. Se a vacina não for aplicada durante a gestação, é possível administrá-la até 45 dias após o parto.

Fonte: Decom/Pref. de Toledo