Momento em que Gerson Meurer, de cabelos brancos, é colocado dentro de uma viatura descaracterizada da Polícia Civil e levado para a delegacia.

O delinquente bem que tentou, valendo-se de subterfúgios, mas não conseguiu escapar da situação em que se encontrava e foi levado para a carceragem

Por Fernando Braga

Após a prisão de Gerson Meurer, conhecido como GM Sinop, alcunha formada pelas iniciais de seu nome e a cidade mato-grossense onde residiu por anos depois que deixou Toledo, o delegado que esteve à frente da prisão, realizada na tarde desta segunda-feira (18), comentou o caso e forneceu detalhes da ação policial.

O delegado-chefe da 20ª Subdivisão Policial de Toledo, Dr. Alexandre Macorin, explicou em um vídeo gravado logo após a prisão (que se encontra no final da matéria), que o investigado resistiu, a princípio, e não abriu a porta da residência no momento da abordagem policial, fazendo com que a equipe da 20ª SDP precisasse utilizar força moderada para entrar na casa, que está situada na esquina das ruas Rui Barbosa e Borges de Medeiros, no Jardim Gisela.

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Em um dos vários inquéritos policiais abertos contra Gerson Meurer, ele é investigado por injúria, difamação e homofobia, o que motivou o pedido de prisão feito pela Autoridade Policial ao Poder Judiciário, que expediu um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão. Na residência, foram encontrados e apreendidos equipamentos eletrônicos.

Entenda o caso

Gerson Meurer deixou Toledo há anos e se mudou para a cidade de Sinop (MT). Lá, ele delinquiu por diversas vezes e foi enquadrado em crime de desobediência, descumprimento de medida protetiva (Lei Maria da Penha) e exercício ilegal da profissão. Apesar de ser formado em Direito, ele infringiu o Estatuto da OAB e, desde então, a entidade o impede de exercer a advocacia. Flagrado tentando atuar como advogado, ele incorreu no exercício ilegal da profissão. Em sua ficha criminal ainda constam maus-tratos a animais, ameaça, coação de testemunhas e falsificação de documentos, crimes que ele cometeu no Paraná, chegando até mesmo a ficar preso na Penitenciária de Francisco Beltrão.

>> Leia também: Delinquente contumaz conhecido como GM Sinop é preso novamente após ação da Polícia Civil de Toledo

Em 2021 ele voltou a fixar residência em Toledo, cidade onde já tinha problemas com a Justiça, entre eles ações por inadimplência movidas pela Unipar, já que ele não terminou de pagar a faculdade mesmo depois de ter se formado em Direito. Desde que retornou ao Oeste do Paraná, o GM Sinop vinha usando as redes sociais para difamar seus desafetos, valendo-se de ilações e discurso de ódio. Depois de importunar diversas pessoas, entre as quais agentes públicos, ele chegou a ser condenado em uma ação de indenização por danos morais em face às suas postagens ofensivas. Contudo, quando a Autoridade Policial constatou que suas aparições em vídeos nas redes sociais também promoveram homofobia, foi optada por sua prisão.

A princípio, trata-se de prisão provisória, que não deverá exceder 90 dias, que é o prazo para a conclusão do inquérito policial (dependendo da conclusão do inquérito, o Ministério Público pode requerer a permanência dele na prisão). Porém, é preciso esclarecer que um juiz pode determinar sua soltura a qualquer momento, mas não foi o que aconteceu hoje.

Subterfúgio frustrado

O GM Sinop até tentou alguns subterfúgios para reverter a prisão, como acionar a OAB, que é uma entidade classista e que poderia interceder, uma vez que ele já exerceu a advocacia. A pedido de Gerson Meurer, um advogado representante da OAB/Subseção Toledo esteve na 20ª SDP, mas nada pôde fazer, a não ser constatar a legitimidade da prisão. O delinquente bem que tentou, mas não conseguiu escapar da situação em que se encontrava e foi levado para a carceragem.

Ele foi preso em sua casa por volta das 14 horas e levado para a delegacia da Polícia Civil. Após ser ouvido e passar por todos os trâmites necessários para que uma pessoa fique sob custódia do Estado, e as tentativas frustradas de evitar a prisão, Gerson Meurer foi encaminhado para a Cadeia Pública de Toledo. Às 18h15, ele foi colocado dentro de uma cela, já sob a custódia do Deppen (Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná).

É importante ressaltar que as investigações visam elucidar se o criminoso agia sozinho ou se havia um conluio orquestrado para difamar e/ou caluniar as pessoas que eram alvos de suas postagens. Como bem enfatiza o delegado-chefe da 20ª SDP, é preciso saber se mais alguém estaria envolvido nos crimes e se havia alguém financiando essas ações. Sendo assim, não se pode descartar a possibilidade de mais pessoas serem presas nos próximos dias.

Clique AQUI e assista ao vídeo com os esclarecimentos do delegado Alexandre Macorin.