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Conferência que aponta o futuro

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Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Foz do Iguaçu foi palco da Conferência Estadual do Esporte, que reuniu 1,6 mil participantes e definiu as diretrizes para o setor no Paraná pelos próximos dez anos. Um encontro que vai muito além das quadras: trata-se de pensar o esporte como política pública e como vetor de desenvolvimento social e econômico.

Entrevista exclusiva com Wirbiski

Este colunista conversou com o secretário estadual do Esporte, Helio Wirbiski, que destacou a importância do planejamento estratégico para o setor. A íntegra da entrevista foi exibida no Instagram da Gazeta de Toledo, reforçando a sintonia entre jornalismo regional e as grandes discussões estaduais.

Planejamento contra o improviso

Na visão de Wirbiski, “quem planeja tem futuro, quem não planeja tem destino – e incerto”. E o Paraná mostra que não fala, faz. Somente pelo Programa Estadual de Fomento e Incentivo ao Esporte (Proesporte), estão previstos R$ 50 milhões para projetos esportivos, além de R$ 5 milhões destinados à Geração Olímpica. Já foram distribuídos R$ 27 milhões de forma per capita, garantindo em média R$ 7 por habitante para que cada município invista em programas e materiais esportivos. Resultado: mais de mil projetos contemplados, sempre com base em meritocracia.

Municípios e o dever de casa

Toledo já fez a lição: implantou seu fundo municipal de esporte. O modelo exige diagnóstico da realidade local e conselhos participativos para decidir onde investir. Chega de absurdos como comprar bola de basquete sem ter quadra. Gestão com diagnóstico e fundo estruturado virou regra no Paraná.

Marcelo Seger, assessor da secretaria, esse colunista e Helio Wirbiski.

Paraná é referência nacional

Jogos Escolares, da Juventude, Abertos, de Aventura e Natureza e dos Idosos. O calendário é vasto e atinge centenas de milhares de pessoas. Além disso, o Estado conta com dez centros paradesportivos, onde professores são capacitados para incluir atletas com deficiência. Como diz Wirbiski: “a deficiência não pode estar na gestão”.

O fundo que o Brasil não tem

Enquanto o Paraná mostra resultados, o governo federal ainda não estruturou um fundo nacional para o esporte. O detalhe é que as casas de apostas lucraram R$ 17 bilhões só no primeiro semestre de 2025. Wirbiski cutuca: bastava uma fração desse valor para criar um fundo robusto e permanente para o esporte brasileiro.

Plano decenal do esporte

As propostas aprovadas em Foz do Iguaçu dão origem ao Plano Decenal do Esporte (2026–2035). A ideia é clara: dar autonomia aos municípios para reivindicar recursos, realizar eventos, reformar espaços e investir em equipamentos. Mais do que política pública, trata-se de reconhecer que o esporte já tem PIB superior ao da cultura.

Emanuel Rego aplaude pioneirismo

O diretor-geral do COB e medalhista olímpico Emanuel Rego participou da abertura da conferência e elogiou o Paraná. Comparou o planejamento estadual aos ciclos olímpicos de quatro anos, ressaltando que aqui a discussão é para uma década inteira. Para ele, esse plano consolida ideias, define caminhos e contribui para a qualidade de vida e inclusão social das famílias paranaenses. Emanuel estava acompanhado de outros 20 estados que vieram conhecer e discutir o Plano Decenal.

Esporte também é economia

Cada evento esportivo realizado em Foz atrai atletas, famílias e turistas, movimentando hotelaria, restaurantes e comércio. Wirbiski garante que leva ao menos um grande evento por mês à cidade. O esporte, além de formar cidadãos e atletas, virou também motor do turismo e do desenvolvimento regional.

Toledo na agenda do secretário

Helio Wirbiski confirmou que estará em Toledo, ao lado do governador Ratinho Junior, na tradicional Festa Nacional do Porco no Rolete, marcada para 14 de setembro, no Clube Caça e Pesca. Mais uma oportunidade para aproximar esporte, cultura e tradição gastronômica.

O Paraná que ensina o Brasil a planejar o futuro do esporte

Há conquistas que não se medem em medalhas, troféus ou pódios. Há vitórias que nascem no silêncio das assembleias, nos debates calorosos, no esforço de reunir vozes diferentes em torno de um mesmo propósito. O que o Paraná acaba de construir no campo esportivo é uma dessas vitórias.

A Conferência Estadual do Esporte foi muito mais do que um evento. Foi um exercício de democracia plena, onde atletas, paratletas, técnicos, professores, gestores, secretários municipais, profissionais liberais e representantes das mais variadas organizações sociais puderam se sentar lado a lado e desenhar juntos o futuro do esporte paranaense. Não havia distinção de modalidades, muito menos de limitações físicas: o paradeporto foi incluído por inteiro, com a dignidade que sempre mereceu.

O resultado desse grande encontro não ficará preso em atas ou em discursos de ocasião. Ele se transformou em lei. Aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná, o Plano Decenal do Esporte obriga que qualquer governo que venha a assumir o Estado, seja qual for sua bandeira política, tenha que seguir as diretrizes coletivamente estabelecidas. É o esporte blindado das vaidades pessoais e das mudanças de ventos políticos. É o Paraná ensinando que política pública se constrói com continuidade, e não com improviso.

Não é de hoje que o Estado dá lições de planejamento. Programas como o Proesporte, o Geração Olímpica e os repasses fundo a fundo já mostravam que é possível democratizar recursos e atender projetos de diferentes modalidades com justiça e transparência. Agora, esse modelo virou referência nacional, a ponto de inspirar o governo federal e outros estados brasileiros.

O gesto é altruísta porque olha para além da gestão de hoje. É um compromisso com a próxima década, com crianças que ainda estão aprendendo a correr, com jovens que sonham com olimpíadas, com idosos que encontram no esporte qualidade de vida, com pessoas com deficiência que encontram nele a chance da plena inclusão. É o esporte como linguagem universal de respeito, cidadania e dignidade.

O Paraná, mais uma vez, faz história. Não apenas por ser pioneiro, mas por mostrar que o futuro pode – e deve – ser construído em conjunto. Se o esporte é capaz de transformar vidas, este plano é a prova de que também pode transformar a própria forma de governar.

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Edição nº2788 – 30/07/2025

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