Comitê composto por representantes de órgãos públicos e entidades da sociedade civil se reuniu nessa terça. Foto: Decom

O inverno começa oficialmente às 11h58 do próximo dia 21 e, apesar de as temperaturas estarem em queda, o combate ao Aedes aegypti deve permanecer durante o inverno. Este foi o entendimento firmado no encontro (o terceiro deste ano) do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus de Toledo realizado na tarde dessa terça-feira (12) na sede do Centro Municipal de Controle de Endemias.

Na ocasião, foram apresentados dados referentes ao atual ano epidemiológico, iniciado em agosto de 2022, bem como as ações preventivas realizadas por órgãos públicos, entidades e instituições de ensino que compõem o grupo de trabalho, como o Ecoponto Itinerante (realizado em 27 de maio no Santa Clara IV, onde foram coletados quase 100 toneladas de resíduos sólidos), e a parceria entre os câmpus locais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), que realizaram ações de recolhimento de objetos que podem servir de criadouro para o Aedes aegypti em suas dependências e em alguns terrenos baldios da Vila Becker. A partir disso, foram avaliados os resultados destas atividades e foram debatidas estratégias de combate ao mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus em Toledo.

A diretora de Vigilância em Saúde, Juliana Beux Konno, destaca a importância destas mobilizações em relação ao combate à dengue. “Ficamos bem perto de entrar em epidemia, mas desde o começo de maio houve uma desaceleração no número de casos. Isso normalmente acontece quando a temperatura diminui, mas neste ano isso ocorreu antes e entendo que essa mudança se deve aos trabalhos realizados por órgãos públicos e entidades que estão neste comitê. No Ecoponto do Santa Clara IV tivemos um número recorde de voluntários e, a exemplo da PUCPR e da UTFPR, outras instituições que fazem parte deste grupo de trabalho se engajaram e os resultados apareceram”, avalia. “Com tanta gente assim envolvida, diminui a sensação que frequentemente temos de que estamos ‘enxugando gelo’. Este avanço só vai se consolidar se todos nós permanecermos unidos, aproveitando este período do ano em que há diminuição de casos de dengue para planejarmos as próximas ações”, salienta.

A secretária do comitê e coordenadora do setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian König, falou acerca de problemas que os agentes de combate a endemias (ACEs) têm enfrentado em imóveis onde residem pessoas com transtorno de acumulação compulsiva. “É uma prática que coloca em xeque nossa estratégia de combate ao Aedes aegypti. No Santa Clara IV, por exemplo, uma parte significativa do que foi recolhido pelo Ecoponto Itinerante veio destes imóveis, mas sabemos que há casos parecidos em todas as regiões da cidade e também no interior. Todos esses moradores estão sendo monitorados pela unidade de saúde de seu território e pelo Departamento de Saúde Mental”, relata. “Situações como estas comprovam que nosso estado de vigilância precisa ser permanente, ainda mais que está sendo anunciada para as próximas semanas o início do El Niño, um fenômeno que ocasiona invernos menos frios e verões mais chuvosos no Sul do Brasil, situações ideais para a reprodução do mosquito transmissor da dengue e outras doenças”, alerta.

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O vice-presidente do grupo de trabalho e secretário do Meio Ambiente, Júnior Henrique Pinto, apontou outra vantagem trazida pelo Ecoponto Itinerante no Santa Clara IV. “A central de operações nesta ação foi num local onde há constantes queixas de depósito irregular de resíduos sólidos. Graças ao trabalho ali realizado, foi possível dar início ao processo de reestruturação do espaço, que, em breve, passará por uma adequação”, explica. “Este é um exemplo que comprova a importância das parcerias ocorridas mediante a atuação deste comitê. Para os próximos meses, precisamos ir atrás de mais empresas, entidades e universidades para ampliar o alcance deste trabalho”, comenta.

Ao fim do encontro, ficou definido que a próxima reunião do comitê será em 8 de agosto (terça-feira), às 14h, no Centro Municipal de Controle de Endemias. Até lá, as secretarias de Saúde e do Meio Ambiente pretendem debater junto ao Departamento Jurídico do Executivo Municipal melhorias na redação da lei que criou o Programa Municipal de Combate e Prevenção à Dengue. “O texto atual tem alguns artistas ambíguos, que permitem múltiplas interpretações. Precisamos deixá-lo mais claro e incluir a possibilidade de notificar pessoas que acumulam lixo em seus imóveis. Na atual situação, o ACE só pode fazer isso caso encontre larvas do Aedes aegypti, mas este inseto pode estar escondido na forma de ovo que pode eclodir a qualquer momento”, pontua. “Também queremos incluir um regramento a respeito das pessoas acumuladoras, tratando-as como pacientes e oferecendo o suporte de que precisam”, acrescenta.

Fonte: Decom/Pref. de Toledo